Exercício aprimora pilotos e paraquedistas para missões reais
Equipar, decolar, lançar. Esta é a rotina dos participantes do Exercício Operacional Mandrake, que reúne, entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro, os paraquedistas do 25º Batalhão de Infantaria Paraquedista e os Esquadrões de Transporte Aéreo (ETA) na Base Aérea dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que os esquadrões atuam em conjunto em uma missão operacional.
Além da troca de conhecimentos, os esquadrões podem vivenciar uma rotina diferente das atividades das unidades militares. Os ETA são ligados aos Comandos Aéreos Regionais (COMAR). De acordo com a área do país em que atuam, as atividades vão desde o lançamento de cargas para comunidades indígenas e unidades do Exército isoladas, caso da Amazônia, ao transporte de passageiros e equipamentos.
“Os Comandos Aéreos Regionais (COMAR) dispõem dos esquadrões de transporte aéreo, mas as unidades têm uma função logística muito abrangente nas suas áreas de atuação. Por isso, é muito difícil para o COMAR se preocupar com a parte operacional de uma unidade aérea. Os esquadrões também não possuem o número de aeronaves suficiente para fazer voos de formação. Portanto, quando reunimos todos os esquadrões o ganho operacional e de conhecimento é muito grande”, explica o Comandante da Quinta Força Aérea (V FAE), Brigadeiro-do-Ar César Estevam Barbosa.
As tripulações envolvidas no exercício também veem o treinamento operacional com os esquadrões como um ganho operacional. Outra vantagem é a realização da progressão operacional dos pilotos. O ETA é o primeiro esquadrão operacional dos pilotos da Aviação de Transporte. Antes de seguirem para as unidades, eles passam pelo treinamento no Esquadrão Rumba.
“No exercício temos a oportunidade de fazer a progressão operacional dos pilotos da unidade, tendo em vista que as unidades de maneira isolada possuem poucos aviões. Então quando precisamos fazer um voo de formatura para formar um líder de elemento ou um líder de sessão, as unidades aéreas têm geralmente este tipo de dificuldade. Nesta oportunidade conseguimos fazer a progressão operacional dos pilotos e manter a operacionalidade no lançamento de paraquedistas”, frisa o Capitão Paulo Cavalcante, do Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo (1º ETA).
Para esta formação, vieram os instrutores no Bandeirante, caso da Tenente Camila Bolzan, do Quinto Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA).
“No exercício operacional aproveitamos para fazer instruções que a gente não consegue realizar na sede. Eu vim como instrutora e outros pilotos como alunos. Nós também vamos fazer a missão de liderança de sessão e neste dia eu vou ficar sentada na cadeira como instrutora e outro dia como aluna”, salienta a Tenente Camila.
Bandeirante
A aeronave utilizada no exercício é o C-95 Bandeirante. Mais conhecida pelo transporte de tropa, o Bandeirante também participa de missões operacionais no lançamento de paraquedistas. A pouca quantidade de militares a serem lançados não impede a eficiência de uma ação. Em uma situação real, o Bandeirante é utilizado na tomada de locais estratégicos de pequeno porte.
“O Bandeirante executa todas as missões da Aviação de Transporte, desde a infiltração aeroterrestre até o assalto com pouso curto, com infiltração e exfiltração da tropa no terreno”, conta o Brigadeiro Estevam.
A versatilidade é uma das características do paraquedista. O exercício permite que os militares também se familiarizem com o Bandeirante, uma aeronave menor que os C-130 Hércules e C-105 Amazonas, as mais utilizadas nos treinamentos.
“Se tiver uma porta aberta, a gente sai dela, qualquer que seja a aeronave. Naturalmente, existe uma parte técnica antes de qualquer salto. Por isso, precisamos conhecer as aeronaves da FAB, já que cada uma exige uma técnica diferente”, explica o Comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista, General-de-Brigada Fernando José Lavaquial Sardenberg.
Formações
Os primeiros dias do exercício foram dedicados aos lançamentos de salto enganchado. O primeiro exercício de infiltração será realizado hoje (01/11) em Itaguaí. Na infiltração, os paraquedistas são lançados no território inimigo de uma vez e, nesta quarta-feira (2/11), será realizado o assalto, quando diversas aeronaves vão lançar os militares em um mesmo momento.