Presidente em exercício e ministros acompanham Operação Ágata 2 no Sul do país
O vice-presidente em exercício da Presidência da República, Michel Temer, o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, visitaram ontem (21/9) o Centro de Comando Conjunto da Operação Ágata 2, localizado no Comando Militar do Sul, em Porto Alegre.
A operação integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado em junho pela presidenta Dilma Rousseff e coordenado pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), órgão do Ministério da Defesa.
De Porto Alegre, o ministro Celso Amorim seguiu para Foz do Iguaçu, no extremo oeste do Paraná. Nesta quinta-feira, realiza inspeção na área de fronteira, sobrevoando de helicóptero o lago formado pela Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Irão acompanhá-lo o chefe do Estado-Maior Conjunto, general-de-exército José Carlos de Nardi; os comandantes do Exército, general-de-exército Enzo Martins Peri, e da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto; e o chefe do Comando de Operações Aéreas, tenente-brigadeiro Gilberto Antonio Saboya Burnier.
Em seguida, a comitiva viaja para Dourados, onde será recebida pelo comandante militar do Oeste, João Francisco Ferreira.
Resultados
Ainda ontem, em Porto Alegre, o Centro de Comando Conjunto da Ágata 2 divulgou um balanço parcial da operação. As forças em campo, sob as ordens do general-de-exército Carlos Bolivar Goellner (comandante militar do Sul), apreenderam 650 quilos de explosivos, duas toneladas de maconha, oito armas de fogo, 510 quilos de agrotóxicos, 2,4 mil sacolas de produtos eletrônicos, R$ 280 mil e US$ 250 mil, em mais de 5,3 mil inspeções, vistorias e revistas no período de 12 a 20 de setembro.
Foram interceptadas 29 aeronaves, encontrando 25 em situação regular. As outras quatro fugiram para o Paraguai. Paralelamente, foram prestados 1672 atendimentos/procedimentos médicos à população de comunidades carentes durante as Ações Cívico-Sociais realizadas pela Aeronáutica, pela Marinha e pelo Exército.
A ação em campo teve início na última sexta-feira (16/9), com o emprego de 8 mil militares (7 mil do Exército). O dispositivo aéreo emprega cerca de 40 aviões e helicópteros (de caça, transporte, radar e reconhecimento) das três Forças e uma aeronave remotamente pilotada (mais conhecida como Vant) da Força Aérea. A Ágata 2 caracteriza-se por ser uma operação interagências e conta com o apoio de 2 mil agentes policiais e homens e mulheres da Força Nacional de Segurança.
Para defender o espaço aéreo contra voos ilícitos, a FAB mantém aviões de caça F-5EM e A-29 Super Tucano nas cidades de Dourados (MS) e Maringá (PR), próximas à fronteira com o Paraguai, além das Bases Aéreas de Canoas (RS) e Campo Grande (MS). Nessa missão também é empregada a rede de radares do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), de Curitiba (PR).
Ao contrário da Operação Ágata 1, realizada em um ponto fixo da Amazônia junto à fronteira da Colômbia, a segunda etapa utiliza patrulhas móveis, deslocadas a partir de informações obtidas por inteligência direta, satélites, aviões radares e de um Vant. Desde segunda-feira (19), as Forças Armadas realizam uma nova missão: impedir a entrada de rebanhos vindos do Paraguai, país que voltou a ser atingido pela febre aftosa. Foi o próprio ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, quem solicitou a inclusão da aftosa como alvo da Ágata 2.
Plano de fronteiras
Assim como a Ágata 1, realizada no mês passado, a nova operação faz parte das ações do Plano Estratégico de Fronteira, instituído por decreto presidencial com a previsão de estabelecer uma coordenação conjunta e consensual para atuar nas áreas limítrofes do País.
Cerca de 11 milhões de brasileiros vivem nos 710 municípios da faixa de fronteira. Dos 16 mil quilômetros da linha limítrofe, 9,5 mil são permeados por rios que nascem nos países vizinhos e descem em direção ao território nacional, servindo como rotas de atuação do crime organizado. Para enfrentar o problema, os ministérios da Defesa e da Justiça definiram 34 pontos de vulnerabilidade, que serão cobertos pelas Forças Armadas em sucessivas edições da Operação Ágata.
O Plano Estratégico de Fronteiras também tornou permanente a Operação Sentinela, coordenada pelo Ministério da Justiça desde 2010. Também serão instalados gabinetes de gestão integrada de fronteira (GGIF) nos dez estados brasileiros que fazem divisa com outros países. Corumbá (MS) e Foz do Iguaçu (PR) já possuem essas unidades que integram e articulam o trabalho dos órgãos de segurança pública federais, estaduais e municipais.
Fonte: Ministério da Defesa