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Empregados são fonte de ideias da Boeing



Num esforço para elevar a produção de seu avião campeão de vendas 737 para atender à crescente demanda de companhias aéreas, a Boeing Co. está recorrendo a trabalhadores como Jay Dohrmann para agilizar a linha de montagem. Dohrmann, um engenheiro de 46 anos, é parte de uma iniciativa da empresa que estimula empregados a criar formas de tornar o processo de produção mais eficiente e evitar a necessidade de expandir fábricas e custos. Essas equipes de inovação crescem à medida que a Boeing busca elevar a produção do jato em até 71%.

Dohrmann, por exemplo, criou as capas de lona que agora cobrem os quatro pneus do trem de pouso principal quando os aviões avançam na linha de montagem. As capas resolveram um problema sério: pedaços de metal soltos no chão de fábrica às vezes furavam os pneus. A solução ajuda a Boeing a economizar cerca de US$ 10.000 para cada pneu que precisa ser trocado —ou uns US$ 250.000 por ano na fábrica de Renton, com base na média histórica de acidentes —, sem contar os custos com mão de obra para trocá-los.

Dohrmann teve a ideia depois de ver uma corrida de motos e perceber que as equipes usavam capas para aquecer os pneus e dar a eles mais aderência à pista. "É uma sensação boa", disse o engenheiro. "Odiava ver esses aviões no guincho para troca de pneus no fim da linha."

A Boeing começou a dar ênfase às ideias geradas por empregados em Renton no fim dos anos 90, quando a fábrica de 737 passou a adotar técnicas "enxutas" de produção que foram desenvolvidas pela indústria automobilística japonesa e adaptada pelas montadoras americanas na década de 80.

No ano passado, outra equipe descobriu uma forma de reorganizar o espaço de trabalho para preparar de uma só vez quatro turbinas em vez de três para fixação às asas de um 737. Um exemplo famoso que ajudou a perpetuar a iniciativa envolve carregadores normalmente usados na agricultura para despejar fardos de feno em caminhões. Há alguns anos, empregados da Boeing sugeriram usar os carregadores para levar os assentos de passageiros aos jatos, uma prática usada até hoje. Agora, os funcionários da Boeing estão formando mais dessas equipes num esforço de melhorar a produção, mantendo os custos baixos. Atualmente, existem mais de 1.300 times de inovação na divisão de aviação comercial da empresa.

Os empregados de Renton elevaram recentemente a produção de jatos 737 de 31,5 por mês para 35, e a Boeing, que tem sede em Chicago, tem a meta de produzir 42 jatos por mês em 2014. Executivos da companhia dizem que estão estudando formas de chegar à marca de 60 jatos por mês à medida que planejam uma nova versão do avião, chamada 737 Max, um jato que a Boeing espera começar a entregar em 2017. A empresa está tentando reduzir o tempo de entrega de uma carteira de encomendas de cerca de 3.700 aviões, incluindo cerca de 2.300 modelos 737.

A Boeing também busca intensificar o controle sobre sua cadeia de fornecimento, contratar milhares de funcionários e fornecer mais treinamento para novos mecânicos de avião como parte de um esforço para aumentar a produção sem criar grandes problemas. As equipes de inovação da Boeing são compostas de empregados de diferentes setores, de mecânicos a engenheiros, e tendem a se concentrar em uma parte específica de um avião.

"Como produzir mais aviões sem ter que expandir o prédio?" Essa é a questão que os gerentes da Boeing em Renton continuamente procuram responder, disse Eric Lindblad, vice-presidente das operações de fabricação do 737. "Os dilemas de espaço são a força por trás da criatividade."

Alguns projetos de empregados levam anos para dar resultados. Um grupo, por exemplo, gastou cerca de cinco anos em um novo processo para a montagem dos tubos hidráulicos que vão para a roda do trem de pouso do 737. Os trabalhadores costumavam se amontoar na linha de montagem para instalar cerca de 650 tubos individuais, um processo que consumia todo o turno diurno e parte do noturno para cada jato. Era "um balé delicadamente cronometrado", diz Neal Buford, líder da equipe de instalação de rodas. Neal fez parte do time de engenheiros, mecânicos e outros funcionários que descobriram como usar aproximadamente 25 montagens de tubos feitas em outra fábrica da Boeing.

Agora, os mecânicos da linha de montagem do 737 instalam essas peças maiores, e outros 100 tubos individuais, economizando cerca de 30 horas do trabalho mecânico em cada avião. A Boeing leva hoje cerca de 11 dias para a montagem final dos 737 na fábrica de Renton, frente aos de 22 dias de uma década atrás. Mas Lindblad disse que a meta da empresa no curto prazo é a baixar o tempo de produção para nove dias.

Fonte: The Wall Street Journal / NOTIMP









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