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Escola de Especialistas de Guaratinguetá (SP) homenageia pioneiro da aviação

Edu Chaves foi o primeiro a realizar voo SP-RioNesta sexta-feira (27/4), às 9h30, a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) realizou cerimônia em homenagem aos 100 anos do primeiro pouso realizado em Guaratinguetá (SP), feito realizado pelo aviador Eduardo Chaves, em 28 de abril de 1912.

Eduardo Pacheco Chaves, ou simplesmente, Edu Chaves, nasceu em São Paulo em 18 de julho de 1887 e foi para a Europa realizar seus estudos. Apaixonado por aviões, encontrou na França o lugar ideal para aprender a pilotar e, em 1911, recebeu seu brevê da Federação Aeronáutica Internacional. Ele foi um dos pioneiros da aviação mundial, estabelecendo diversos recordes e marcas importantes.

A exemplo de Alberto Santos Dumont, Edu Chaves também deslumbrou os franceses com as suas proezas aéreas, tornando-se o primeiro aviador a fazer uma travessia noturna, entre Paris e Orleans, em 31 de outubro de 1911, conquistando o "Prix des Escales".

No Brasil, o primeiro grande feito do aviador foi ter completado, juntamente com o francês Rolland Garros, o percurso São Paulo-Santos, no qual enfrentaram perigos como nevoeiros da Serra do Mar. Após esse feito, o aviador planejou outra façanha, voar de São Paulo ao Rio de Janeiro.

Pilotando um avião Bleriot, Edu Chaves decolou de São Paulo, em 28 de abril de 1912, munido apenas de um mapa e uma bússola. Como Guaratinguetá ficava no meio do percurso, ele aterrissou na cidade para reabastecer sua aeronave.

“Foi uma das grandes proezas da aviação brasileira, ainda muito incipiente. Quando se anunciou o propósito ousado, muita gente duvidou do êxito. A figura de Edu Chaves já se tornara conhecida, estampada com frequência nos jornais com entusiasmo. Todos queriam apresentar o espetáculo inteiramente inédito para a população de Guaratinguetá”, afirma um relato da época.

Após o reabastecimento, ele seguiu acompanhando os trilhos da Estrada de Ferro Central do Brasil. Entretanto, fatores atmosféricos causaram uma pane no monoplano, que obrigou o aviador a pousar no mar. Edu Chaves escapou com vida e três dias depois os jornais noticiaram a sua chegada à praia de Itacuruçá, a nado.

Porém, o piloto não desistiu da empreitada. Após vários estudos na rota Rio-São Paulo e com um avião mais potente e autonomia maior, aguardou uma nova oportunidade, que chegou com a festa aviatória em 5 de julho de 1914, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.

Desta vez, o céu estava claro, ajudando na orientação pelos trilhos, onde estavam os pontos de navegação anotados no mapa do aviador. Após 3h40 de voo, ele chegou ao Campo dos Afonsos, onde se encontrava o então Presidente da República Hermes da Fonseca. O súbito aparecimento do aviador transformou a festa numa grande homenagem ao piloto, que inaugurava, assim, a rota mais importante da aviação comercial brasileira.

Edu Chaves faleceu em 21 de junho de 1975, em São Paulo, aos 88 anos.


Fonte: Agência Força Aérea


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