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Especial Rio: Após tiroteio, Exército vai enviar mais 200 homens ao Complexo do Alemão



O Exército vai enviar um reforço de 200 militares para o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, em resposta aos conflitos de terça-feira à noite no conjunto de favelas. O efetivo, que está à disposição do comando da operação e só aguarda o pedido para se dirigir ao local, vai complementar o adicional de 100 fuzileiros já enviados pelo Exército.

Além disso, as comunidades da Baiana e do Adeus e mais onze pontos próximos estão ocupados por 120 homens da Polícia Militar por tempo indeterminado, informou o comandante da instituição, Coronel Mário Sérgio. As duas localidades, de onde partiram os disparos de ontem à noite, não estão incluídas na área ocupada pelo Exército desde novembro do ano passado.

"O objetivo é vasculhar o local e procurar criminosos que estejam portando armas", disse o comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, em entrevista coletiva realizada no Comando Militar do Leste.

Segundo o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, um "número muito pequeno" de traficantes teria entrado de carro nas comunidades pela Vila Cruzeiro. Ele ressaltou que os últimos episódios não vão alterar o cronograma de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em comunidades do Rio.

Também presente na coletiva, o comandante militar do Leste, general Adriano Pereira Júnior, afirmou que os disparos de ontem à noite foram feitos por traficantes de fora que tentavam entrar no complexo por meio dessas comunidades. Segundo ele, o Exército foi pego de surpresa pela ação dos criminosos, enquanto investigava incidentes acontecidos no conjunto de favelas no último fim de semana. "Foi (uma surpresa), porque a inteligência não tinha levantado essa ação", disse. "Estávamos envolvidos na investigação do que aconteceu no domingo."

De acordo com o comandante, os distúrbios teriam começado no domingo, depois que militares perseguiram dois jovens flagrados vendendo drogas. Os soldados teriam entrado em um bar para onde os traficantes fugiram. O general explicou que os soltados teriam "perdido o controle", utilizando spray de pimenta e fazendo disparos com balas de borracha.

Investigação

O general disse que quatro homens do Exército estão afastados e que foi aberto um inquérito para apurar o que houve. "Ali começou o erro, (que foi) não perceber que se tratava de uma armadilha", afirmou ao atribuir o episódio a uma armação de pessoas ligadas ao tráfico. Ele refutou a versão de que o que motivou a reação dos militares foi a recusa dos frequentadores de baixar o som da TV.

A informação dada por uma moradora de que a sobrinha dela teria sido morta por uma bala perdida foi contestada pelo general. "Passamos a noite com nossa inteligência procurando em todos os hospitais. Isso foi uma coisa plantada para piorar o clima", disse. Ele declarou ainda que é improvável que uma ação como a de ontem se repita. "Dificilmente vai voltar a acontecer o que ocorreu ontem. Foi um tiro no pé do tráfico Ficou claro para a população que houve uma orquestração. O tráfico não quer a nossa presença lá", disse.

O general admitiu que o Exército respondeu aos disparos feitos pelos traficantes com armamento pesado. Ele também confirmou que ainda há tráfico na região e que traficantes de fora eventualmente circulam na área. "Existe tráfico lá dentro. Não há paz completa", disse. O comandante afirmou ainda que o Exército vai voltar a ser mais rigoroso nas revistas, mas prometeu respeito aos moradores da localidade. "Vamos voltar a fazer mais revistas nas pessoas que pelas atitudes indicarem que estão fazendo algo errado", declarou.

Fonte: / NOTIMP

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O tráfico ataca

A tentativa do narcotráfico de retomar o controle do complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio, ajuda a colocar em termos mais realistas a imagem de comunidades "pacificadas".

Avanços obtidos com a expulsão dos cartéis em novembro de 2010 estão agora sob ameaça. Cabe ao Exército a delicada tarefa de repelir a afronta dos criminosos, com o uso da força necessária, sem colocar em risco os moradores daquela região.

Coincidência ou não, o confronto surge logo após a notícia de que a ocupação do Exército no Alemão seria prorrogada por mais oito meses, até junho do ano que vem. Desde domingo, registravam-se desavenças entre militares e moradores. A tentativa de invasão do tráfico lança a suspeita de que aqueles primeiros atritos tenham sido atiçados pelo crime.

O emprego das Forças Armadas para a retomada do Alemão se justificou no final do ano passado, quando foi necessária uma operação de guerra contra os criminosos. A presença dos militares depois disso, porém, foi uma solução improvisada e, quanto mais longa, mais perigosa.

A permanência prolongada aumenta os riscos de cooptação de militares pelo narcotráfico e de abuso contra moradores. O Exército é uma instituição moldada para a guerra que precisa manter-se incólume à penetração do crime organizado. O exemplo da Colômbia, onde o longo uso das Forças Armadas contra cartéis da droga favoreceu a corrupção de militares, deveria ser suficiente para impedir esse tipo de exposição aqui.

No caso do Alemão, a ocupação emergencial escapou ao cronograma do governo estadual, que não conseguiu ultimá-la com a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora. O treinamento de 2.000 novos guardas da UPP não terminou, e o Exército ficou.

Haveria, contudo, uma solução intermediária, para ao menos abreviar a presença dos militares: acionar a Força Nacional de Segurança Pública. O problema é que esse contingente, criado em 2004, não se tornou uma força volumosa e perene. Vive de efetivos emprestados de governos estaduais, cujo deslocamento, que deveria ser imediato, está sujeito a delongas e negociações políticas.

Passada a fase crítica deste enfrentamento, o governo do Rio deveria rever a decisão de prorrogar para a longínqua metade de 2012 a instalação da UPP no Alemão -e a imperiosa saída dos militares.

Fonte: / NOTIMP

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Traficantes tentaram desmoralizar Exército, diz general

O chefe do Comando Militar do Leste (CML), general Adriano Pereira Junior, disse hoje que traficantes armados articularam a entrada no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, para tentar desmoralizar a presença do Exército no conjunto de favelas.

Segundo ele, o anúncio do prolongamento da presença do Exército, com mais de 1.600 homens no local, até meados de 2012, causou as recentes ações desses traficantes. O general admitiu que o Exército foi pego de surpresa, pois há indícios de que o ataque foi improvisado horas antes por criminosos de outras regiões. Os desentendimentos dos últimos dias entre moradores e militares da Força de Pacificação que ocupam os complexos da Penha e do Alemão desde dezembro do ano passado influenciaram a ação dos traficantes, declarou o oficial.

"Nossa inteligência não tinha levantado essa ação de ontem, foi muito rápida a decisão deles. Mas lá dentro eles não vão permanecer. Jogo meus 43 anos de serviço nisso. Quero um Brasil melhor para os meus netos. Enquanto tivermos a população do nosso lado, a sociedade carioca não será vencida", disse. "A população tem muito medo de que esses homens voltem. As ameaças continuam. Recebemos muitas denúncias por telefone e a maioria das pessoas contribui e reconhece nosso trabalho", completou o general.

No domingo, militares dispararam balas de borracha e jogaram gás de pimenta nas pessoas que estavam em um bar de uma das comunidades do Complexo do Alemão. Segundo o comandante do CML, os quatro homens do Exército envolvidos no incidente foram afastados por conduta inapropriada.

"Eles foram atrás de dois suspeitos de tráfico de drogas que entraram no bar, mas deviam ter percebido que era uma armação e que deviam ter desengajado. Então, houve uma falha de percepção e eles se comportaram de maneira inapropriada". Desde ontem, cem militares foram enviados para o local e mais 200 estão disponíveis para atuarem imediatamente na região. "Se preciso enviaremos mil homens para lá e quantos forem necessários", disse.

O Secretário Estadual de Segurança Pública, do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame, declarou que os morros do Adeus e da Baiana, de onde partiram os tiros na noite de ontem na direção das tropas de ocupação, ficarão sob o cerco de 120 policiais militares por tempo indeterminado.

"Os incidentes irão acontecer. São 40 anos de abandono, mas não vamos arredar o pé e estamos articulados, porque o projeto [unidades de Polícia Pacificadora] vai avançar", disse Beltrame. O secretário informou ainda que serão feitas buscas e apreensões de armas nos lugares de onde tiros foram disparados e que sabe o número de homens que invadiu as comunidades e de onde eles vieram.

Os morros do Adeus e da Baiana, de onde foram feitos os disparos, não estão incluídos no território ocupado pela Força de Pacificação. Na época do acordo entre o governo do Estado e o Exército as duas comunidades não apresentavam a necessidade de ocupação, segundo a avaliação das autoridades de segurança.

Fonte:
/ NOTIMP

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General contesta informações sobre morte de jovem durante tiroteio no Alemão

Mulher identificada como Carla da Silva teria dito que sua sobrinha teve morte cerebral após ser atingida por bala perdida no Complexo do Alemão

O comandante militar do Leste, general Adriano Pereira, contestou a informação dada por uma moradora de que a sobrinha dela teria sido morta por uma bala perdida durante tiroteio no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Ana Lúcia da Silva teria sido baleada na noite de terça-feira, conforme relato de Carla da Silva, tia da vítima.

Segundo Carla, a adolescente chegou a ser socorrida, mas teve morte cerebral declarada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Penha.

O Exército não confirmou essa ocorrência.

— Passamos a noite com nossa inteligência procurando em todos os hospitais. Isso foi uma coisa plantada para piorar o clima — disse o general Adriano Pereira.

Ele declarou ainda que é improvável que uma ação como a de ontem (terça-feira) se repita.

— Dificilmente vai voltar a acontecer o que ocorreu ontem. Foi um tiro no pé do tráfico. Ficou claro para a população que houve uma orquestração. O tráfico não quer a nossa presença lá — disse.

O Exército vai enviar um reforço de 200 militares para o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, em resposta aos conflitos de ontem à noite no conjunto de favelas. O efetivo, que está à disposição do comando da operação e só aguarda o pedido para se dirigir ao local, vai complementar o adicional de 100 fuzileiros já enviados pelo Exército.

Além disso, as comunidades da Baiana e do Adeus e mais onze pontos próximos estão ocupados por 120 homens da Polícia Militar por tempo indeterminado, informou o comandante da instituição, Coronel Mário Sérgio.

As duas localidades, de onde partiram os disparos de ontem à noite, não estão incluídas na área ocupada pelo Exército desde novembro do ano passado.

— O objetivo é vasculhar o local e procurar criminosos que estejam portando armas — disse o comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, em entrevista coletiva realizada no Comando Militar do Leste.

Segundo o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, um "número muito pequeno" de traficantes teria entrado de carro nas comunidades pela Vila Cruzeiro. Ele ressaltou que os últimos episódios não vão alterar o cronograma de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em comunidades do Rio.

O Comando Militar do Leste atribuiu os disparos a traficantes de fora que tentavam entrar no complexo por meio dessas comunidades. Os distúrbios teriam começado no domingo, depois que militares perseguiram dois jovens flagrados vendendo drogas. Os soldados teriam entrado em um bar para onde os traficantes fugiram.

O general Adriano Pereira explicou que os soltados teriam "perdido o controle", utilizando spray de pimenta e fazendo disparos com balas de borracha. Disse ainda que quatro homens do Exército estão afastados e que foi aberto um inquérito para apurar o que houve.

— Ali começou o erro, (que foi) não perceber que se tratava de uma armadilha — afirmou o general ao atribuir o episódio a uma armação de pessoas ligadas ao tráfico.

Ele refutou a versão de que o que motivou a reação dos militares foi a recusa dos frequentadores de baixar o som da TV.

O militar admitiu que o Exército respondeu aos disparos feitos pelos traficantes com armamento pesado. Também confirmou que ainda há tráfico na região e que traficantes de fora eventualmente circulam na área.

— Existe tráfico lá dentro. Não há paz completa — resumiu.

O comandante afirmou ainda que o Exército vai voltar a ser mais rigoroso nas revistas, mas prometeu respeito aos moradores da localidade.

Na noite de terça-feira, um intenso tiroteio causou pânico entre os moradores do complexo do Alemão entre as 20h e 23h. Foram usadas granadas e armas de grosso calibre, além de balas traçantes, visíveis no escuro.

Fonte: / NOTIMP








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