Aeroportos: Histórico desfavorável
Os futuros donos das concessões de Guarulhos, Brasília e Campinas — o controle só será repassado em maio — apresentam um histórico desfavorável quando o assunto é a administração aeroportuária .
A Corporación América, que arrematou o aeroporto de Brasília, passou a controlar terminais na Argentina em 1998, ao receber do presidente Carlos Menem o direito de explorar 35 deles no país, incluindo dois em Buenos Aires, que respondem por 90% do tráfego aéreo da região. Em menos de um ano, começou a atrasar os pagamentos e foi obrigado a renegociar o contrato em 2007, já sob a gestão de Nestor Kirchner. O acerto previu redução da dívida e devolução de 15% das ações da companhia ao governo.
"Trocar nossas operadoras brasileiras, que são avaliadas como medianas, por empresas estrangeiras desse tipo é trocar seis por meia-dúzia, ou talvez pior", disse o professor da Universidade de Brasília e ex-presidente da Infraero Adyr da Silva. Para ele, mesmo a sul-africana Airport Company South Africa e a francesa Egis Airport Operation têm operações pequenas ao redor do mundo.
Desorganização
Apesar da expectativa de investimentos, os aeroportos atualmente administrados por essas empresas apresentam os mesmos problemas conhecidos de longa data pelos consumidores brasileiros. Nas redes sociais, as reclamações são muitas. Os passageiros que circulam pelo aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, sob a responsabilidade da Corporación America, reclamam, sobretudo, do serviço de informação on-line ineficiente, da desorganização e da infraestrutura de setores do aeroporto, como as salas de embarque pequenas e desconfortáveis.
As críticas em relação à estrutura antiga se estendem ao Aeroporto Internacional San Carlos de Bariloche, também sob a tutela da empresa, apesar dos investimentos de 66 milhões de pesos feitos pelo grupo em 2011. O Tambo International Airport, principal terminal da capital sul-africana, sob a administração da ACSA, que arrematou o aeroporto de Guarulhos, também é alvo de várias reclamações. Os passageiros ressaltam, principalmente, os estacionamentos caóticos e a falta de profissionalismo por parte dos empregados. (GC)
Fonte: / NOTIMP