Empresas renegociam dívida sem pagar prêmio; Tam pagou mais
Maria Luíza Filgueiras .
Após Energisa, Fibria chega a acordo com credor e Lupatech está na fila; Tam pagou mais .
A temporada de renegociação com credores começou e as companhias que já atingiram o limite de endividamento acordado com debenturistas e têm conseguido rolar prazo e taxas sem pagar prêmio adicional por descumprimento de cláusulas, conhecidas como "covenants".
Energisa e Fibria já se sentaram com investidores e ajustaram o teto de endividamento sem ônus, e esta semana será a vez de Suzano e Lupatech. A Tam também renegociou, mas na contramão das demais, teve que dar remuneração extra para agradar os investidores.
Conforme antecipou o Brasil Econômico, essas companhias (e outras, como Gol Linhas Aéreas) buscam aumentar o limite de alavancagem sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), num cenário de crédito menos abundante e impacto de variação cambial.
Ontem, a Fibria Celulose comunicou que renegociou os termos dos empréstimos bancários que somam R$ 2,5 bilhões, sem pagar taxa ou juros mais altos. No novo acordo, a Fibria aumentou elevou o nível máximo de alavancagem para o final do quarto trimestre deste ano e o primeiro e segundo trimestres de 2012.
A empresa não informou o novo limite para a alavancagem, que era limitada a 4 vezes com os credores Santander, Citigroup e Bank of America.
Na sexta-feira, a Energisa também comunicou que seus debenturistas Banco do Nordeste, HSBC e Citi aprovaram elevação da relação entre dívida financeira líquida e Ebitda para 3,5 vezes, sem detalhar o teto anterior e sem apontar qualquer pagamento extra para tal ajuste. Ontem, a empresa informou que deve emitir até R$ 200 milhões em novas debêntures.
Já a Tam rompeu o teto de cobertura da dívida acima de 130% sobre o Ebitda e fez acordo com debenturistas de uma série emitida em 2006 para pagar prêmio de 0,9% por papel.
Próximas assembleias
Esta semana estão agendadas assembleias com debenturistas da Suzano, amanhã, e da Lupatech, na quinta-feira. A expectativa é que as companhias também consigam acordos, de preferência, sem desembolso extra.
No caso da Lupatech, que tem o BNDES como um dos principais acionistas, analistas acreditam não só num perdão do rompimento de dívida, contornando o que seria um calote, como num aporte extra por parte do banco de fomento. No caso da Lupatech, o descumprimento está relacionado a metas de resultado. O BNDES já sinalizou que tenta encontrar uma solução junto a outros investidores da companhia.