Fedex prevê mais desaceleração pela frente
BOB SECHLER
Uma fraca demanda nos Estados Unidos e na Europa por eletrônicos feitos na China puxou para baixo os volumes de carga aérea internacional, num gritante exemplo do enfraquecimento do comércio global.
A FedEx Corp. divulgou uma alta no lucro de seu primeiro trimestre fiscal, mas a maior transportadora de cargas aéreas do mundo reduziu a previsão de lucros para o ano para ajustar-se à demanda mais fraca que o presidente da empresa, Fred Smith, atribuiu à desaceleração das vendas de eletrônicos produzidos na Ásia.
"O consumidor simplesmente perdeu o apetite" para gastar, disse Smith durante uma teleconferência depois da divulgação do balancete. Como resultado, acrescentou, "prevemos que não haverá um pico significativo [na alta temporada de envios] este ano".
A desaceleração se estende aos fabricantes de peças automotivas e industriais, de confecções mais caras e de alimentos perecíveis que costumam lotar os porões dos aviões da FedEx e de rivais como a United Parcel Service Inc. e a Cathay Pacific Airways Ltd.
O Aeroporto Internacional de Hong Kong, que tem a maior a operação de carga aérea do mundo, teve queda de 11% nas exportações em agosto em comparação com um ano antes; Japão e Taiwan também sofreram declínios de dois dígitos.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo, entidade setorial conhecida como Iata, advertiu esta semana que o mercado de carga aérea não poderá se recuperar até meados de 2012.
A tendência tem sido mais evidente na divisão internacional de entregas expressas da FedEx, onde o volume caiu 4% no primeiro trimestre fiscal depois de ter subido 6% no trimestre anterior e 10% no ano fiscal mais recente.
A FedEx, com sede em Memphis, informou que seu lucro, em comparação com um ano atrás, aumentou 22%, para US$ 464 milhões, no primeiro trimestre fiscal, que terminou em 31 de agosto. O faturamento aumentou 11%, para US$ 10,5 bilhões. Mas a empresa reduziu sua previsão de lucro para o ano inteiro em meio a expectativas de que o crescimento econômico tende a desacelerar-se.
A companhia também rebaixou sua previsão de crescimento do produto interno bruto dos EUA este ano, de 2,5% para 1,8%.
Fonte: The Wall Street Journal
Foto: Arcturus