Deputado quer mais investimentos nos projetos de defesa nacional
Larissa Ponce .
O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) afirmou nesta quarta-feira (15) que é necessário garantir recursos de forma contínua para os projetos de defesa nacional. Durante debate do Seminário Estratégia Nacional de Defesa, promovido na Câmara, o deputado disse que o setor é estratégico e deve ser prioritário para o País.
“Estamos diante de uma oportunidade histórica de afirmação da soberania nacional, que se dá também pela afirmação da capacidade de produzir o conhecimento”, disse o deputado, em relação ao desenvolvimento da indústria nacional de defesa.
MP aprovada
Na opinião do diretor de Desenvolvimento de Negócios na Odebrecht Engenharia Industrial, Manoel Antonio Nogueira, a aprovação da MP 544/11 no plenário da Câmara foi o passo inicial para a reestruturação da defesa nacional.
Assim como Jardim, Nogueira destacou a importância de formar pessoal e manter os investimentos no setor, que se baseia em projetos de longo prazo. “O desenvolvimento tecnológico é fundamental para o desenvolvimento industrial. Ele gera soberania e desenvolvimento nacional”, disse.
Empregos
Para o vice-presidente-executivo para o mercado de defesa da Embraer, Luiz Carlos Aguiar, a capacidade de o Brasil fabricar produtos de defesa – como o avião KC-390, da própria Embraer – ditará os rumos do País no mercado externo. Ele lembrou que os investimentos na área de tecnologia se traduzem em empregos altamente qualificados e bem remunerados.
Conforme dados apresentados pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Orlando José Ferreira Neto, a indústria de defesa gera hoje no País 150 mil empregos. A aprovação da MP 544/11 e sua posterior transformação em lei pode aumentar esse número para 300 mil e também possibilitar ganhos não só no mercado interno, mas também no externo.
“Todos queremos transformar a indústria de hoje, que é de 3,5 bilhões de dólares, em uma indústria de quase 12 bilhões de dólares. Mas para isso temos o desafio de assegurar a sustentabilidade do mercado interno e de garantir orçamento público, além de enfrentar o gargalo dos recursos humanos”, disse.
Financiamento
No seminário, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix, destacou que, atualmente, 70% dos investimentos da instituição dizem respeito a áreas prioritárias do Plano Brasil Maior, que prevê ações de política industrial, tecnológica e de comércio exterior. Em 2011, a financiadora contratou R$ 2,9 bilhões, valor 74,5% maior que o de 2010, somente em crédito para as empresas e a indústria de defesa.
Na avaliação de Arbix, são necessárias outras fontes de arrecadação para projetos estruturantes, como o Sistema de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron) ou o satélite geoestacionário. Ele disse que uma dessas fontes poderia ser o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Temos que trabalhar para ter, dentro do Orçamento, um pedaço para as prioridades de governo na defesa nacional. Caso contrário, não vamos andar", defendeu.
A Finep é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Fonte: Camara dos Deputados / NOTIMP