CENIPA criará registro específico para ocorrências de laser verde
Para identificar os aeródromos onde a recorrência é maior, o CENIPA planeja disponibilizar em sua página (www.cenipa.aer.mil.br), em 2012, um formulário específico para esse tipo de reporte. Com os dados será possível direcionar campanhas e ações conjuntas entre os órgãos da administração aeroportuária e o poder público local.
As brincadeiras têm se espalhado por todo o Brasil. A incidência dos casos começaram a aumentar a partir do ano de 2009. De acordo com o CENIPA, até o mês de novembro deste ano, foram relatados 38 casos em Londrina (PR), 36 no Galeão (RJ), 21 em Vitória (ES), 13 em Campinas (SP), 11 em João Pessoa (PB), 9 em Navegantes (SC) e 9 em Fortaleza (CE). “O que se vê hoje é uma maior facilidade de aquisição deste artefato e acredito que por isso no Brasil, nos últimos três anos, nós tivemos o incremento do número de reportes”, afirma o Major Aviador Márcio Vieira de Mattos, da Divisão de Aviação Civil do CENIPA.
As consequências da utilização do raio laser verde podem ser danosas, conforme alerta o Major Mattos, da Divisão de Aviação Civil do CENIPA. “A probabilidade de se derrubar um avião com equipamento de emissão de laser é baixa, mas não pode ser descartada, uma vez que nós temos na frota nacional aeronaves que voam com apenas um piloto.
Quando atingido diretamente nos olhos, o comandante do avião pode ter dificuldade de interpretar os instrumentos, cegueira momentânea e a formação de imagens falsas, que numa situação de decolagem ou pouso pode ser crítica”, explica o Major Mattos. “A probabilidade é baixa mas existe, e as conseqüências podem ser até catastróficas. Então nós temos que trabalhar em termos de prevenção”, complementa o Oficial do CENIPA.
Os relatos de ocorrências com laser não são recentes e tampouco exclusividade nos céus brasileiros. Há reportes de casos no Canadá, Reino Unido, Espanha e Estados Unidos. O primeiro caso relatado ocorreu em Los Angeles, no ano de 1993. O comandante de um boeing 737 foi atingido e obrigado a passar o controle dos comandos da aeronave para o co-piloto. Ele ficou quatro minutos sem conseguir interpretar os instrumentos.
Assim como soltar balões (Perigo Baloeiro), a brincadeira com raio laser pode render problemas com a justiça. “Utilizar o laser e atrapalhar a navegação área é um crime previsto no Código Penal Brasileiro”, ressalta o Major Mattos.
Veja reportagem do Fantástico: http://tinyurl.com/7ldmopo
Fonte: Agência Força Aérea
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Canetas com laser atrapalham pilotos e podem causar acidentes
"Brincadeira" afeta visão de pilotos durante pousos e decolagens. Código Penal prevê prisão para quem colocar aeronaves em perigo.
Uma brincadeira de mau gosto pode acabar em tragédia. Canetinhas de laser, aquelas comuns em apresentações, estão sendo usadas para atrapalhar pousos e decolagens de aviões. O número de queixas de pilotos disparou em 2011.
A reportagem do Fantástico foi até São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, para acompanhar uma missão do helicóptero Águia da Polícia Militar para encontrar autores de pontos de luz como estes. Em apenas 25 minutos de voo, foram cinco raios em direção ao avião.
Imagens mostram raios laser, vindos de canetinhas, iguais às de raio vermelho usadas em apresentações de empresas. Mas estas, de laser verde, são muito mais potentes: conseguem alcançar a cabine de um avião, a 400 metros de altura.
Em 2011, esse tipo de laser atrapalhou pelo menos 250 voos no país. Quatro vezes mais do que em 2010. Em Rio Preto, foram as queixas de pilotos que fizeram a polícia agir. O primeiro flagrante ocorreu apenas minutos após a decolagem. Com a ajuda de um holofote, os policiais tentam encontrar o autor. A surpresa: é uma criança.
“Olha, eu estava trabalhando lá no fundo, eu não vi. Os meninos estavam jantando até”, disse o morador após ser abordado. Dentro da casa, os meninos, de 11 anos, entregam a caneta de laser.
A brincadeira é perigosa e capaz de prejudicar a visão dos pilotos. Em voos noturnos, o laser provoca um clarão inesperado na cabine.
“É a mesma sensação de estar num quarto escuro, olhar pra uma lâmpada, acender e apagar. Você vai ficar com aquele branco na tua frente assim, que você não consegue ter referencia com quase nada”, diz o piloto Marcelo Prado.
O piloto perde contato visual com o que está à frente. Um perigo principalmente no pouso, que exige atenção total do comandante. Em alguns casos, o resultado é uma manobra brusca. Aconteceu com um piloto de helicóptero em São Paulo.
“Eu já tive que procurar fugir da luz pra tentar não só manter minha acuidade visual como também fugir desse desconforto que ela causa”, revelou Rodrigo Duarte, presidente da Associação Brasileira dos Pilotos de Helicópteros.
Aviões comerciais de companhias aéreas também são alvo. A situação ficou tão grave que o centro de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos adaptou o procedimento de informar sobre pontos de luz para pilotos e copilotos. Um deles deve sempre manter o olhar no painel de controle.
“Um dos pilotos do voo concentrado nos instrumentos internos do avião, enquanto o outro piloto olha pra fora. De forma que os dois não sejam alvejados ao mesmo tempo”, afirmou Marcio Vieira de Mattos, major do Cenipa.
Enquanto a tripulação precisa se virar para evitar acidentes, a febre do laser segue descontrolada pelo país. As canetas são vendidas livremente no Brasil, sem regulamentação. A reportagem encontrou o laser em cidades como São Paulo, Campo Grande e até dentro do Aeroporto de São José do Rio Preto.
Na internet, vídeos ensinam como aproveitar ao máximo a potência das canetinhas - ignorando seus riscos. E os riscos são muitos, mesmo à distância.
“Um laser pointer desse verde tipicamente consegue percorrer de 3 a 4km na atmosfera sem perda significativa de potência”, explicou o físico Anderson Zanardi de Freitas, pesquisador do Ipen.
Uma exposição prolongada a esse laser pode causar queimaduras irreversíveis nos olhos.
“Ele vai deixar de enxergar detalhes , enxergar cores e vai ter um campo de visão sempre com uma mancha no centro”, disse Ana Luisa Hofling-Lima, professora da Unifesp.
Polícia Militar fiscaliza lasers em direção a aviões de Rio Preto, SP
Em denúncia exibida pelo Fantástico, cinco pessoas foram flagradas. Ação é crime previsto no Código Penal e dá cadeia
O helicóptero Àguia da Polícia Militar de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, vai intensificar uma operação para flagrar quem estiver emitindo raio laser por canetas em direção a aviões na cidade. Apontar o laser para aviões acabou se tornando uma brincadeira muito perigosa que coloca em risco a segurança da aviação. É crime previsto no Código Penal e dá cadeia.
Em denúncia exibida pelo Fantástico, durante cerca de 25 minutos de vôo por Rio Preto, cinco pessoas foram flagradas emitindo o laser em direção a um monomotor. O helicóptero Àguia acompanhou a operação. Segundo o capitão Carlos Siqueira, quando o laser é apontado para a aeronave, a visão fica confusa. “A maior dificuldade que encontramos é quando o laser atinge a cabine, principalmente durante a aterrissagem, onde é necessário maior atenção”, explica Siqueira.
Segundo o delegado Luís Alberto Bovolon, quem for pego apontando lasers para aeronaves poderão ser punidos. “Durante o flagrante exibido pelo Fantástico, identificamos apenas crianças. Mas, o crime é grave e é caso de polícia. Em relação às crianças detidas, o Conselho Tutelar da cidade vai ouvir e orientar os responsáveis das crianças” ressalta. O Código Penal prevê pena de dois a cinco anos de reclusão para quem colocar aeronaves em perigo. Menores de 18 anos respondem por ato infracional.Fonte: / NOTIMP