Greve dos aeroviários provoca atraso em 45% dos voos em Congonhas
A greve dos aeroviários já afeta o movimento no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Segundo boletim da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), às 10 horas (horário de Brasília), 28 das 62 partidas domésticas programadas, ou 45,2%, registraram atraso superior a meia hora. Entre 9h e 10h, 15% dos voos estavam atrasados. Outros sete voos (11,3 %) foram cancelados (saiba seus direitos em caso de atraso ou cancelamento).
No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, a situação é mais tranquila e somente 9 partidas, ou 11,1%, têm atraso maior que meia hora. Segundo presidente do Sindicato dos Aeronautas do Município de São Paulo, João Pedro Passos de Souza Leite, a paralisação dos aeroviários em Guarulhos deve começar no final da tarde de hoje.
Na madrugada de hoje, cerca de 300 pessoas, ou 75% de funcionários do primeiro turno do aeroporto, entre as áreas técnicas e de manutenção, paralisaram suas atividades, de acordo com o diretor do Sindicato dos Aeroviários do estado de São Paulo, Francisco Alves.
"Antecipamos a greve marcada para as 23 horas de hoje para a parte da manhã, para sensibilizarmos os juízes que participarão da reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), marcada para as 13 horas", explica Francisco. Os aeroviários realizam também uma manifestação no saguão do aeroporto, que deve durar até as 12 horas, quando os manifestantes devem seguir para o TRT, no centro da cidade, segundo Alves.
De acordo com a Infraero, a paralisação e a manifestação dos aeroviários não afetam as operações do aeroporto, apesar de confirmar que havia grandes filas nos guichês de check in das empresas Gol e TAM, durante a manhã.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou na véspera que pelos menos 80% dos aeronautas e aeroviários trabalhem nas vésperas do Natal e Ano Novo. Se a determinação não for cumprida, os sindicatos das duas categorias poderão pagar multa diária de R$ 100 mil.
(Com Solange Spigliatti, do estadão.com.br)
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TAM diz que greve em Congonhas acabou; há voos atrasados em SP
A TAM disse que a paralisação parcial de seus funcionários no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, foi encerrada. A paralisação provocou atrasos e cancelamentos de voos na manhã desta quinta-feira.
De acordo com a Infraero (estatal que administra o aeroporto), 53 voos tiveram atrasos acima de 30 minutos, o que representa 47,9% do total programado no aeroporto no período das 0h às 12h de hoje. Também foram cancelados 20 voos, e havia também 12 voos atrasados por volta das 13h.
Segundo a TAM, parte dos funcionários do setor de rampa, responsáveis pelo manuseio de cargas e bagagens e pelos equipamentos de solo que atendem as aeronaves, cruzaram os braços desde a manhã.
A paralisação provocou o cancelamento de diversos voos da companhia e causa efeito cascata em outras empresas, como a Gol. Com as aeronaves paradas no aeroporto, não há espaço para outras operarem. A Gol afirma que seus funcionários não aderiram à paralisação.
A TAM afirma que "está totalmente empenhada em normalizar suas operações após o encerramento da paralisação parcial", e que os serviços estão sendo gradualmente retomados. "A TAM lamenta os transtornos experimentados pelos clientes", disse a empresa, em nota.
Os clientes podem conferir a situação de seus voos ligando para o número 4002-5700, nas capitais, ou 0800-5705700, para todo o Brasil.
Diversos passageiros reclamam da situação. O supervisor de engenharia Fabiano Belli, 44, disse que desistiu de uma viagem a trabalho a Brasília. Seu voo deveria ter decolado às 8h30, mas até as 10h ainda não havia previsão de horário.
"Os funcionários disseram pra gente que não tem gente para tirar as malas de dentro dos aviões. E que por isso não há previsão para nada. Quero ver quando chegar o ano da Copa", disse.
Os aeroportos do Rio de Janeiro estão operando normalmente nesta quinta-feira, segundo a Infraero, apesar dos atrasos registrados no aeroporto de Congonhas estarem afetando algumas partidas do aeroporto Santos Dumont.
MANIFESTAÇÃO
Sindicalistas que representam os aeroviários (funcionários que trabalham nos aeroportos) fazem uma manifestação no saguão de Congonhas desde a manhã.
Eles agitam bandeiras, usam caixas de som, e prometem greve geral a partir das 23h. O protesto ocorre no mesmo horário em que o Procon-SP realiza blitz para fiscalizar possíveis irregularidades nas companhias aéreas.
Até o fim da tarde o órgão deve divulgar um balanço das autuações.
O engenheiro João Lima, 48, que perdeu um voo para Brasília, discutiu com sindicalistas no saguão. "Eu acho a causa deles justa, mas essa negociação deveria ter ocorrido antes desta época do ano, porque nós usuários sofremos com isso", disse.
A TAM disse que "antecipou na última terça-feira 10% de reajuste nos pisos salariais, que inclui os funcionários de rampa; reajuste de 6,17%, equivalente ao INPC de dezembro de 2010 a novembro de 2011, a todos os demais funcionários da companhia; aumento de 10% nos valores do vale-refeição e do vale-alimentação (cesta básica) e a criação do piso salarial para a função de Operador de Equipamento, no valor de R$ 1.000,00".
GREVE
Com o risco da greve anunciada para hoje, o Snea (sindicato das empresas) recorreu à Justiça e ontem (21), o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro João Oreste Dalazen, determinou que pelo menos 80% dos aeronautas (pilotos e comissários) e dos aeroviários estejam em seus postos de trabalho nos dias 23, 24, 29, 30 e 31.
Se desrespeitarem a decisão liminar, o Sindicato Nacional dos Aeronautas, o Sindicato Nacional dos Aeroviários e os sindicatos dos aeroviários de Porto Alegre, Pernambuco e Guarulhos estarão sujeitos a multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento.
A Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil), ligada à CUT, afirmou que os sindicatos filiados ainda não foram notificados oficialmente e que só vão falar após tomarem conhecimento da liminar.
"Assim que forem notificados, os sindicatos irão avaliar a situação com suas assessorias jurídicas e submeter o caso às assembleias dos trabalhadores previstas para esta quinta-feira à tarde. Independente do limite de participação que foi imposto à greve, a mesma não é descartada pelos sindicalistas", afirmou a entidade, por meio de nota.
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Foto: Agencia Brasil