|

Exército começa a ser substituído por PM em favelas do Rio



Militares são trocados desde ontem por policiais, que vão implantar oito unidades pacificadoras no Alemão .

Transição ocorre no momento em que se tenta administrar crise na Rocinha, com volta na disputa pelo tráfico
.

MARCO ANTÔNIO MARTINS .

A Polícia Militar começou ontem a substituir o Exército na ocupação do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, iniciada há um ano e quatro meses. A troca das tropas será feita gradualmente.

Ontem, o Exército iniciou a retirada das favelas de Nova Brasília e da Fazendinha, agora ocupadas pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) e pelo Batalhão de Choque da PM. A retirada só deve terminar em junho.

A PM levou ao Alemão 750 homens -200 do Bope. Se tudo der certo, a polícia estima que em dez dias a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do local esteja funcionando. Mesmo com a aparente tranquilidade da substituição, três escolas e três creches municipais passaram a manhã fechadas, deixando 2.229 crianças sem aulas.

Ontem, foram apreendidas 1.156 cápsulas de cocaína, 140 trouxinhas de maconha, 110 pedras de crack e 30 tabletes de maconha. No início da noite, o Bope informou ter encontrado um campo de treinamento de traficantes no alto do morro do Adeus.

A transição para a PM no Alemão ocorre no momento em que se tenta administrar uma crise na Rocinha, com a volta da disputa pelo tráfico.

Em uma semana, cinco pessoas foram mortas na favela. Na segunda, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, foi morto com três tiros. Presidente de uma das associações de moradores da região, era apontado pela polícia como tesoureiro do traficante Nem, preso em novembro.

Para alguns policiais, a área do Complexo do Alemão está controlada, mas não pacificada. Nos últimos dias, houve uma denúncia de tortura contra militares e ataques de menores aos homens da Força de Pacificação. "Não foi fácil em nenhum lugar que a gente pacificou. Obviamente essas pessoas que estão com seus interesses criminosos contrariados podem reagir", afirmou o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

Ele compara a situação da Rocinha (zona sul) a problemas em outras UPPs, como a da Cidade de Deus (zona oeste) e São Carlos (centro). Mas em nenhum deles houve confronto entre duas facções de traficantes como vem acontecendo na favela da zona sul há 20 dias. "Se for preciso, vamos botar mais policiais na rua."

Hoje, 40 policiais recém-formados iniciam o patrulhamento na favela da Rocinha. Vão se juntar aos 130 PMs enviados para a comunidade na última sexta-feira.

Fonte: / NOTIMP

---

Exército bate em retirada e PM assume

Forças Armadas deixam parte do aglomerado de favelas do Rio ocupado no fim de 2010 dentro do prazo previsto para a instalação de UPPs

Cerca de 750 policiais militares participaram ontem da implantação de unidades de polícia pacificadora (UPPs) nas comunidades Nova Brasília e Fazendinha, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. A operação contou com participação de agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque, da Companhia de Cães e do Grupamento Aéreo Marítimo (GAM), além de 300 policiais recém-formados que já vão compor as novas UPPS. Os policiais substituem os militares do Exército nas localidades.

A PM já instalou dois centros de controle nas duas comunidades. As novas unidades vão funcionar provisoriamente dentro de contêineres posicionados ao lado das estações dos teleféricos. Um homem foi preso pelo Bope de manhã. Segundo a PM, o homem detido era foragido da Justiça, acusado de receptação. Ele foi levado para a sede da Força de Pacificação. A PM não divulgou o nome do preso.

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, vistoriou os novos centros. As unidades fazem parte do processo de instalação da UPP. As sedes permanentes ainda estão em obra. O coronel apresentou também o comandante da UPP da Nova Brasília, o major Edson Raimundo dos Santos. Falta ainda nomear o capitão da UPP da Fazendinha. Desde as 4h, o Bope estava na Favela Nova Brasília, enquanto o Choque ocupava o Morro da Fazendinha. A ação policial, segundo a PM, é o protocolo a ser cumprido conforme o decreto para implantação da UPP.

Simultaneamente, os policiais que farão parte dessas UPPs participavam desde as 4h do patrulhamento no entorno das comunidades. Os policiais do Bope e do Choque fizeram uma varredura nas favelas em busca de drogas e traficantes remanescentes. A ação do Bope na região deve durar uma semana. Em seguida, os policiais vão ocupar aos poucos as outras favelas do Complexo do Alemão para implantação de novas UPPs. Rumores nas comunidades davam conta que as escolas estavam fechadas, mas os professores estavam nas salas de aulas aguardando os alunos.

O comércio funcionou normalmente e a população saiu para trabalhar. Os moradores foram revistados e a documentação de motoqueiros foi cobrada. Três helicópteros da Polícia Militar fizeram uma ronda. A Polícia Militar divulgou nota informando que a ouvidoria das polícias e a corregedoria da corporação acompanharam a operação. A PM pede que moradores façam denúncias pelo Disque Denúncia para que traficantes e armas sejam localizados. A intenção é encontrar os que ainda estejam atuando na área. Segundo o serviço de inteligência da PM, traficantes do segundo e terceiro escalões que ficaram nas duas comunidades são os responsáveis pela venda de drogas na região.

EXPECTATIVA

Na segunda-feira já era possível notar a retirada gradativa dos militares da Força de Pacificação do Alemão. No interior das favelas, só eram vistos homens do Exército perto das estações do teleférico. Nas ruas, o clima era de expectativa entre moradores. Muitos temem a saída do Exército. "Tenho medo de que isto aqui fique como era antes. Hoje existe tráfico, sim, mas de forma mais velada, sem armas nas ruas", disse uma comerciante. Segundo dados levantados pelo serviço de inteligência da PM, até armas grandes já entraram na região, principalmente no Complexo da Penha.

No Alemão, há pistolas e o tráfico atende basicamente ao consumo interno. Segundo o relações-públicas da Força de Pacificação, tenente-coronel Fernando Fantazzini, toda a tropa que está ocupando o Complexo do Alemão sairá para dar lugar aos homens do Bope. Ele informou que os 900 militares do Exército que ocupam a região em sistema de escala serão distribuídos entre a Serra da Misericórdia e favelas do Complexo da Penha, principalmente a Vila Cruzeiro.

OCUPAÇÃO EM 2010

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, com apoio da Marinha do Brasil, fez uma operação especial para tomar o controle da Vila Cruzeiro, em 25 de novembro de 2010. tomar o controle da Vila Cruzeiro. Os traficantes fugiram para o Complexo do Alemão e, em 26 de Novembro, a PM, a Polícia Federal, a Polícia Civil e as Forças Armadas se posicionaram nos arredores do Alemão, na tentativa de tirar o controle do tráfico na região, como fizeram na Vila Cruzeiro no dia anterior. Houve intenso tiroteio. Em 28 de novembro, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e as Forças Armadas retomaram o Complexo do Alemão e os traficantes fugiram pela mata. A previsão inicial era de que o Exército permaneceria na área por mais de uma ano e meio.

O QUE MUDA

400 militares do Exército saem

750 PMs assumem

200 do Bope ocupam a Favela Nova Brasília

200 do Choque ocupam a Fazendinha

300 são do Comando de Polícia Pacificadora

50 são do policiamento com cães e aéreo


Fonte: / NOTIMP


Leia também:









Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented