Concessão do Galeão deve ter forte disputa
Aeroporto passa de "patinho feio" a "cisne" pela perspectiva de se tornar concentrador de voos na América do Sul .
Estudos mostram que unidade no Rio está subaproveitada; setor de cargas tem potencial para crescimento .
DIMMI AMORA .
De "patinho feio", o Aeroporto Internacional do Galeão-Tom Jobim está a caminho de virar o "cisne" das concessões do governo.
A unidade de 35 anos tenta sair de uma longa decadência, em que terminais de passageiros são comumente comparados a rodoviárias e as operações estão abaixo da capacidade. O aeroporto deu prejuízo de R$ 200 milhões em 2010.
Com boa infraestrutura para os aviões e considerado competitivo para o mercado internacional, o aeroporto entrou na mira dos maiores operadores do mundo.
Para o mercado, o Galeão terá uma forte disputa quando for leiloado porque os grandes operadores precisam entrar no mercado brasileiro o quanto antes.
O motivo: a tendência é haver, após o período de cinco anos em que os controladores dos aeroportos concedidos não podem ser trocados, um processo de fusões e aquisições. Entrar no mercado adquirindo uma concessão custará bem menos que comprar a administradora de uma unidade concedida.
As críticas de que os aeroportos brasileiros foram parar na mão de empresas sem experiência suficiente não deverão se repetir na próxima rodada, pois o governo vai aumentar as restrições à participação para atrair somente grandes operadores.
"Se houver grupos com visão mais internacional e experiência, o Galeão deixa de ser o patinho feio", afirmou o consultor Josef Barat, ex-conselheiro da Agência Nacional de aviação Civil.
"HUB"
Parte do mercado prevê que o Galeão competirá com os aeroportos de Campinas e Guarulhos pelos voos internacionais e pela carga aérea.
Outra parte considera que Campinas não conseguirá competir no mercado internacional e que Guarulhos e Galeão vão dividir os passageiros, tornando-se os "hubs" (concentradores de voos) da América do Sul. Em 2011, dos passageiros internacionais, Guarulhos teve 62%, Galeão, 21%, e Campinas, 1%.
"O Galeão foi o único projetado para 80 milhões de passageiros por ano", diz Delmo Pinho, subsecretário fluminense de Transportes.
O crescimento da economia do Estado, puxado pela indústria do petróleo, e o fato de o Rio ser sede da Olimpíada-2016 e da final da Copa-2014 são outros fatores que favorecem o Galeão.
Estudos mostram que o aeroporto está subaproveitado. Um exemplo é a parte de cargas, na qual a receita em 2010 foi menos que metade da de Campinas e Guarulhos.
O aeroporto tem poucos problemas para seu crescimento (construir uma nova pista seria menos problemático que em outras grandes unidades do país) e já passa por melhorias de gestão e reforma nos terminais (avaliadas em R$ 813 milhões).
O ministro da Secretaria de aviação Civil, Wagner Bittencourt, não revela quando a unidade vai a leilão. Mas afirma que ela estará numa condição muito melhor quando isso ocorrer.
Fonte: / NOTIMP
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