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Aéreas menores ganham espaço e fecham 2011 com 25% do mercado



Participação da TAM e da Gol, as maiores companhias aéreas do País, recuou de 81,13% em 2010 para 75,52% no ano passado; no total, o mercado aéreo nacional cresceu 15,72% em 2011, mas as empresas menores tiveram crescimento maior, de 29,75% .

EDNA SIMÃO .

Apesar de ainda dominarem o mercado doméstico, a participação da TAM e da Gol caiu de 2010 para 2011, o que abriu espaço para o aumento da presença de empresas menores. Um levantamento feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), obtido com exclusividade pelo "Estado", mostra que a participação das duas companhias cedeu de 81,13% para 75,52% no período.

A diminuição da concentração permitiu que a presença das empresas menores registrasse um crescimento de 29,75% na comparação entre dezembro de 2010 e o final do ano passado, atingindo a parcela de 24,48%.

O levantamento, feito pela agência reguladora com base nas informações enviadas pelas companhias aéreas, detalha ainda que a Gol detinha 34,56% do mercado em dezembro do ano passado, ante 37,06% apurados no mesmo período de 2010. Esses números não refletem a fusão da Gol com a Webjet, o que poderá gerar uma maior concentração do setor. No acumulado do ano, segundo a Anac, a participação da Gol saiu de 39,63% para 37,37%.

Situação parecida foi verificada com a TAM. Mesmo levando em conta os efeitos da aquisição da Pantanal, anunciada em dezembro de 2009 e incorporada aos dados da empresa em 2011, a participação de mercado do grupo recuou de 44,07% em dezembro de 2010 para 40,96% no final do ano passado. Se considerado o resultado do ano, essa porcentual cai de 42,76% para 41,19%.

"A Gol e a TAM perderam market share porque as outras companhias cresceram, principalmente, pela expansão da frota e oferta de novos destinos", disse o consultor em aviação Nelson Riet. A Azul, por exemplo, encerrou o ano com 49 aeronaves, contra 26 em 2010. Assim, conseguiu ampliar seu número de voos e elevar sua participação de mercado de 6% para 8,56%

O professor de transporte aéreo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Respicio do Espírito Santo minimiza a importância do market share. "A Gol e a TAM também transportaram mais passageiros em 2011, porque o mercado cresceu. O importante para elas é a rentabilidade", disse.

Os dados da Anac apontam que a demanda por transporte aéreo doméstico no Brasil aumentou 15,72% no ano de 2011 e 7,27% somente em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2010. De 2002 a 2011, a ampliação acumulada da demanda foi de 194%. Em 2011, a média de ocupação dos voos domésticos de passageiros foi de 70,18%. Somente em dezembro, essa taxa foi de 70,40%.

Analistas do setor e representantes do governo tem ressaltado que a maior demanda reflete a melhoria da renda dos brasileiros, aumento das promoções e facilidades para financiamento. Isso tem exigido do governo investimentos adicionais para ampliar a capacidade dos aeroportos. No próximo dia 6, o governo federal vai leiloar os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília para iniciativa privada, que farão investimentos para atender o aumento da demanda por conta da chamada da nova classe média e da Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016.

Mas, apesar de o crescimento do tráfego aéreo em 2011 ser muito superior à estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no ano - de 2,84%, segundo o boletim Focus -, ele desacelerou. Em 2010, a demanda cresceu 23,47%. "É mais uma adequação do mercado que uma desaceleração. Vínhamos crescendo a uma taxa muito forte em 2010", disse o professor da UFRJ.

A expectativa dele é que o mercado continue a crescer a uma taxa de dois dígitos em 2012. Mas o ritmo de expansão dependerá, principalmente, do preço oferecido pelas companhias aéreas. As empresas já sinalizaram que devem aumentar as tarifas, o que pode reduzir o apetite por passagens.

Voos internacionais. A demanda por voos internacionais aumentou 11% no ano passado. No acumulado entre 2006 e 2011, esse acréscimo foi de 62%.

No ano passado, a TAM conseguiu ampliar sua participação nesse segmento. Em dezembro de 2010, a empresa detinha 85,86% desse mercado operado pelas companhias brasileiras. Esse valor saltou para 88,94% no último mês de 2011. Já a presença da Gol, que correspondia a 13,12% em dezembro de 2010, passou para 9,74% no fechamento do ano passado.

Fonte: / NOTIMP

Foto: Mario Ortiz









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