FX-2 - Brasil quer que EUA eliminem barreiras na área da Defesa
Celso Amorim se encontra com secretário americano hoje em Brasília .
Intenção é ampliar cooperação e acabar com restrições à transferência de tecnologia .
Isabel Fleck .
O governo brasileiro quer que o novo "diálogo de cooperação em Defesa" com os Estados Unidos, assinado durante visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, contribua para eliminar barreiras para a transferência de tecnologia, como no caso da compra de 36 caças para a FAB (Força Aérea Brasileira).
O recado deve ser dado pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, ao secretário de Defesa americano, Leon Panetta, no primeiro encontro dos dois no âmbito do novo diálogo, amanhã, em Brasília.
"Não queremos nada dado. Mas é de grande importância que não haja obstáculos à aquisição de bens de conteúdo tecnológico", disse Amorim, à Folha, evocando a restrição que os EUA impuseram à venda de 24 aviões Super Tucano, da Embraer, à Venezuela, em 2006, pela presença de componentes americanos nas aeronaves.
O caso é frequentemente citado como um mau precedente de negociações sensíveis com os EUA. No caso do programa FX-2 da FAB, em que o caça F-18 Super Hornet da Boeing concorre com o francês Rafale e o sueco Gripen NG em um pacote de aproximadamente R$ 10 bilhões, o Brasil já deixou claro que o compromisso com a transferência de tecnologia será vital na escolha.
No comunicado conjunto emitido após o encontro de Dilma e Barack Obama, o novo diálogo de cooperação é descrito como um foro para "identificar oportunidades de colaboração em assuntos de defesa no mundo".
Para Amorim, a criação de um diálogo em nível ministerial pode ajudar a resolver, no futuro, "questões de grande apreensão" como a reativação da Quarta Frota -divisão da Marinha americana responsável por operações no Atlântico Sul-, anunciada em 2008, e o uso de bases colombianas pelos EUA, que veio à tona em 2009.
O ministro assegura não ter recebido ainda nenhuma manifestação de preocupação de governos sul-americanos sobre a aproximação do Brasil com os EUA em matéria de Defesa.
"Também não estamos dialogando para resolver as coisas pelas costas dos outros. É um diálogo de transparência, que só vai beneficiar a todos."
Fonte: / NOTIMP
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