Panetta debate cooperação em defesa
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, chega hoje a Brasília para reunir-se com o ministro Celso Amorim e com a presidente Dilma Rousseff .
A visita do norte-americano visa pôr em prática o novo "diálogo de cooperação em defesa" entre os EUA e o Brasil. O documento foi assinado durante a viagem de Dilma a Washington. O encontro, marcado para as 15h30, integra a agenda da primeira visita do secretário à América Latina desde que assumiu o cargo, em 1º de julho de 2011. Panetta começou o seu tour pela Colômbia. Depois do Brasil, ele seguirá para o Chile.
O governo brasileiro pretende que o encontro sirva para eliminar as barreiras de transferência de tecnologia, o que inclui um contrato de US$ 5 bilhões para a compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). A americana Boeing compete com a francesa Dassault e com a sueca Saab na venda dos aviões. A reunião tratará ainda da rescisão do contrato de US$ 380 milhões, por parte dos EUA, com a Embraer, que forneceria aviões de combate leves para o Exército afegão. O caso ofuscou a relação americana com Brasília. O Pentágono convocou nova licitação.
Na tentativa de atrair o Brasil para sua esfera de interesses, Washington quer debater a segurança na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Esses acontecimentos esportivos de primeira classe podem ser alvo de ataques (terroristas), disse uma fonte americana. Após Brasília, Panetta segue para o Rio de Janeiro, onde profere palestra em uma academia militar. Em Santiago, ele pretende discutir a experiência das Forças Armadas na resposta a desastres naturais.
Plano Colômbia
Em Bogotá, o secretário encontrou-se com o colega colombiano Juan Carlos Pinzón e com o presidente Juan Manuel Santos. Eles assinaram um acordo bilateral para dar novos rumos ao Plano Colômbia - um pacto militar, firmado entre os governos colombiano e americano, para o combate ao narcotráfico. A Colômbia contribuiu para o treinamento de milhares de policiais no México e na América Central nos últimos anos.
A tendência deve se acentuar após a reunião de ontem. "No contexto de recursos limitados em termos de defesa nos EUA, temos uma oportunidade de nos associarmos, de forma que esses países possam se converter em exportadores de segurança" explicou uma fonte americana de alto escalão, sob a condição de anonimato.
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