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Pará: Empresa nega pane mecânica em avião

A hipótese de que uma pane mecânica tenha provocado o acidente que envolveu o bimotor modelo King Air S90, de responsabilidade da Tail (Táxi Aéreo Itaituba Ltda), foi refutada ontem pelo representante do proprietário da aeronave, André Rodrigues.

Os primeiros indícios, apontados por testemunhas, davam conta de que, sem força no motor do avião, o piloto teria optado por um pouso de emergência na baía do Guajará, próximo à Base Naval de Val-de-Cans.

“Nós já sabemos o que motivou esse pouso forçado da aeronave, mas não vamos nos antecipar aos resultados das investigações do Seripa [Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos] que está trabalhado nisso. O que eu posso garantir 100% é que não houve pane de motor”, afirmou André, que também é diretor administrativo da Tail. Segundo ele, o avião, que tem capacidade para oito pessoas, é referência no transporte executivo e não apresentava sinais de problemas. “A recomendação de manutenção para esse tipo de aeronave é de 100 horas de voo, estávamos longe desse limite. O avião voou seis horas de São Paulo a Belém, sem problema nenhum”, defendeu.

André Rodrigues informou ainda que o proprietário da aeronave é de Teresina (capital do Piauí) e já está tomando todas as providências para a retirada do avião da baía. Eles já teriam dado entrada com os documentos necessários junto à Capitania dos Portos e à Base Naval e agora aguardam autorização para iniciar o serviço.

A expectativa da empresa é que os trabalhos tenham início na terça ou quarta feira da próxima semana. Embora arque com os custos, a Tail não terá acesso ao avião, que ficará à disposição do (Seripa) para perícia.

CAPITANIA

A assessoria de comunicação da Capitania dos Portos confirmou o recebimento, na manhã de ontem, do plano para retirada da aeronave da baía. Agora, uma equipe técnica deve analisar a documentação para emitir um parecer, ainda sem data prevista.

SESPA

Na última quinta-feira a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) afirmou que a aeronave pertencia à Norte Jet Táxi Aéreo e estava prestando serviços de UTI Aérea para o órgão. Procurada pelo DIÁRIO, a empresa citada limitou-se a negar que fosse responsável pelo avião.

Ontem, a Tail confirmou ter responsabilidade sobre o bimotor, mas o diretor administrativo, André Rodrigues, afirmou desconhecer qualquer contrato com a Sespa. “Se eles [a Sespa] alugaram alguma aeronave conosco, avisa para passarem aqui e efetuar o pagamento”, ironizou.

A equipe de reportagem tentou contato com Paulo Campos, coordenador estadual de Urgência e Emergência da Sespa, mas ele não atendeu as ligações. Por telefone, a Assessoria da Sespa reforçou a informação de que mantém com a Norte Jet um contrato para transporte de pacientes em um jatinho da empresa que funciona como UTI móvel. Disse ainda que esse avião estaria em manutenção e que por esse motivo é possível que a empresa tenha alocado os serviços da Tail. A Assessoria não soube informar sobre que equipamentos de saúde estariam submersos com o monomotor.

INVESTIGAÇÃO

A investigação sobre as possíveis causas do acidente já foram iniciadas pelo Seripa, mas como o processo é sigiloso, o órgão está impedido de fornecer informações à imprensa. A Assessoria de Comunicação da Aeronáutica informou apenas que a investigação deve incluir visitas ao local, registro de imagens, entrevistas com os envolvidos e perícia técnica, após a retirada da aeronave da baía.

Não há prazo para que o processo investigativo chegue ao fim e o laudo emitido terá caráter unicamente preventivo, com a função de evitar que novos acidentes do tipo se repitam.

Fonte: Diário do Pará / NOTIMP









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