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Área de aeroporto internacional de Manaus já registrou neste ano quatro ocorrências de acidentes entre aviões e aves

As colisões envolvendo pássaros e aeronaves são referentes a janeiro de 2012. Existem locais considerados focos atrativos das aves e que são monitorados .

JÚLIO PEDROSA .

ImagemQuatro ocorrências de colisões entre aeronaves e aves já foram registradas entre os dias 1º e 31 de janeiro deste ano no Aeroporto Eduardo Gomes, de acordo com o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII). O órgão, vinculado ao Ministério da Aeronáutica, é encarregado de apurar os casos de acidentes aéreos na região Norte.

As colisões foram comunicadas, por meio de reportes (termo técnico para informe), ao Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) e são motivo constante de preocupação das autoridades aeroportuárias. Somente em 2011, sete focos atrativos de aves foram monitorados em Manaus, num raio de nove quilômetros da área patrimonial do aeroporto.

Os pontos estão localizados no condomínio Dom Bosco, no Bairro da Paz (dois); no conjunto Jardim de Versalles, Redenção; no São Raimundo; Santo Antonio; no aterro sanitário de Manaus; no Parque São Pedro e na Estrada do Bombeamento, Santo Antonio. O major Arthur Rangel, chefe do Seripa VII, explica que as ações de eliminação ou mitigação dos focos dentro da área patrimonial dos aeródromos são de competência da Infraero. Já os localizados fora desse perímetro, devem ser comunicados às autoridades municipais para a tomada de providências, que levem à eliminação do problema. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pode propor as ações de eliminação ou mitigação de focos.

Existe preocupação também em relação aos aeroportos de Ponta Pelada, “Eduardinho” e o Aeroclube de Manaus. Estes dois últimos estão situados na área de jurisdição do Eduardo Gomes. “Apesar de termos dois terminais aéreos (‘Eduardinho’ e ‘Eduardão’), trata-se de um aeroporto como um todo que é alvo das ações da Comissão de Prevenção de Perigo da Fauna”, explicou. Com relação ao Aeródromo de Ponta Pelada, há alguns anos entrou em vigor um Plano de Manejo de Fauna visando a diminuição dos focos atrativos nos limites internos do aeródromo e nas instalações militares.

Major Rangel ressalta que as atividades de sensibilização e educação ambiental são fundamentais nas áreas dos focos. Segundo ele, além do recolhimento do lixo, reposição e manutenção das lixeiras públicas com tampas para impedir o acesso das aves, é preciso também sensibilizar os moradores a respeito das consequências da destinação irregular ou equivocada do lixo doméstico. “As ações de prevenção passam necessariamente pela educação ambiental”, observa.

Apesar da grande quantidade de lixões a céu aberto existentes nos municípios amazonenses, a quantidade de reporte de ocorrências envolvendo o risco aviário nos aeródromos do interior é considerada pequena.

Solução "de olho" na Copa

Os aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014 preocupam as autoridades aeroportuárias. Por esta razão, uma lista prioritária deverá começar a ser elaborada este ano e encaminhada ao Cenipa pelos órgãos locais, Anac e Infraero, indicando a localização de novos focos atrativos e intensificando a tomada de medidas mitigadoras. No caso de Manaus, os terrenos baldios que geralmente são utilizados como lixeiras viciadas, às margens de rios e igarapés (que também servem equivocadamente como depósito de lixo) e até a vegetação nativa, são focos atrativos em potencial.

O risco aviário está presente, por exemplo, na Feira da Panair, na Manaus Moderna e no Porto da Ceasa, exatamente por conta do despejo irregular de resíduos. “A ave quer alimento fácil e o lixo jogado nas ruas de forma aleatória, que não tem como ser recolhido pelo poder público, daí a necessidade de um maior envolvimento da população”, alertou o major Rangel. A instalação de empreendimentos na área patrimonial do aeroporto Eduardo Gomes também pode gerar consequências para a atração de aves.

Média anual

Um aeródromo com maior número de colisões, quase colisões ou avistamento de aves está sempre no foco da comunidade aeronáutica. A média de reportes de colisões no Brasil é de 900 por ano, um número cada vez mais crescente em razão do crescimento demográfico das cidades.

Fonte:
A CRÍTICA.COM (AM) / NOTIMP








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