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Subsídio à Boeing é condenado pela OMC



Jamil Chade .

A Europa conseguiu na Organização Mundial do Comércio (OMC) a condenação de subsídios considerados ilegais dados pelos Estados Unidos para a Boeing. De quebra, os europeus declararam à Embraer e à China de que a decisão é um alerta a essas empresas de que terão de agir dentro das regras.

Ontem, a Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou ter considerado que os Estados Unidos usaram ilegalmente a Nasa (a agência espacial americana) e o Pentágono (as forças armadas do país) para subsidiar a Boeing na construção de jatos civis.A decisão pode ser o capítulo final de uma briga que já dura 20 anos. De acordo com os europeus, a condenação confirma a posição de que sua empresa, a Airbus, estava sendo prejudicada na disputa por mercados. A OMC mostrou que a Boeing recebeu quase US$10 bilhões em subsídios ilegais que geraram perdas substanciais para a Airbus, declarou o comissário de Comércio da UE, Karel de Gucht.

Ele vai dar seis meses para os americanos retirarem os programas condenados e que teriam permitido à Boeing desenvolver seu novo jato, o 787 Dreamliner. Segundo a versão europeia, foram condenados subsídios de US$ 4,3 bilhões. Além disso, outros US$3 bilhões continuariam sendo dados até 2024 e também foram condenados. A OMC confirmou que subsídios para a empresa americana foram mascarados por décadas na forma de pesquisa para a área de defesa.

Vitória americana. Numa intensa guerra midiática, a Casa Branca também se apressou em dar sua versão do episódio e comemorou vitória. Isso porque o valor da condenação teria sido bem inferior ao que pediam os europeus originalmente. Há sete anos, quando o processo começou, a União Européia alertava que os subsídios americanos chegavam a US$ 23,7 bilhões. Além disso, o governo de Barack Obama também fez questão de apontar que, há um ano, a própria Airbus já havia sido condenada por receber subsídios, e que o valor era de US$18 bilhões, dado contestado até hoje pelos europeus.

A OMC julgou que os recursos dados pelos governos europeus para o lançamento do superjumbo A380, da Airbus, eram ilegais. Essa é uma tremenda vitória para os trabalhadores americanos, disse Ron Kirk, representante de Comércio dos Estados Unidos. Segundo ele, os subsídios americanos impediram que 118 aviões da Airbus fossem vendidos. Mas os subsídios europeus impediram que 348 jatos da Boeing chegassem ao mercado por concorrência desleal. Está claro que os subsídios europeus são muito maiores, disse.

Emergentes. Na prática, a decisão de ontem coloca a batalha entre Airbus e Boeing em um novo patamar, equilibrando a guerra e forçando uma eventual negociação. Se a disputa hoje é entre Estados Unidos e Europa, a realidade é que ambos estão de olho em criar condições e leis de competição que permitam estabelecer regras para frear o avanço de novos atores no mercado de jatos, como o Brasil e a China. A Embraer se lança na produção de aviões para concorrer com as duas gigantes do setor.

Já Pequim não esconde que começa a desenvolver suas próprias aeronaves e que, na próxima década, estaria pronta para competir. Todos terão agora de cumprir essas regras (estabelecidas pela OMC), disse DeGucht, em resposta ao Estado. Para ele, o fundamental é garantir que todos compitam com as mesmas condições. O problema é que muitos temem que a China simplesmente transfira do setor de defesa bilhões de dólares para o desenvolvimento de jatos, a preços que nem Airbus e nem Boeing conseguiriam bater. Não por acaso, o tom do discurso europeu era de que chegou.

Fonte: / NOTIMP









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