Ágata 4 - Operações representam chegada do Estado às fronteiras, diz Temer
Vice-presidente visitou bases e recebeu pedidos de ajuda de índios. Forças Armadas buscam reprimir tráfico, garimpo ilegal e desmatamento .
Tahiane Stochero .
Temer se referiu à Ágata 4, uma megaoperação militar nas divisas do país com Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa com o objetivo de reprimir tráfico de drogas e de armas, garimpo ilegal e desmatamento. Junto com o ministro da Defesa, Celso Amorim, ele visitou nesta tarde o pelotão de fronteira do Exército em Tiriós, na fronteira do Pará com o Suriname, onde recebeu pedidos de auxílio tanto de índios quanto de militares.
Após visitar Tiriós, ao perceber que a única presença pública do governo brasileiro na fronteira se resumia a um pelotão com 40 militares no meio da selva amazônica, ele afirmou: “Estas regiões ficaram sem a presença do Estado ao longo do tempo. Eu vi as ações dos médicos da Aeronáutica, dos hospitais militares nestas regiões. Enquanto não tivermos nem médicos nem dentistas em todas as fronteiras do país, esta (a ação militar) é uma opção extraordinária”, afirmou.
Segundo Temer, após as operações bélicas, o governo federal passou a estudar ações conjuntas com vários órgãos “para ocupar as fronteiras não só com militares, mas por meio das pessoas que já estão vivendo nestas regiões e levar o Estado,com sua a sua infraestrutura, para lá”.
Encontro com índios
No início da tarde, em Tiriós, Temer foi recebido por uma comitiva de índios da tribo Tirió. Segundo o cacique Naxau , eles reivindicavam apoio da FAB para o transporte de alimentos, vestuário e utensílios de higiene que padres de Belém adquiriam e pretendiam doar para a aldeia, que concentra cerca de 2.000 indígenas. “Queremos apoio deles para trazer o material para nossa localidade. Aqui é longe de tudo, não tem como trazer se não for de avião”, afirmou Naxau.
A assessoria de Temer informou que ele recebeu uma pasta com as solicitações, que serão analisadas pelo Ministério da Defesa. Tiriós fica no meio da floresta amazônica, a 12 quilômetros da divisa com o Suriname. Do outro lado da fronteira, a primeira comunidade no país vizinho está localizada a 40 quilômetros da borda, conforme os militares, e se resume a uma pequena comunidade indígena. A presença dos militares em Tiriós começou a ser estabelecida em 1985, buscando reconhecer a mata e consolidar a presença brasileira na região.
Outro que aproveitou a visita do vice-presidente foi o general Carlos Alberto de Sousa Peixoto, comandante militar no Pará e Amapá. Ele quer apoio de uma aeronave de grande porte para levar ao posto de fronteira materiais de construção e equipamentos necessários para a finalização de obras, como uma rede de esgoto e saneamento. “Não é falta de recursos. Temos recursos alocados desde 2010 para a finalização desta obra, mas o que não conseguimos é trazer cimento e os materiais para cá”, explicou o general, salientando a dificuldade de encontrar empresas que aceitem trabalhar na região.
Outro objetivo é a construção de um paiol para guardar as armas e de uma pequena central elétrica para que os 40 militares que ficam no pelotão possam trazer familiares e ter energia 24 horas por dia. “Hoje dependemos de diesel para manter o gerador, e ela não sempre chega rápido”, disse o general.
O pedido sensibilizou Amorim e o comandante da FAB, que fizeram perguntas sobre quais aeronaves poderiam ser usadas para o transporte.
Fonte: / NOTIMP
Leia também: