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Aeroporto de Congonhas é tombado por órgão municipal de São Paulo



Para Infraero, decisão do Conpresp após 8 anos dá flexibilidade para obras estruturais .

Nataly Costa e Rodrigo Brancatelli .

SÃO PAULO - Parte do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, foi tombada ontem pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp). Um processo de tombamento já estava aberto desde 2004, e mantinha o aeroporto "congelado" para grandes reformas. Congonhas recebe 16 milhões de passageiros por ano e é o segundo aeroporto mais movimentado do País, atrás apenas de Cumbica, em Guarulhos.

Agora, segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), vai existir mais "flexibilidade" para intervenções estruturais no aeroporto. A explicação dada pela estatal é que, enquanto estava congelado, não havia uma definição de quais elementos seriam tombados no aeroporto. Por isso, não se mexia em nada.

Com o tombamento definitivo, restringiram-se as áreas a serem preservadas como patrimônio histórico: o Pavilhão das Autoridades (prédio anexo ao aeroporto onde acontecem eventos), o terminal de embarque e desembarque de passageiros e uma estrutura de metal em arco triarticulado no hangar do aeroporto.

Apesar da definição, o tombamento dificulta planos da Infraero de ampliar o saguão de embarque - a obra teria de ser submetida à aprovação dos conselheiros do Conpresp.

É também um balde de água fria definitivo nos planos do Metrô, que planejava construir no entorno do aeroporto uma estação de monotrilho da futura Linha 17-Ouro. Com a iminência do tombamento, a ideia já estava sendo repensada pela Secretaria dos Transportes.

Como em todo processo de tombamento, a área envoltória do aeroporto também está protegida - por isso a dificuldade em se criar uma estação ali. O entorno da Avenida Washington Luís na frente do terminal, entre a Avenida dos Bandeirantes e a Rua Vieira de Morais, também foi tombado com o aeroporto.

O que foi tombado. No Pavilhão das Autoridades, ficam preservados o conjunto de oito espelhos decorados no bar do Salão Nobre, de autoria do arquiteto francês Jacques Monet. Está tombado também um painel de 3,5 metros de altura por 16 metros de extensão atribuído a Di Cavalcanti e Clóvis Graciano.

No terminal de embarque e desembarque, a preservação é das "características externas das fachadas da edificação voltadas para a Avenida Washington Luís" e dos "espaços internos e elementos arquitetônicos e artísticos do saguão central, antigo salão de dança e restaurante".

Obras de arte como o mosaico Mapa Mundi, criado pelos arquitetos Hernani do Val Penteado e Raymond Alberto Jehlen, e um busto do aviador Santos Dumont também estão tombadas.

No papel. Diversos planos de expansão do aeroporto, já saturado, jamais saíram do papel por razões variadas. A ampliação das pistas e a desapropriação de cerca de 2 mil imóveis para a criação de uma área de escape foram deixadas de lado em 2009 por pressão dos moradores do entorno.

Um estudo feito pela consultoria McKinsey em 2010 que previa 20 novos balcões de check-in e o acréscimo de 20% na capacidade também esbarrou na burocracia e não foi para frente.

Fonte: / NOTIMP

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