Ministro descarta terceiro aeroporto em São Paulo
Numa entrevista em vídeo ao iG, Wagner Bittencourt também garantiu que não haverá caos aéreo neste fim de ano .
Anunciado em 2007 pela então chefe da Casa Civil Dilma Rousseff como solução para parte do caos aéreo no Estado que concentra o maior fluxo de voos do País, o terceiro aeroporto de São Paulo não deve sair do papel. De acordo com o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, não há previsão para um novo terminal na região.
"Não existe previsão de novo terceiro aeroporto uma vez que, para ter aeroporto, precisa ser avaliado pelo DCEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e ser aprovado se ele tem ou não impacto no setor e até agora não temos nenhuma proposta ou projeto que atenda esse requisito".
Em entrevista ao iG o ministro também comentou a iminência de um novo caos aéreo no final de ano e garantiu que não haverá problemas para os viajantes. “Estamos fazendo um grande planejamento para o fim de ano e trabalhando em conjunto com as companhias aéreas, autoridades aeroportuárias e fazendo investimento em pessoal e gestão”, disse.
Outra tema abordado foi o valor das passagens aéreas. Bittencourt avaliou que os preços tendem a cair, uma vez que a ampliação dos aeroportos existentes deve aumentar a competitividade, abrindo espaço para aeronaves de empresas que detém uma pequena fatia do mercado.
O ministro ainda falou sobre o controle do espaço aéreo que, apesar da criação da Secretaria de Aviação Civil, vai seguir nas mãos da aeronáutica. “Não haverá mudança. Não existe lei universal que diz que é de um jeito ou de outro. Esse jeito está funcionando e vai continuar assim”, disse.
Fonte: / NOTIMP
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Estado analisa área para aeroporto
Júlia GuimarãesO Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de São Paulo oficializou ontem a criação de uma câmara temática especial para promoção de estudos técnicos que indicarão a possível localização do terceiro aeroporto da RMSP. Os levantamentos serão realizados sob a coordenação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano e vão amparar as negociações do Governo do Estado junto à União para viabilização do projeto. As tratativas com o Palácio do Planalto deverão ocorrer a partir do próximo ano, depois que forem encerradas as concessões dos aeroportos federais de Cumbica, em Guarulhos, e Viracopos, em Campinas. A criação do grupo de estudos foi anunciada na manhã de ontem durante cerimônia que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A reunião do Conselho ocorreu no Memorial da América Latina, na Capital, e reuniu representantes de 37 dos 39 municípios da RMSP. Alckmin encerrou os trabalhos para anunciar o lançamento do Bilhete do Ônibus Metropolitano (leia mais na página 2). Após o evento, durante entrevista coletiva, ele comentou a criação da câmara temática e a necessidade de instalação do terceiro aeroporto. "O modal que mais cresce hoje é o aéreo. O segundo aeroporto que mais cresceu em número de passageiros no mundo foi Viracopos, em Campinas. Um das razões da criação do Conselho e das câmaras técnicas é pensar políticas públicas para a Região Metropolitana. Nós moramos na terceira maior Região Metropolitana do mundo, atrás apenas de Tóquio e Nova Deli. É obvio que a questão aeroportuária é importante. Urgente é ampliar Cumbica e Viracopos, mas temos que já pensar em um novo aeroporto especialmente para jatos executivos".
O Estado tem defendido a priorização da ampliação de Cumbica e Viracopos, de forma estratégica, até que se encerre o processo de concessão dos mesmos para evitar um possível mal estar com a União. Isso porque o Governo Federal teme que um anúncio antecipado da construção de um terceiro empreendimento possa esvaziar os leilões de privatização das unidades federais, previstos para ocorrer em janeiro. A expectativa é de que, após esse período, o Estado fale mais claramente sobre o assunto e forneça mais informações sobre o projeto, que é bastante amplo e inclui uma Parceria Público Privada (PPP) e a concessão dos 30 aeroportos sob administração estadual. Os primeiros detalhes foram fornecidos na última semana, pelo vice-governador Afif Guilherme Domingos (PSD).
Ontem, o secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, informou que a câmara especial do aeroporto deverá ser instalada no mês de janeiro, quando serão definidos os nomes de seus membros. O grupo, que terá representantes do Estado, municípios e sociedade civil, deverá trabalhar no levantamento de dados que indiquem e viabilidade de implantação do empreendimento. "O papel da câmara é exatamente formular os projetos em função das decisões do Conselho. No caso da câmara do aeroporto, nós vamos fazer estudos técnicos. Depois, nós vamos apresentá-los à Agência Nacional de Aviação Civil, porque quem licencia o funcionamento de aeroportos é a Anac, não somos nós", explicou.
Aparecido afirmou que os estudos é que vão determinar a localização do futuro aeroporto, que é pleiteado por Mogi das Cruzes há vários anos. "Há diversas cidades que pleiteiam. Mogi pleiteia, São Bernardo do Campo pleiteia, Caieiras pleiteia e estão aparecendo novas cidades. Então, temos de fazer um estudo aprofundado e, inclusive, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) tem de entrar nesta questão".
Independentemente da localização, há um consenso entre os prefeitos dos municípios que compõem a Região Metropolitana sobre a necessidade de ampliação do sistema aeroportuário. Consultados por O Diário, vários prefeitos do Alto Tietê chegaram a declarar apoio a Mogi das Cruzes no pleito pelo terceiro aeroporto (confira quadro com as declarações de alguns dos políticos ouvidos pela reportagem). O prefeito de Mogi, Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), não compareceu ontem à reunião do Conselho.
Fonte: Diário de Mogi / NOTIMP