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Crise na Qantas ameaça sua marca e nota de crédito



ROSS KELLY e ANDREW CRITCHLOW, .


A Qantas Airways Ltd. pode ter conseguido restabelecer seus voos e ganhar o apoio do governo australiano para resolver a disputa com os sindicatos, mas a empresa australiana enfrenta um desafio ainda maior para restabelecer a confiança do investidor na sua marca.

A agência de classificação de risco Moody's colocou, na segunda-feira, a empresa aérea em revisão para um possível rebaixamento, logo depois que os primeiros voos decolaram do Aeroporto Internacional de Sydney e a companhia começou a movimentar o acúmulo de 70.000 passageiros impedidos de viajar ao longo do fim de semana.

A Standard & Poor's seguiu pelo mesmo caminho, rebaixando a previsão do cobiçado grau de investimento da empresa de estável para negativo. Em 30 de junho, a Qantas tinha uma dívida líquida, incluindo passivos fora do balanço, de 6,97 bilhões de dólares australianos (US$ 7,46 bilhões).

A Qantas suspendeu inesperadamente seus voos domésticos e internacionais no sábado em resposta a uma série de greves de trabalhadores por causa de pagamento e condições de trabalho.

"A revisão da perspectiva reflete nossa visão sobre a incerteza a respeito da severidade do impacto negativo na Qantas depois das prolongadas disputas nas relações industriais, que incluíram a paralisação da frota inteira", disse Danielle Kremzer, analista de crédito da Standard & Poor's. A Moody's falou que a paralisação dos serviços durante o fim de semana foi "como colocar pressão nas futuras reservas da companhia, na lucratividade e no patrimônio de longo prazo da marca."

A decisão da manhã de segunda-feira do Fair Work Australia, um organismo criado para resolver disputas trabalhistas, de acabar com a briga entre a Qantas e os sindicatos dos engenheiros, dos carregadores de bagagens e dos pilotos em relação a salários e ao plano da companhia de ter uma nova base na Ásia para diminuir custos significa que os dois lados agora têm 21 dias para fazer um acordo definitivo. Se eles não conseguirem chegar a um entendimento nesse período, a justiça vai tomar sua própria decisão.

No longo prazo, a Qantas enfrenta o desafio de reconstruir sua marca depois de um ano difícil para a companhia que incluiu a explosão do motor de um dos seus carro-chefes, os superjumbos A380. A Brand Finance, uma consultoria que calcula o valor de marcas, estima que o valor da marca da Qanta caiu cerca de US$ 100 milhões, ou 9%, desde janeiro.

"Todos os acionistas devem estar cientes que a disputa está corroendo a fundação do negócio", disse Tim Heberden, diretor de gerenciamento da Brand Finance Australia.

A Qantas permanece como uma das mais lucrativas companhias aéreas do mundo, tendo dobrado sua renda líquida no ano que terminou em 30 de junho para 250 milhões de dólares australianos. O aumento de recursos na Austrália impulsionou a demanda por viagens de negócios, protegendo a empresa, até certo ponto, dos altos custos do combustível e novas incertezas na economia global. A unidade internacional da Qantas, no entanto, tem tido perdas excessivas devido ao preço dos combustíveis e aos concorrentes do Oriente Médio apoiados pelo governo que competem agressivamente por uma fatia no mercado.

A prioridade imediata da companhia será retomar completamente os serviços, o que ela espera conseguir até quarta-feira, e daí então se concentrará em chegar a um acordo aceitável com os sindicatos. O diretor do sindicato dos carregadores de bagagem da Austrália deu uma indicação na segunda-feira do quão difícil as negociações podem ser nas próximas semanas, sugerindo que a desobediência civil é uma opção caso não cheguem a um acordo aceitável.

Fonte: The Wall Street Journal









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