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Chefe do Seripa VII afirma que Região Amazônica tem os menores índices de acidentes aéreos do Brasil

Major aviador da FAB Arthur de Souza Rangel, chega a Manaus com o desafio de assumir o comando do Seripa VII, órgão ligado ao Ministério da Defesa que tem como atribuição promover o planejamento, controle e execução da prevenção e investigação de acidentes aéreos na Amazônia .

ImagemEm 2011, 127.946 operações de pousos e decolagens de aeronaves foram registradas na Amazônia .

Apesar de considerar o número relativamente pequeno, se comparado aos registros de aeroportos como o de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, onde 730 mil operações foram feitas no mesmo período, o major aviador da Força Aérea Brasileira Arthur de Souza Rangel, 39, chega a Manaus com o desafio de assumir o comando do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), órgão ligado ao Ministério da Defesa que tem como atribuição promover o planejamento, controle e execução da prevenção e investigação de acidentes aéreos na Amazônia, região de dimensões continentais e com uma aviação regional que apresenta deficiências.

Em entrevista a A Crítica, o major explica as competências do Seripa VII, dentro do sua área de jurisdição (que abrange as cidades de Boa Vista, Cruzeiro do Sul, Manaus, Porto Velho, Rio Branco, Tefé e Tabatinga) e alerta para a necessidade da intensificação das ações de prevenção de acidentes aéreos. Numa região onde as distâncias são gigantescas e a infraestrutura aeroportuária é deficiente, os desafios parecem ainda maiores, mas nada que medidas eficazes de supervisão e planejamento não possam resolver e dar a certeza de voos seguros.

A área de segurança de voo é muito emblemática e de alta responsabilidade. Como o senhor caracteriza o trabalho feito pelo Seripa na Amazônia?

O trabalho de investigação e de prevenção está firmado no Código Brasileiro de Aeronáutica. Então começa pela importância que os países dão ao trabalho e o papel da Organização Internacional de Aviação Civil, com vários países membros, que detém como prerrogativa a Convenção de Chicago, que estabelece todos os parâmetros de investigação, prevenção, inclusive de colisões com pássaros, de forma bem detalhada. A investigação é um trabalho mundial e uma responsabilidade muito grande. No Brasil, temos o órgão central que é o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e regionalmente os Seripas (Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Nós investigamos a aviação civil, e dentro do Comando da Aeronáutica, existem as organizações que detêm os oficiais de segurança de voo, que fazem a parte de prevenção e investigação dentro das bases militares. Mas na aviação civil, cabe a nós, os Sete Seripas, fazer a investigação e prevenção em todo o Brasil.

Quais as condições de trabalho do Seripa VII atualmente?

O Seripa VII tem um efetivo pequeno de técnicos. São todos técnicos. Desde o soldado até o oficial que é o chefe, todos têm a formação. Não existe ninguém que trabalhe no Seripa que não tenha formação. A maior parte tem formação nacional e alguns poucos têm cursos internacionais. Temos atualmente dois oficiais investigadores e cinco graduados suboficiais sargentos, que auxiliam a fazer os relatórios e na parte técnica, dependendo do tipo de aviação, se helicóptero ou avião.

Esse número de técnicos hoje em atuação no Seripa VII é suficiente para a região amazônica?

Nós temos na Amazônia um movimento aéreo que é o menor do Brasil e por ser o menor temos poucas ocorrências de acidentes. Logicamente que os acidentes aeronáuticos, quando vemos na mídia, chamam a atenção e representam realmente uma preocupação. Mas, na Amazônia, a quantidade de acidentes e incidentes é pequena. Nosso efetivo cumpre todas as investigações sem problemas. É suficiente. O que gostaria de frisar é que, se ocorrerem acidentes ou incidentes simultâneos, nós temos como colocar militares para fazer simultaneamente as ações iniciais, porque nós contamos também com oficiais credenciados de Porto Velho e Boa Vista, que podem se deslocar. Eles também possuem a credencial tarjada.

Qual a área de jurisdição do Seripa VII?

Os estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. A Amazônia Ocidental é grande, porém o nosso efetivo nunca deixou de ir a um acidente por mais longe que seja e por mais difícil que seja chegar na região. Nós contamos, além de convênio com as empresas regulares, que permite que voemos na TAM, na Gol, conseguimos também o apoio das empresas pequenas para fazer os deslocamentos. Temos uma dotação de horas também para utilizar os helicópteros da Força Aérea Brasileira.

Considerando as condições da aviação regional na Amazônia, podemos considerar o número de acidentes registrados aqui como preocupante?

Não. Temos os dados que inclusive são ostensivos. Diria que os índices de acidentes e incidentes da região amazônica são os mais baixos do Brasil, embora a gente possa ter a falsa impressão de que pelas empresas utilizarem aviões de porte pequeno, que não são jatos grandes, são turbohélices ou até pequenos aviões de um motor só, o índice de insegurança está associado ao tipo da aeronave. Isso realmente não é um fato concreto. Por exemplo, no Estado de São Paulo, o Aeroporto de Guarulhos é o que tem o maior movimento anual de tráfego aéreo, inclusive com maior tráfego também de helicópteros, e é onde mais vemos acidentes, mesmo voando com a frota mais atualizada e o que há de melhor na aviação.

Como se encontra nossa frota regional?

No Norte, temos um movimento comparativamente menor. A nossa frota aqui de aviões para aviação é modesta, mas são aviões que cumprem as missões, e nem por isso estão envolvidos em acidentes que ocorram por fatores materiais. O fator material não está associado ao estado de segurança da aeronave, mesmo que seja um avião de um motor só, se houver um planejamento bem elaborado e a empresa faça a manutenção preventiva, esse avião vai cumprir a missão com 100% de segurança.

Fonte: JORNAL A CRÍTICA / NOTIMP









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