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FX-2 - Boeing nega resistência americana à venda de caças; Boeing já gastou mais de US$ 5 mi para vender caça para o Brasil



Francisco Carlos de Assis, colaborou Silvana M .

São Paulo - A presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak, classificou na terça-feira de "lenda" a justificativa brasileira de que a maior dificuldade para compra de caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) é a resistência do governo americano em autorizar a transferência de tecnologia.

"Eu não entendo o porquê desta justificativa. Talvez vocês da mídia possam me ajudar a entender. Na realidade, temos oferecido para o Brasil a mesma tecnologia que oferecemos para nossos melhores aliados, ou seja, os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por exemplo. Então, acho que essa questão já está superada", disse Donna Hrinak, que participou do seminário "Oportunidades nas Relações Comerciais do Brasil Frente à Nova Configuração dos Blocos Econômicos Mundiais", realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. "Para mim, isso é uma lenda e não vai atrapalhar", afirmou.

Donna Hrinak, que também foi embaixadora dos Estados Unidos no País entre 2002 e 2004, disse entender a importância da transferência de tecnologia, mas ressaltou que é preciso falar também do desenvolvimento de tecnologias no País. "O avião não é estático. O avião evolui com as demandas dos clientes. E essas mudanças e inovações podem acontecer aqui, com a indústria brasileira trabalhando junto com a Boeing", afirmou a executiva,

Questionada sobre o que estaria faltando para que o projeto seja concluído, a presidente da Boeing respondeu que espera apenas uma decisão do governo brasileiro. "Estamos esperando uma decisão do governo para o País inteiro, e não só para a indústria ou para a Força Aérea", disse. Donna Hrinak evitou comentar se a questão do projeto F-X2 foi um dos temas da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, em Brasília, na semana passada.

O processo de compra dos caças brasileiros se arrasta desde 1996. Atualmente chamado de F-X2, o programa prevê a compra de 36 caças, um negócio estimado entre US$ 4 bilhões e US$ 6,5 bilhões. Houve vários adiamentos, o último deles no início do governo da presidente Dilma Rousseff, em 2011. Os concorrentes são o avião Rafale, da francesa Dassault, o Gripen, da sueca Saab, e o F-18 Super Hornet, da Boeing.

Fonte: / NOTIMP

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Boeing já gastou mais de US$ 5 mi para vender caça para o Brasil

O avião norte-americano é o F/A-18E Super Hornet. Ele concorre com JAS-39 Gripen, da sueca SAAB e o Rafale, da francesa Dassault

Adriano Ceolin

A companhia norte-americana Boeing já gastou mais de US$ 5 milhões na campanha para vencer a licitação do governo brasileiro para a compra de 36 caças, o chamado projeto F-X2, da Força Aérea Brasileira.

O avião norte-americano é o F/A-18E Super Hornet. Ele concorre com JAS-39 Gripen, da sueca SAAB e o Rafale, da francesa Dassault. A concorrência gira em torno de US$ 5 bilhões. Espera-se que até o fim de junho deste ano haja uma decisão do governo brasileiro.

“De 2009 até hoje, gastamos mais de US$ 5 milhões com uma série de visitas de militares brasileiros para fazer testes, entre outras coisas”, afirma Dana Dacharoeden, gerente o campanha F-X2 da Boeing. De acordo com ele, houve investimentos para enviar especialistas ao Brasil para explicar detalhes do Super Hornet.

O projeto F-X se arrasta desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto ganhou sufixo 2 e a disputa afunilou-se entre os norte-americanos, suecos e franceses. Em 2008, Lula chegou a dar uma declaração em favor da Dassault, mas ele terminou o mandato sem comprar os caças.

Com a manutenção de Nelson Jobim no Ministério da Defesa no começo da administração Dilma Rousseff, acreditava-se que os franceses seriam confirmados como vitoriosos da licitação. No entanto, dois novos adiamentos para compra dos caças e saída de Jobim do governo reacenderam a disputa e motivaram a Boeing, que se mantém otimista na vitória da concorrência.

Além dos seus próprios esforços, Boeing tenta contar com a ajuda do governo norte-americano para convencer o Brasil a comprar os Super Hornets. Do ponto de vista diplomático, os Estados Unidos têm repetido que o Brasil tornou-se um aliado mundial do mesmo nível de Japão, Reino Unido e Alemanha.

Contudo, o principal ponto questionado no pacote da Boeing é a transferência de tecnologia. Os EUA têm de pedir autorização do Congresso norte-americano para repassar determinadas informações para outros países. O problema, no entanto, é que até agora não está claro o que de fato poderá ser compartilhado.

A transferência dos códigos fontes do caça norte-americano é outro ponto de discussão. Principal secretário assistente do Departamento de Estado dos EUA, Thomas Kelly afirma que nenhum aliado norte-americano recebe códigos fonte de aeronaves produzidas pelo País. “Não podemos dar código fonte para nenhum país”, afirma.

Fonte: / NOTIMP


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