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Choque entre aves e aviões dobra nos céus do Brasil em cinco anos



Em 2010, ocorreram 2,7 colisões por dia, que aumentam por causa do lixo vizinho das pistas .

Problema entrou para valer na prioridade do setor aéreo depois do acidente em NY, em 2009, no rio Hudson .

EDUARDO GERAQUE .

Aviões e pássaros estão se encontrando muito mais nos céus do país. Nos últimos cinco anos, o número de choques dobrou. Foram quase mil em 2010 -2,7 por dia. A frota comercial do país cresceu 13% no mesmo período.

O caso do Galeão, no Rio, é emblemático. Ele pode ser extrapolado para todos os grandes aeroportos do país. E mostra o motivo deste crescimento de colisões.

O entorno da pista está repleto de focos de poluição, como o lixão de Gramacho e as águas sujas da baía de Guanabara. São cenários propícios para o banquete de garças e de urubus.


De acordo com um comandante da TAM, que prefere o anonimato, os pilotos de outros países, por causa das aves, costumam classificar o Galeão como um dos piores aeroportos do mundo para decolar ou pousar.

"Mas os problemas dos lixões, da falta de saneamento básico e da ocupação irregular existem em vários outros [aeroportos]", diz. Relatórios internos da TAM, a maior companhia aérea do país, mostram que em 2011 houve um choque por dia entre seus aviões e pássaros no espaço aéreo nacional.

De acordo com o relatório mais recente do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes), com dados de 2010, o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), é o campeão de colisões.

Foram reportados 56 acidentes no local. O risco é maior, mostram os dados, durante a decolagem. E, na maioria das vezes, os pássaros entram no motor do avião.


Viracopos, Brasília, Porto Alegre e outros aeroportos têm mais um problema. Além da poluição, existem reservas naturais no entorno desses locais, o que aumenta a incidência de aves na região.

Como os relatos dos choques não são obrigatórios no Brasil, o número de ocorrências pode ser até três vezes maior, estima o setor aéreo.

Apesar de no Brasil não ter sido registrado nenhum acidente grave até hoje, o risco é alto dizem pilotos.

Infraero diz que removerá ninhos de Guarulhos

Diminuir a presença dos pássaros dentro da pista dos aeroportos -ou, ao menos, no entorno- é a saída para que o risco de acidentes diminua, segundo especialistas no tema.

Outra forma de combater o risco é controlando os lixões e as ocupações irregulares que existem perto das pistas de voo, diz Mauro Cauville, superintendente de meio ambiente da Infraero, empresa que administra os grandes aeroportos do país.

O diagnóstico que acaba de ser feito para Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), mostra que os ninhos de quero-quero, que costumam ser feitos entre junho e agosto, são um problema que precisa ser atacado nos próximos anos.

A Infraero diz que espera autorização do Ibama para fazer a remoção dos ninhos, a partir do ano que vem. Essa seria uma forma de tentar diminuir a quantidade de aves perto do local onde aviões trafegam.

No caso de Cumbica, além dos quero-quero, os urubus -devido ao descarte irregular de lixo em áreas próximas da pista- também merecem atenção, mostrou estudo pedido pela Infraero para a Universidade de Brasília.

PREJUÍZO

Os planos que visam a diminuição do risco de acidente por causa das aves não buscam apenas aumentar a segurança. A questão também é econômica. Por volta de 24% das mais de 170 colisões registradas pelos pilotos da TAM em 2011 causaram danos aos aviões.

Fonte: / NOTIMP

Foto: US Army Corps of Engineers









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