American Airlines negocia dívida de quase US$ 1 bi com o BNDES
Francisco Góes . O pedido de recuperação judicial da American Airlines (AA), feito nos Estados Unidos em 29 de novembro, foi uma má notícia para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A companhia americana, uma das maiores da aviação comercial do mundo, deve ao banco estatal brasileiro cerca de US$ 900 milhões, segundo estimativas do mercado.
O BNDES financiou mais de 200 aviões fabricados pela Embraer, modelos 135, 140 e 145, entregues à empresa entre 1998 e 2002. Do valor inicial do financiamento, de US$ 3 bilhões, a American já pagou aproximadamente 70%, ou US$ 2,1 bilhões.
Até entrar em recuperação judicial, amparada pelo Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, a American vinha cumprindo religiosamente os compromissos com o BNDES. O pagamento dos próximos vencimentos, em 2012, depende de negociações do banco com a companhia, com participação da Embraer. Existe a possibilidade de o BNDES ter de assumir, como credor, parte das aeronaves da Embraer hoje em poder da American para recolocar esses aviões no mercado. Por meio de sua assessoria de imprensa, o BNDES informou que foi procurado pela American e está em negociação. Mas não fez comentários sobre o caso e nem revelou os valores envolvidos.
O ponto de partida da negociação será uma proposta a ser apresentada pela American aos credores em seu plano de reestruturação. Em comunicado aos credores e locadores de aeronaves, o vice-presidente de desenvolvimento corporativo e tesoureiro da companhia, Beverly Goulet, afirmou que a empresa não poderá manter todos os aviões da frota atual, nem da American Eagle, outra companhia do grupo, e terá de negociar reduções substanciais no custo das aeronaves remanescentes.
A análise da empresa leva em conta encomendas de novos aviões feitas à Boeing e Airbus, para acelerar a renovação das aeronaves. Como resultado, não vai precisar de todos os aviões atualmente em seu poder. A frota combinada soma 900 aeronaves. Os modelos 135, 140 e 145 da Embraer, com capacidade para 37 a 50 passageiros, são aeronaves utilizadas em rotas regionais.
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