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AF 447: Um museu para as vítimas do 447



Associação projeta local para homenagear os brasileiros mortos no avião da Air France que não tiveram seus corpos resgatados .

Wagner Sarmento .

Vinte e um corpos de brasileiros mortos no voo 447 não puderam ser resgatados do fundo do Oceano Atlântico. Perderam-se a 4 mil metros de profundidade. Pereceram às ações do tempo e do mar. Para suas famílias, a esperança de um sepultamento como forma de adeus sucumbiu no mês passado, quando a França concluiu a identificação de 103 dos 104 corpos resgatados na última fase de buscas, em abril. Mas uma iniciativa do presidente da Associação dos Familiares de Vítimas do Voo 447 (AFVV447), Nelson Faria Marinho, promete dar ao menos um alento a quem, há dois anos e meio, se alimenta de saudade e incerteza.

A entidade quer construir uma sede que se converterá em um pequeno museu em memória dos 21 brasileiros que não foram achados. Em entrevista por telefone ao Jornal do Commercio, Nelson adiantou que a AFVV447, enquanto pessoa jurídica, pedirá uma indenização extra à Air France e à Airbus para a construção do espaço. Segundo ele, o memorial custará em torno de R$ 500 mil e ficará no Rio de Janeiro, de onde o Airbus A330 saiu no dia 31 de maio de 2009 com destino a Paris. A aeronave caiu no Atlântico com 228 pessoas de 33 nacionalidades a bordo, entre passageiros e tripulantes. Todas morreram.

Havia 59 brasileiros no avião. Dos 50 primeiros corpos resgatados pela Marinha brasileira logo após o acidente, 20 eram provenientes do Brasil. Este ano, após pressão dos parentes das vítimas, o Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil da França (BEA), usando o navio Ile de Sein e com o auxílio de submarinos, realizou a quarta etapa de buscas pelas caixas-pretas e por restos mortais, encontrando mais 104 corpos, entre os quais 18 de brasileiros. Do total de mortos, 74 não foram retirados do oceano, incluídos os 21 do Brasil.

"Foi uma iniciativa minha a ideia do museu. Na verdade, quando se fala em associação, todos imaginam que se trate de um grupo, mas a gente não se articula sempre, só quando há convocação de assembleia. Estou à frente desta luta e pensei nisso", contou Nelson, que perdeu o filho no acidente e pôde sepultá-lo no último dia 5.

O militante disse que o objetivo é que os familiares destas 21 vítimas possam depositar pertences no local e que o imóvel sirva como ponto de visitação e oração. "Queremos que a sede seja para as pessoas que não receberam os corpos de volta, para que elas possam depositar suas memórias e tenham aonde ir para relembrar seus entes queridos", explicou.

No dia 7 de novembro de 2009, foi inaugurado um monumento em homenagem às vítimas: um painel translúcido do arquiteto Ricardo Villar com o desenho de 228 andorinhas, representando o número de vítimas, fincado no Parque Penhasco Dois Irmãos, no Leblon, Zona Sul do Rio. Em 31 de maio do ano passado, quando a tragédia completou um ano, outro memorial, idêntico ao carioca, foi instalado no Cemitério Père-Lachaise, em Paris.

Já em 7 de junho deste ano, autoridades francesas depositaram no Atlântico uma placa em homenagem aos mortos no desastre, com uma mensagem em português, francês e inglês.

Fonte: / NOTIMP

Foto: Pawel Kierzkowski









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