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Dia do Aviador: um exemplo de superação

Se na mitologia grega o "sonho de Ícaro" era voar, alcançar a liberdade e chegar a todos os lugares, a data de hoje, Dia do Aviador, revive o fascínio do ser humano por uma atividade que o ajudou a superar limites. Relatos de amor à aviação também são recontados

MOZARLY ALMEIDA .

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Piloto da FAB, Robertha Lima Sousa, confessa que tem orgulho da carreira militar e que acha fascinante sua atividade. Quanto às dificuldades para aprender a dirigir uma aeronave, adianta que -foi um aprendizado gradativo, por isso se torna fácil.

TUNO VIEIRA

A história da humanidade mostra que, em todos os tempos, o ser humano sempre quis vencer seus medos, ir além dos seus limites e se superar. Foi assim quando o "homo sapiens" assumiu a posição vertical, tornou-se bípede e chegou à condição de uma espécie de primata dotada de cérebro com raciocínio abstrato capaz até de buscar o entendimento dos fenômenos naturais; foi assim com o desenvolvimento da Ciência e com o advento das revoluções industrial e tecnológica.

Mas, em toda a trajetória do ser humano, poucos sonhos e raras conquistas tornaram-se tão fascinantes como o feito de ganhar os céus e voar. Por isso, a data de 23 de outubro, Dia do Aviador, é tão simbólica e associada à engenhosidade humana.

Foi em 23 de outubro de 1906 que Santos Dumont, o grande inventor brasileiro, levantou voo com o seu "14 Bis". A data marca o primeiro voo de um aparelho mais pesado que o ar. Era o princípio da aviação, o meio mais rápido e arrojado de locomoção conseguido pelo homem.

E a despeito da polêmica sobre de quem é a primazia da invenção do avião - de Santos Dumont ou dos irmãos Wright (americanos) -, conduzir aeronaves persiste sendo uma atividade que desperta admiração. "A aviação é sinônimo de tecnologia", comenta o jornalista Mauro Costa, para quem o ato de voar e a profissão de aviador chegam a ser poéticos. "O homem se supera. Ver o mundo de cima pode dar medo, mas é fascinante. Quer me presentear e me ver feliz, me dê um avião", brinca o jornalista que coleciona cerca de 60 miniaturas de aeronaves.

A data também é especial para uma jovem de 23 anos, natural de Pirassununga, interior de São Paulo: Robertha Lima Sousa. Piloto da Força Aérea Brasileira (FAB), ela conta sua satisfação em ingressar na vida militar numa atividade que até bem pouco tempo era quase exclusiva ao gênero masculino. "Sei que terei que abrir mão de algumas coisas, mas me sinto gratificada, feliz com a escolha que fiz", reitera.

Após concluir os quatro anos teóricos da Academia da FAB, no município em que nasceu, Robertha encontra-se no período destinado ao estágio, às aulas práticas, na Base Aérea de Fortaleza. De uniforme e coturno, ela demonstra pouca preocupação com o fato de, no dia a dia, não poder usar as vestimentas tidas como mais femininas pela sociedade. "Já estou acostumada", frisa.

Se vier a enfrentar alguma dificuldade, prevê, será com as viagens e as transferências comuns na carreira militar. "Viajamos para o Amazonas ou em missão de misericórdia para ajudar a população necessitada. Passamos uma época numa região, depois noutra... e só podemos levar o marido e filhos. Ficar distante do restante da família nem sempre é fácil", ponderou.

FIQUE POR DENTRO

14 Bis" fez história

Alberto Santos Dumont nasceu a 20 de julho de 1873 em Santa Luzia do Rio das Velhas, hoje cidade de Santos Dumont (MG). Faleceu em Guarujá (SP), em 23 de julho de 1932. Eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 4 de junho de 1931, não chegou a tomar posse de sua cadeira.

Ainda pequeno, Alberto muda-se para Valença onde a família passou a se dedicar ao café. Em seguida, seu pai - o engenheiro Henrique Dumont - comprou a Fazenda Andreúva, interior de São Paulo. Ali, o pai de Alberto logo percebeu o fascínio do filho pelas máquinas da fazenda e direcionou os seus estudos para a mecânica, a física, a química e a eletricidade.

Apesar de sua ascendência francesa e de ter realizado a maior parte de sua obra em Paris, Santos Dumont amava o Brasil, onde se suicidou em 1932. Estava com depressão, originada pelo excesso de trabalho e pelas fortes tensões que sofrera em perigo nos vôos experimentais.

MAURO COSTA

Jornalista confessa seu amor pela aviação

Mais conhecido no meio jornalístico cearense como um dos diretores da empresa de Comunicação AD2M, Mauro Costa tem uma paixão que o acompanha desde a infância: a aviação. "Eu era menino e costumava ir para a Praça do Vaqueiro, no antigo Aeroporto, onde passava horas brincando ou até estudando... Quando um avião chegava ou partia, eu ficava olhando fascinado", recorda.

Hoje, casado e aos 38 anos, mesmo com corre-corre tão comum a quem trabalha no setor de Comunicação, Mauro Costa ainda encontra tempo para "alimentar" a paixão dos tempos de infância. Coleciona miniaturas de avião e revistas nacionais e estrangeiras sobre o assunto.

O jornalista chegou a fazer curso teórico de piloto de avião de pequeno porte no Aeroclube, porém não pilota. "Mas não me sinto um piloto frustrado", dispara, com o bom humor que o caracteriza. "Tenho muitos amigos aviadores, civis e militares, com quem troco ideias e informações. Curto mesmo", cita, lembrando que o ato de voar transcende as possibilidades naturais do do ser humano.

Empresários do setor de eventos, Yáskara Oliveira e Henrique Rodrigues, além dos cinco filhos, têm uma paixão em comum: por aviões e voos em ultraleves. Yáskara confessa que descobriu o prazer de voar levada pelo marido, que é piloto e diretor-técnico do sitio de Voo Catuleve.

Ela é copiloto e ressalta que não sente "um pingo de medo de voar". Entre outras aventuras, cruzou com o marido os céus, em 20 horas de voo até Pirenópolis, em Goiás, no último encontro nacional de ultraleves. Na ocasião, foi a única mulher do Ceará em 13 aeronaves.

"Fazemos voos frequentes curtos e longos. Pode ser sobrevoar o litoral até Aracati ou um fim de semana até Juazeiro do Norte. É sempre uma emoção diferente, a paisagem, as novas cores, um relax total. A gente esquece do mundo. Lá do céu tudo parece mesmo pequeno, até as grandes preocupações do dia a dia", cita.

A aviação fascina, também, o capitão da Aeronáutica Osíris Gomes do Nascimento. O capitão é autor da Cartilha Santos Dumont - 100 Anos que Passaram Voando, em parceria a professora doutora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Cláudia Musa Fay.

Mas não é só isso, o capitão Osíris Gomes é ainda um militar voltado para medalhística (estudo das medalhas e ordens honoríficas), já tendo escrito trabalhos sobre o assunto. Informa que, neste ano, a data alusiva ao Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira na Base Aérea de Fortaleza (BAFZ) será festejada na próxima quarta-feira (26), com solenidade militar incluindo a leitura da Ordem do Dia do Comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro do ar, Juniti Saito, às 8h30.

Fonte: / NOTIMP









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