RN: FAB mostra bastidores de treinamento de combate
A cidade de Maxaramguape, a 70 km de Natal, abriga um dos mais importantes centros de treinamento da Força Aérea Brasileira (FAB). O 1º Esquadrão do 11º Grupo de Aviação (1º/11º), que está sob o comando do II Comando Aéreo Brasileiro (Comar), é utilizado por pilotos que estão se especializando em trabalho de missões com aeronaves de combate. O Terra foi até a base de Maxaramguape e acompanhou demonstrações do treinamento de tiro ar-terra com Browning ponto 50 e foguetes Sbat de 70mm.
Para se ter uma ideia, a área do Grupo de Aviadores em Maxaranguape possui 70 km de perímetro, justamente para os exercícios de tiro ar-terra e ar-ar não oferecerem perigo. O estande de tiro é utilizado pelos estagiários a pilotos de helicópteros e também pelos estagiários a pilotos de caça. Os pilotos de caça da FAB também são treinados em Natal, no Rio Grande do Norte, pelo 2º esquadrão do 5º Grupo de Aviação (2º/5º). Os cursos, tanto de piloto de caça quanto de helicóptero duram um ano.
No 2º/5º, o coronel Carlos Duek , comandante do grupo de aviação apresentou as características do curso e as instalações, que incluem um simulador de voo no qual os estagiários têm de passar por 24 missões, fora os 75 voos com avaliador (100h efetivas) e 233 horas de curso e avaliação constante em ambiente rígido. "As primeiras decolagens são feitas às 6h e o último pouso só ocorre às 20h", detalhou o coronel Duek.
O comandante do 2º/5º explicou que as aeronaves à disposição da unidade representam algo como uma pequena força aérea, com seus 23 aviões Super Tucano, mais de 3 mil bombas, 90 mil munições para metralhadora ponto 50 e 800 foguetes. Na unidade, também funciona o Alerta de Defesa Aérea (Aleda), que pode solicitar missões de interceptação. "Em qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer dia do ano, temos uma avião, piloto e mecânico de prontidão", disse.
As missões de interceptação ocorrem quando uma aeronave entra no espaço aéreo brasileiro e não se identifica. Os motivos podem ser variados, como a falta de comunicação por alguma pane, e por isso os aviões fazem o reconhecimento visual do aparelho que entrou no espaço aéreo nacional, entram em contato direto por rádio e podem chegar a escoltar a aeronave até uma pista de pouso. Em último caso, a legislação brasileira de defesa aérea também permite que o avião invasor seja atacado.
Novos helicópteros
O governo federal mantém as discussões sobre a compra dos novos caças da FAB, no entanto, em se tratando de helicópteros, as necessidades foram atendidas, de acordo com a análise do major-brigadeiro-ar Luis Antonio Pinto Machado, comandante do II Comar, com sede no Recife e responsável por todos os Estados do Nordeste, exceto o Maranhão.
A opinião do brigadeiro Pinto Machado está baseada no acordo que representou a compra de 50 helicópteros feita pelo governo brasileiro. "Com essas aeronaves, nossas necessidades de busca, resgate e salvamento de vidas serão atendidas", disse o major, durante uma visita de jornalistas às instalações da FAB no Rio Grande do Norte, na terça-feira. A visitação faz parte dos eventos que comemoram os 70 anos da Força Aérea.
Outro aspecto apontado pelo brigadeiro Pinto Machado é que a chegada de todos os 50 helicópteros representará um avanço tecnológico. Modelos com tecnologia analógica, como H1H (um modelo da década de 50), serão substituídos por novos aparelhos, construídos com tecnologia digital. "Isso significa maior economia de combustível, manutenção mais econômica e voos mais precisos", analisou o comandante.
O brigadeiro acrescentou que os últimos modelos deverão ser entregues com índice de nacionalização de 50%, conforme o acordo com o governo francês. Essas unidades somadas aos helicópteros Sabre, apropriadas para missão de combate, atendem às necessidades do comando.
Fonte: / NOTIMP