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Especial - Embraer teme falta de transparência e ameaça desistir de licitação nos EUA



Em parceria com a americana Sierra Nevada, a Embraer havia sido considerada vencedora numa concorrência encerrada em dezembro de 2011, mas o resultado foi anulado em março, e a Força Aérea dos EUA decidiu que vai "recomeçar do zero" o processo .

RAQUEL LANDIM .

A Embraer ameaça desistir da concorrência da Força Aérea dos Estados Unidos para a compra de 20 aviões de combate leve para uso no Afeganistão. A empresa está preocupada com a "radical" decisão dos EUA de "recomeçar do zero" o processo de licitação.

Ontem, a Força Aérea Americana apresentou o rascunho da nova concorrência para a compra das aeronaves, um contrato de US$ 355 milhões. O novo vencedor será conhecido apenas em janeiro de 2013, com a entrega dos aviões prevista para o terceiro trimestre de 2014 - um atraso de 15 meses do prazo original.

"Estamos vendo com muita preocupação a decisão da Força Aérea Americana de recomeçar o processo do zero. É uma decisão muito radical", disse ao Estado, Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança. "Não faz sentido perder um ano de trabalho".

Em dezembro do ano passado, a Embraer e sua parceira americana Sierra Nevada Corporation foram consideradas vitoriosas na licitação, com o avião Super Tucano, que já é utilizado em nove países. A decisão ocorreu após a desclassificação da também americana Hawker Beechcraft por falta de qualidade técnica de sua aeronave.

Pressionada pelo Congresso, que questiona o contrato com a empresa brasileira em um ano eleitoral, a Força Aérea Americana anulou a licitação em março, alegando que não estava satisfeita com a documentação.

A situação chegou a criar um impasse entre Brasil e EUA e o assunto foi tratado pela presidente Dilma Rousseff em visita ao colega Barack Obama em Washington. Até ontem, a expectativa da Embraer, com base nos relatos da própria Força Aérea Americana, é que seriam feitos ajustes pontuais e não uma revisão completa do processo.

Ainda não está confirmado, pois as empresas só vão receber as regras por escrito nos próximos dias, mas é possível que a nova licitação não exija a realização de testes dos aviões e também não considere os resultados dos testes anteriores. A possibilidade é vista com receio pela Embraer, pois pode significar uma manobra para escolher o avião da Hawker Beechcraft.

"É como comprar um carro sem fazer um test drive", comparou Aguiar. "Temos certeza da nossa vitória, se o processo for por mérito. Se não houver transparência, não vamos participar."

Justiça. A Sierra Nevada Corporation, parceira da Embraer no negócio, entrou ontem com uma ação pedindo que a Justiça americana reveja os resultados da investigação promovida pela Força Aérea Americana, que decidiu reiniciar a licitação.

"É importante para uma competição transparente que a Justiça reveja o processo, determinando inclusive se as ações propostas são razoáveis e justificáveis", disse Taco Gilbert, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Sierra Nevada em comunicado.

A expectativa da Embraer e da Sierra Nevada é que a Justiça possa obrigar a Força Aérea Americana a corrigir apenas os problemas pontuais que encontrou na concorrência, mas mantendo boa parte do processo, inclusive o resultado final.

A ação da Embraer/Sierra Nevada se juntou ao processo aberto pela Hawker Beechcraft contra a Força Aérea Americana quando foi desclassificada da concorrência. Sediada no Kansas, a Hawker Beechcraft enfrenta uma situação financeira delicada e está perto de pedir concordata. Procurada pela reportagem, não retornou as ligações.

Fonte: / NOTIMP

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Parceira da Embraer vai à Justiça dos EUA

VERENA FORNETTI .

A Sierra Nevada, parceira da Embraer , entrou com moção em corte federal dos EUA contra a Força Aérea do país, que cancelou contrato de US$ 355 milhões vencido pela brasileira, e ontem disse que recomeçará do zero a licitação. A Embraer ameaça não concorrer novamente.

"É importante para a transparência, a concorrência justa e a integridade do processo que o tribunal analise os resultados da investigação da Força Aérea e determine se as ações corretivas foram justificadas e razoáveis", diz Taco Gilbert, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Sierra Nevada.

Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa, disse que a decisão da Força Aérea surpreendeu a empresa. "Como começa do zero um processo tão complexo como esse?" Segundo ele, a Embraer esperava que o edital tivesse ajustes, mas não que fosse inteiramente reformado.

O cancelamento do contrato vencido pela brasileira, em fevereiro, ocorreu em razão de supostas falhas na apresentação da documentação. Ao ser desclassificada, a americana Hawker Beechcraft acionara a Justiça dos EUA.

Ontem, a Força Aérea Americana se reuniu com as duas empresas para apresentar o rascunho da futura licitação.

O novo edital deve sair no dia 30, mas o vencedor do contrato para a venda de 20 aviões turboélices só será conhecido em março de 2013.

Fonte: / NOTIMP

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Sierra Nevada recorre contra decisão de Força Aérea dos EUA

COLORADO SPRINGS, Estados Unidos (Reuters) - A companhia de defesa Sierra Nevada encaminhou uma moção a um tribunal dos Estados Unidos para registrar preocupações sobre o plano da Força Aérea do país de revisar as regras de uma polêmica licitação de fornecimento de 20 aviões ao Afeganistão e conceder um novo contrato no começo de 2013.

Em mais uma medida legal após o cancelamento da compra que embaraçou autoridades militares, a companhia privada disse que a ação corretiva da Força Aérea foi exagerada.

Uma investigação interna mostrou que não houve irregularidades por parte dos militares que declararam a Serra Nevada e sua fornecedora Embraer como ganhadoras do contrato de 355 milhões de dólares, em dezembro.

A Força Aérea afirmou na sexta-feira que revisaria as regras do contrato, cancelado abruptamente depois que autoridades encontraram problemas com documentos internos em meio ao processo movido pela Hawker Beechcraft, que perdeu a concorrência.

A Sierra Nevada afirmou que os advogados da companhia deveriam ter acesso à investigação da Força Aérea para determinarem se o atraso é realmente necessário ou se o órgão poderia simplesmente entregar o contrato à empresa novamente.

A Força Aérea dos EUA iria informar as duas companhias nesta terça-feira sobre as mudanças, que vão atrasar as primeiras entregas de aviões em 15 meses, medida que tem ressaltado a preocupação elevada sobre a capacidade da Força Aérea do Afeganistão de assumir a segurança do país após a retirada dos EUA.

Representantes da Força Aérea dos EUA e da Hawker Beechcraft não puderam ser imediatamente contatados sobre o pedido de moção da Sierra Nevada.

Fonte: AGÊNCIA REUTERS / NOTIMP


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