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Confins rumo à privatização



Venda de 51% dos terminais de Brasília, Guarulhos e Campinas por R$ 24,5 bilhões, com ágio de 348%, abre caminho para concessão do aeroporto mineiro ainda este ano .

Sílvio Ribas e Geórgea Choucair .

O governo arrecadou R$ 24,53 bilhões com os leilões dos aeroportos de Brasília, Guarulhos (Cumbica-SP) e Campinas (Viracopos-SP), feitos na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Com 11 consórcios em disputa e 22 propostas iniciais, o ágio obtido — 348% acima dos R$ 5,47 bilhões dos lances mínimos somados — surpreendeu analistas e participantes. "No governo, é assim: termina uma etapa e começa outra. Agora, é garantir administração eficiente dos três aeroportos", afirmou a presidente Dilma Rousseff.

Logo que foram anunciados os vencedores dos leilões, começaram também as especulações em torno da segunda rodada de transferência de grandes terminais para a iniciativa privada. Embora o governo ainda não tenha anunciado o plano de outorgas para o setor, previsto para março, a expectativa da própria Secretaria de Aviação Civil (SAC) é iniciar a licitação de mais três no próximo semestre.

No topo da lista estão os de Confins (MG), do Galeão (RJ) e Congonhas (SP). Há quem aposte ainda na inclusão dos aeroportos internacionais de Recife e Manaus. "É natural que os consórcios derrotados sejam automaticamente candidatos fortes para a segunda rodada, com a vantagem de ter mais conhecimento das regras e do mercado", aposta Marlon Ieri, advogado de um dos grupos.

O subsecretário de Assuntos Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Luiz Antônio Athayde, revelou que a gestão compartilhada do governo com a iniciativa privada mostra confiança no processo de concessão. "O setor aeroportuário tem grande interesse para o país. E o aeroporto de Confins é um dos que registram o maior índice de crescimento", afirma. De 2010 a 2011 o número de passageiros em Confins saltou de 7,26 milhões para 9,35 milhões, alta de 28,89%, segundo a Infraero.

"De novo o Brasil deu uma demonstração de que é um ambiente seguro de investimento. Ter um certame com tanta disputa mostra isso", comemorou o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. A capital federal gerou a concorrência mais acirrada, levando a um ganho de 673,89%. Saiu vencedor da concessão, por 25 anos, o grupo Inframérica, liderado pela construtora catarinense Engevix em parceria com a operadora argentina Corporación América, que ofereceu R$ 4,5 bilhões, quase oito vezes mais que o fixado no edital da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O grupo vencedor de Brasília é o mesmo responsável pelo controle do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Natal (RN), leiloado em agosto.

Mais cobiçado entre os três, o aeroporto de Guarulhos foi arrematado por R$ 16,21 bilhões, num ágio de 373,5%. O consórcio vencedor, Invepar, formado pela Invepar Investimentos e a operadora sula-fricana Airport Company South Africa, venceu a concessão de 20 anos ficando no topo das 10 ofertas iniciais, com R$ 12 bilhões a mais que o mínimo. Campinas, por sua vez, ficou com a associação entre Triunfo, UTC Participações e a operadora francesa Egis Airport Operation, oferecendo R$ 3,82 bilhões — 159,75% de ágio. O contrato é de 30 anos.

Fonte: / NOTIMP









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