Especial Rio: Após ocupação, bandeira do Brasil é hasteada na Rocinha
Uma bandeira do Brasil foi hasteada no alto da favela da Rocinha, zona sul do Rio, por volta das 12h50 deste domingo. A comunidade foi ocupada por forças de segurança durante a madrugada. É o primeiro passo antes da instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no local. Também foi hasteada uma bandeira do Estado do Rio.
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Segundo o capitão de mar e guerra Jonatas Magalhães, diferentemente do que ocorreu no Complexo do Alemão, a cerimônia contou com representantes de todas as instituições que participaram da Operação Choque de Paz --a ação contou com blindados e homens das Forças Armadas. "Trata-se de uma cerimônia simbólica, porque marca a recuperação do território pelo Estado", disse.
A ocupação da Rocinha e do Vidigal ocorreu durante a madrugada, sem o registro de confronto. A situação é tranquila nas comunidades.
Na manhã deste domingo, a polícia informou que um foragido da Justiça foi recapturado e que armas foram apreendidas na Rocinha. As armas --12 fuzis e uma metralhadora-- foram encontradas Bope (Policiais do Batalhão de Operações Especiais) e estavam enterradas na mata, no alto da comunidade. Uma granada e rojões também foram apreendidos.
Durante as buscas na comunidade, policiais também revistaram a casa de luxo de Sandro Luis Amorim, conhecido como Peixe, em busca de drogas. Considerado o chefe da segurança do traficante Nem --preso na semana passada--, Peixe foi detido na sexta passada. No imóvel de Peixe havia piscina e hidromassagem.
A Polícia Militar deve permanecer na favela até a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) --a 19ª do Rio. A Rocinha é uma das maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).
AGRADECIMENTO
Os acessos à Rocinha foram bloqueados por volta das 2h30, e a polícia começou a ocupar a favela por volta das 4h. O chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio, coronel Pinheiro Neto, afirmou que foram ocupadas as favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu. Segundo ele, a situação estava sob domínio da polícia às 6h. Não houve disparos de tiros.
Cabral ligou para a presidente Dilma Rousseff na manhã deste domingo para agradecer o apoio federal na ocupação da favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
O governo disponibilizou 160 policiais federais, 194 fuzileiros navais, 46 policiais rodoviários federais, além de 18 blindados da Marinha.
AJUDA
Helicópteros da polícia sobrevoam a comunidade da Rocinha, zona sul do Rio, e lançam panfletos com os dizeres "sua comunidade está sendo pacificada". No papel, há e-mail e números de telefone para que os moradores denunciem traficantes, esconderijos de armas e drogas.
Mais cedo, a chefe da Polícia Civil no Rio, Martha Rocha, fez um apelo às mulheres que moram nas favelas para que denunciem ações criminosas dos traficantes. "Mãe, avós, trabalhadoras, nos ajudem a combater o crime", disse.
NEM
Na quarta-feira passada, foi preso Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, 35, apontado como chefe do tráfico na Rocinha.
O governo quer saber quem seriam os policiais que, segundo Nem disse em depoimento informal à Polícia Federal, recebiam propina de cerca de R$ 500 mil por mês.
"Espero que essa pessoa revele o que ela sabe tanto em relação a desvios de conduta de agentes públicos, quanto na arquitetura do tráfico", disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
O traficante disse que faturava, em média, R$ 1 milhão por mês com o tráfico e que metade era distribuída para policiais. Ele não deu nomes.
Fonte:
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Bandeiras do Brasil e do Rio hasteadas na Rocinha confirmam ocupação
Moradores acompanharam o hasteamento, tirando fotos e filmando. Alguns aplaudiam
Oito horas e quarenta minutos depois da chegada do primeiro blindado da força de ocupação à Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, uma bandeira do Brasil e outra do Estado do Rio foram hasteadas na localidade conhecida como "curva do S", um dos pontos mais movimentados do morro, como símbolo da retomada do território.
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Moradores acompanharam o hasteamento, tirando fotos e filmando. Alguns aplaudiam. Nas janelas das casas, assistiam de longe. O ponto onde estão as bandeiras fica em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do governo do Estado.
A todo momento, descem veículos da polícia com material apreendido. Motos são a maioria. Mais cedo, policiais desceram com sacos cheios de maconha que haviam sido enterrados por traficantes em fuga. Uma pequena parte do comércio está aberta.
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Polícia relata tranquilidade após tomada da Rocinha
Forças policiais deram como completa neste domingo a ocupação da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, em preparação para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs) nestas comunidades.
Segundo os porta-vozes da chamada Operação Choque de Paz, a ocupação ocorreu sem maiores incidentes e os relatos são de tranquilidade nos locais ocupados.
Às 6h da manhã deste domingo (horário de Brasília), a coordenação declarou que os territórios incluídos na operação, que começou a subir o morro nas primeiras horas do dia, estavam sob controle das forças do Estado.
Cerca de 3 mil efetivos participam da operação.
As forças de segurança são lideradas pelo Batalhão Operações Policiais Especiais (Bope) e a tropa de choque da PM do Estado, com apoio de fuzileiros navais, unidades da Polícia Civil, helicópteros das duas polícias, veículos blindados da Marinha e agentes das polícias Federal e Rodoviária Federal.
A Marinha brasileira reuniu para a operação o maior contingente de soldados já utilizados em intervenções policiais no Rio: 194 fuzileiros navais e 18 veículos blindados.
"Esta é a maior mobilização da Marinha em apoio à segurança pública", disse o Capitão de Mar e Guerra dos Fuzileiros Navais, Yerson de Oliveira Neto, responsável pela coordenação da operação.
"A Marinha foi criada para a guerra. Por isso, esperamos o pior. Estamos preparados para tudo acontecer, e é justamente por isso que nossa estratégia é de ação simultânea, que irá impactar as forças de resistência."
Pacificação
A tranquilidade da operação nas primeiras horas deste domingo contrasta com a ocupação, há um ano, do Morro do Alemão, que demorou três dias e terminou com um saldo de 37 pessoas mortas.
Estima-se que 80 mil pessoas vivam na Rocinha, e outras 44 mil vivam no Vidigal e Chácara do Céu.
A Rocinha é a 19ª favela do Rio a ser ocupada pela polícia, em uma tentativa de recuperar territórios até então controlados pelo tráfico, antes da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão sediados no Rio.
Segundo o governo do Rio, após a ocupação, será instalada uma unidade de UPP no local.
"O efetivo e o número de bases operacionais da nova UPP serão definidos após reconhecimento do terreno pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP)", afirma um comunicado do governo fluminense.
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