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Inchaço da Infraero desafia concessionária



Número de funcionários da estatal cresceu 63% desde o início do governo Lula; eles terão estabilidade por 2 anos .

Aeroportos asiáticos, considerados os melhores do mundo, têm menos empregados por passageiro que no Brasil
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GUSTAVO PATU/DIMMI AMORA .

As empresas privadas que assumirão a administração de aeroportos brasileiros terão de lidar com um quadro de pessoal que foi multiplicado nos últimos anos pelo governo petista.

Dados e documentos oficiais apontam excessos de funcionários e baixa produtividade da mão de obra no setor. Um estudo vê ainda sinais de "inchaço" na burocracia da estatal Infraero, responsável pela infraestrutura aeroportuária do país.

O número de empregados da empresa teve expansão de no mínimo 63% desde o início do governo Lula, passando de 8.100 para 13,3 mil ao final de 2010.

Os balanços de 2011, ainda não divulgados, deverão mostrar um contingente de 13,9 mil contratados, distribuídos entre os 67 aeroportos e as funções administrativas, sem contar os terceirizados.

Trata-se de um crescimento só superado, entre os setores sob exploração das estatais federais, pela Petrobras e suas subsidiárias. Como comparação, o aumento do funcionalismo civil dos ministérios, motivo de críticas à gestão do PT, ficou em 17% no mesmo período.

EFICIÊNCIA

A ampliação do quadro da Infraero tem, ao menos, uma explicação mais palpável: a igualmente vigorosa elevação do número de passageiros, resultado de crescimento econômico e ascensão social.

Essa política, no entanto, manteve os aeroportos do país em baixos patamares de eficiência e produtividade, segundo indicadores adotados internacionalmente.

Considerado o contingente próprio da estatal, havia um funcionário da Infraero para cada 12,7 mil passageiros no ano retrasado.

De acordo com a ATRS (Sociedade para Pesquisa em Transporte Aéreo, na sigla em inglês), os aeroportos da América do Norte atendem a mais de 40 mil passageiros por empregado anualmente.

Analistas recomendam cautela na comparação, porque os diversos graus de terceirização podem afetar os resultados. Mas, nesse caso, as diferenças são grandes o suficiente para ilustrar o mau desempenho do Brasil.

Dos três aeroportos cuja exploração já foi leiloada para a iniciativa privada, o de Brasília tem os melhores indicadores (perto dos 30 mil passageiros por empregado); o de Guarulhos está próximo da média nacional, e o de Campinas, abaixo.

EXCESSO

Um trabalho promovido há dois anos pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sintetizou conclusões de estudos anteriores sobre os aeroportos brasileiros.

"Os aeroportos brasileiros têm excesso de funcionários: 50% a mais de funcionários por passageiro que a BAA [administradora privada, responsável, entre outros, pelo aeroporto de Heathrow, em Londres]", diz o texto, sobre estudo de 2001.

Com dados de 2008, o trabalho aponta também que a sede e as superintendências respondem por 23% dos quadros da Infraero.

"Todos os indicadores de participação do pessoal (...) sugerem um inchaço, tanto da sede como das superintendências", afirma-se.

Frase

"Os aeroportos brasileiros têm excesso de funcionários: 50% a mais por passageiro que a BAA [administradora privada, responsável, entre outros, pelo aeroporto de Heathrow, em Londres]"

ANAC

Quadro cresceu por demanda em alta, diz estatal

O diretor administrativo da Infraero, José Eirado, justificou o crescimento do número de empregados da empresa devido ao grande aumento do número de passageiros da aviação civil e à grande quantidade de projetos de ampliação.

"No início da década passada, tocávamos dois a três projetos. Agora, temos 44 em andamento. Além disso, o crescimento da aviação foi de mais de 100% nos últimos cinco anos", disse o diretor.

Eirado disse que a negociação com os empregados da empresa sobre as regras de transição para as novas concessionárias envolveram garantias. Os que forem escolhidos pela nova concessionária poderão voltar à estatal em até 18 meses. Se, depois desse prazo, permanecerem na nova concessionária, ganharão direito a cinco anos de estabilidade.

Para Eirado, só depois do período de transição de seis meses após a assinatura dos contratos, em que a Infraero e as novas concessionárias vão administrar juntas os terminais, é que se terá ideia de quantos trabalhadores vão voltar para a Infraero.

Fonte: / NOTIMP









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