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FAB realiza missão de ressuprimento na Antártica


O que mais impressiona à primeira vista é a pista e o mar totalmente brancos. Tudo assume uma só cor, e praticamente não há vida na superfície da Antártica. A partir da visão do continente de gelo, os pilotos do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT), o Esquadrão Gordo, podem sentir o quanto as viagens do C-130 Hércules são importantes para os pesquisadores da Estação Antártica Comandante Ferraz. Sem este auxílio, torna-se difícil viver em um local isolado, em que as temperaturas podem chegar a - 65 oC.

Há 28 anos, os Hércules do Esquadrão Gordo transportam cargas, víveres, equipamentos, roupas e cartas para a estação, em até dez viagens por ano, que duram aproximadamente cinco dias a partir de Punta Arenas, no Chile. Os alimentos perecíveis são comprados também no Chile, e, de lá, partem com a aeronave para o continente gelado. A próxima viagem está marcada para o dia 6 de novembro.

“A pista fica em uma Base Chilena que é próxima da Estação Brasileira. O Hércules pousa no verão e no inverno, mas dois navios da Marinha fazem o transporte das cargas até a estação somente no verão. No inverno, o mar fica congelado e lançamos as cargas na Estação Cmte Ferraz. A missão é toda planejada antes, mas podem surgir imprevistos, como a variação constante da meteorologia no continente Antártico”, conta o Chefe de Operações do 1º/1º GT e instrutor antártico, Major Aviador Leonardo Guedes, que há cinco anos faz esta viagem.

Os pilotos da Missão Antártica são formados no Esquadrão Gordo. Os alunos fazem o Curso de Tripulantes Antárticos, composto de uma parte teórica, uma parte de instrução aérea e do curso de sobrevivência no gelo. Os oficiais passam de quatro a cinco dias na Cordilheira dos Andes com instrutores da Forças Especiais da Força Aérea Chilena. Entre outras atividades, os alunos antárticos constroem abrigos com a própria neve e os utilizam durante a sobrevivência.

“Somente o C-130, entre as aeronaves da FAB, tem hoje condições de operar durante todo o ano na Antártica, e somente o 1°/1° GT realiza estas missões no Brasil. As tripulações que o operam são compostas por instrutores que foram submetidos a Conselho Operacional. O processo seletivo é bastante restrito justamente para a máxima segurança nas missões”, explica o Major Leonardo.

Ser piloto da Missão Antártica é um orgulho para quem serve no Esquadrão Gordo, já que é o último grau que se atinge na operacionalidade da organização militar. Todos os tripulantes antárticos têm, no mínimo, quatro anos na unidade e, depois de formados, realizam, pelo menos, um voo no verão e outro no inverno para se tornarem pilotos operacionais. A última turma foi formada em setembro deste ano.


Fonte: Agência Força Aérea








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