Fim de ano: Com mesmo tamanho, aeroportos terão 1,5 milhão de passageiros a mais
Empresas e Infraero dizem estar trabalhando para minimizar desconforto no fim do ano; trabalhadores anunciam greve para o início de dezembro .
O governo federal e as empresas aéreas brasileiras devem anunciar, até o fim deste mês, um plano especial de operações para tentar evitar o caos aéreo na época de festas e férias escolares. Estão previstas medidas como o reforço no número de funcionários e a manutenção de aeronaves extras nos aeroportos mais movimentados do País.
Mas os transtornos causados por terminais lotados e longas filas para fazer o check-in devem ser inevitáveis, já que a expectativa é de aumento de 10% no número de passageiros em dezembro em comparação com 2010, informou a Infraero. Serão 1,5 milhão de pessoas a mais que em dezembro do ano passado, quando foram transportados 14,7 milhões de passageiros.
Apesar da movimentação intensa, a Infraero acredita que os aeroportos vão registrar bom desempenho neste fim de ano. A empresa se diz “preparada para o crescimento da movimentação previsto para a alta temporada 2011/2012” e vai adotar um plano de contingenciamento para “garantir a fluidez na movimentação de passageiros e usuários, bem como nas operações de pousos e decolagens nos aeroportos da rede”.
Medidas contra o caos aéreo
Além de ampliar o número de funcionários, a Infraero fará ações preventivas para evitar problemas em equipamentos críticos – como pontes de embarque e sistema informativo de voos – e reforçará a segurança nos 66 aeroportos que administra.
As companhias aéreas também se preparam para o aumento da demanda. TAM e GOL, líderes no mercado doméstico de aviação, vão reforçar seu quadro de funcionários em terra e prometem manter aeronaves e tripulantes extras nos principais aeroportos. “Além da escala regular, profissionais estarão disponíveis para qualquer eventualidade nas operações, como interrupção de voos por mau tempo”, disse a TAM em nota.
Medidas semelhantes serão adotadas pela Avianca, que terá uma aeronave reserva. “Trabalhamos com força máxima nessas ocasiões de demanda adicional”, diz Tarcisio Gargioni, vice-presidente comercial e de marketing da companhia. Segundo o executivo, a Avianca não faz overbooking (prática de vender mais passagens do que o número de assentos) em rotas de maior demanda e em dias mais procurados.
“As pessoas podem ficar tranquilas e se programar para passar as festas junto com a família, porque vão chegar na data prevista. Esse problema [overbooking] não acontecerá conosco”, disse Gargioni.
A Azul informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que participa das discussões para elaboração do plano de contingência e adotará as medidas que serão anunciadas neste mês pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Esse será o primeiro fim de ano da SAC, criada pela Medida Provisória 527 em março de 2011 para assumir toda a estrutura de aviação civil brasileira, que antes ficava sob o Ministério da Defesa.
No ano passado, o plano anunciado pela Anac incluía a manutenção de 17 aeronaves reservas nos principais aeroportos brasileiros, a proibição do overbooking e a contratação de funcionários temporários. Apesar da intensa movimentação, a Infraero diz que “não houve registro de tumulto ou atrasos e cancelamentos fora do normal”.
Na véspera do Natal, 18% dos voos domésticos decolaram com atraso de mais de 30 minutos no Brasil. O pior índice foi registrado no aeroporto de Guarulhos (Cumbica), em São Paulo, com atrasos em 31% dos voos. Durante todo o ano de 2010, a média de atrasos nos aeroportos brasileiros foi de 21%. Segundo a Infraero, os problemas verificados no fim do ano ocorreram, principalmente, devido a condições climáticas adversas e “situações operacionais” das companhias.
Ameaça de greve
Além do tradicional aumento do volume de passageiros no final do ano, também é comum nesta época manifestações e greves de funcionários do setor aéreo, que tem em 1º de dezembro a data-base para reajuste salarial.
Aeronautas e aeroviários ameaçam entrar em greve no início de dezembro, caso as negociações com as empresas aéreas não avancem. As categorias querem aumento de 13% nos salários – que representaria a reposição da inflação mais aumento real de aproximadamente 4,5%. Já a contraproposta feita pelas empresas foi de elevar em 3% os salários e em 5% o piso.
No ano passado, as categorias fariam greve a partir do dia 23 de dezembro, mas recuaram após decisão judicial. Houve manifestações em diversos aeroportos do País, que prosseguiram até janeiro. O acordo só foi fechado no dia 21, com reajuste de 8,75% nos salários – ou 2,5% de ganho real – e aumento de 10% no piso.
Fonte: / NOTIMP
Foto: Andomenda