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Aviões comerciais não tripulados podem ser resposta britânica à concorrência

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A inovação científica é o caminho apontado pelo Instituto de Engenharia Mecânica (IEM) do Reino Unido para o sector britânico da aviação manter a supremacia sobre a concorrência cada vez mais forte de economias em expansão – da China, Índia e Brasil. Os especialistas acreditam que a resposta está nos projectos de vanguarda, como aviões comerciais não pilotados e voos alimentados a energia solar.

As propostas integram o mais recente relatório daquele instituto, dirigido ao Governo britânico e aos agentes do sector. O IEM propõe um planeamento estratégico para o espaço aéreo, que passa por apostar em iniciativas inovadoras e “realizáveis” ao longo dos próximos 50 anos, caso as sugestões agora feitas sejam seguidas. Os especialistas dizem basear-se na tecnologia hoje disponível para avançarem esse intervalo.

“A indústria e o Governo deveriam acordar uma visão estratégica para investir no sector da aviação.” É esta a primeira recomendação do relatório, que sublinha a importância do espaço aéreo na economia britânica. Isto porque, apesar de os países emergentes estarem a ganhar quota de mercado, o Reino Unido continua a ser o segundo maior fabricante do mundo neste sector.

Os especialistas do IEM entendem que, não podendo competir com os baixos custos de produção daqueles países, os britânicos devem apostar na inovação para manter a sua posição de liderança no mercado. É essa a “visão estratégica” de que falam. Mas é também um alerta para a estagnação do investimento que a investigação nesta área tem sofrido devido à crise financeira internacional.

A segunda recomendação pretende contrariar directamente essa tendência: “O Reino Unido deve criar um centro de investigação em tecnologias aeroespaciais avançadas”. É aí que se construiriam os projectos de vanguarda que fariam o futuro da aviação internacional. Os aviões comerciais não pilotados são apenas um exemplo, que aproveitam o trabalho já desenvolvido na aviação militar. Não é o mais ambicioso.

O porvir das viagens pelo ar pode ser, de acordo com o relatório do IEM, bem mais vistoso. Uma das ideias avançadas é a possibilidade de os aviões poderem começar a voar em grupos, numa formação em V, para reduzir o atrito e aumentar a eficiência no consumo de combustível (ver vídeo abaixo). Outra ideia: o avião passar a gerar energia durante o voo, a partir de fontes verdes como o Sol e células de hidrogénio.

Uma aeronave gigante que transporte aviões mais pequenos, que seriam largados da “nave-mãe” mais perto dos locais de destino dos passageiros é, observa a BBC, “talvez a ideia mais radical” a constar do relatório. Philippa Oldham, uma das responsáveis pelo documento, assegura “há investigação em engenharia que demonstra que estas tecnologias são viáveis”, mesmo parecendo “fantasiosas”.

“Estas aeronaves seriam caras, mas é importante lembrar que estes desenvolvimentos trazem emprego e investimento de volta ao Reino Unido”, acrescentou, em declarações à estação de televisão britânica. A terceira recomendação do instituto é, assim, que o Governo “recupere o apoio [financeiro] à investigação e desenvolvimento para os níveis anteriores à recessão económica”.

“O sector aeroespacial britânico emprega mais de 100 mil pessoas em todo o país e vale anualmente mais de 29 mil milhões de libras [cerca de 33,4 mil milhões de euros] para a nossa economia, mas é preciso agir agora para garantir que este sector possa continuar a crescer e a prosperar”, acrescentou o presidente executivo do IEM, Stephen Tetlow, também citado pela BBC.

Fonte: Publico PT








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