Tradição e modernidade marcam Dia da Aviação de Asas Rotativas
Enquanto as aeronaves de hoje demonstravam a tecnologia no ar, no solo do histórico Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro (RJ), os veteranos da aviação de helicópteros da Força Aérea Brasileira recebiam o reconhecimento pelos feitos do passado. Foi assim a comemoração do Dia da Aviação de Asas Rotativas, celebrado nesta sexta-feira, três de fevereiro.
A escolha da data já é uma homenagem aos militares da Força Aérea Brasileira que no dia 3 de fevereiro de 1964, voando helicópteros H-19 da Organização das Nações Unidas (ONU) no Congo, realizaram uma missão real de resgate em combate, sob ameaça de uma força hostil. Foi a primeira do tipo na história da FAB. Um dos tripulantes dos H-19 era o atual Brigadeiro Ércio Braga, hoje na reserva. "Aquele dia 3 de fevereiro marcou a minha vida. Eu tenho muito orgulho de ter feito isso como piloto da FAB, como piloto de helicóptero", afirmou.
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O resgate em combate é até hoje uma das principais missões treinadas pelos Esquadrões de asas rotativas na FAB. A diferença é que agora os helicópteros podem cumprir várias outras tarefas, como o combate aéreo e operações especiais. As aeronaves também evoluíram: os novos AH-2 Sabre, por exemplo, são equipados com um canhão calibre 23mm e podem disparar mísseis ar-solo. Já o H-36 Caracal, com uma unidade já recebida pela FAB, é o único modelo do hemisfério sul capaz de ser reabastecido em pleno voo. A FAB também conta atualmente com helicópteros H-60 Blackhawk, H-34 Super Puma, H-50 Esquilo e H-1H.
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Homenagens
Com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro Juniti Saito, a comemoração do dia da aviação de asas rotativas envolveu ainda uma homenagem especial ao Tenente Brigadeiro Carlos Alberto Pires Rolla, veterano com 6 mil horas de voo, das quais mais de 3 mil em helicópteros. "Eu hoje tenho a honra de dizer que praticamente voei todos os helicópteros que a Força Aérea tem", disse. O Brigadeiro, atualmente na reserva, elogiou a tecnologia das novas aeronaves da FAB, e disse que hoje a aviação de asas rotativas está pronta para cumprir qualquer tipo de missão.
Na solenidade também aconteceu a imposição da medalha Mérito Operacional Nero Moura aos Comandantes de unidades de helicóptero que destacaram no cumprimento da missão. Uma das comendas foi recebida pela Senhora Araúna da Costa Martins, viúva do Coronel Aldir Raposo Martins. "Eu fiquei muito honrada quando soube que ele seria homenageado pela Força Aérea. É uma honra para mim, para meus filhos e para os meus netos", contou, emocionada.
Ao final, pilotos de aviação de asas rotativas do passado e do presente marcharam juntos. "Eu me sinto emocionado, principalmente por estar participando aqui com militares que foram e ainda são exemplos para a gente", disse o Tenente Coronel Alex Moura Amaral, atual Comandante do Esquadrão Pantera, de Santa Maria (RS), e piloto de H-60 Blackhawk.
O Brigadeiro Ércio Braga lembrou ainda que a aviação de asas rotativas, apesar de tantas mudanças, surgiu e mantêm sua missão de atuar na busca e no resgate de pessoas, o que para ele é uma característica única. "A missão de resgate é a mais nobre, mais gratificante e mais arriscada que se faz. E ela só pode ser feita por um piloto de helicóptero", explicou.
Fonte: Agência Força Aérea