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Brasil reduz seu efetivo em força de paz no Haiti em 11%

País, que comanda missão, trará 250 militares de volta a partir de 2012. Militar guarda base uruguaia em Port Salut, Haiti, onde jovem haitiano diz ter sofrido abuso sexual de capacetes azuis .

Luis Kawaguti .

A partir de 2012, o Brasil deve reduzir seu efetivo na missão de paz da ONU no Haiti em até 250 capacetes azuis, segundo o general brasileiro Luiz Eduardo Ramos Pereira, comandante militar da missão no país. Hoje, os brasileiros no Haiti são 2.185.

A diminuição será resultado de um estudo feito em julho pela ONU que recomenda uma redução de 18% no efetivo geral de tropas no país -que deve cair de cerca de 8.700 militares para 7.100.


Dependendo da situação política e econômica do Haiti nos próximos anos, essa redução pode se tornar o primeiro passo para uma futura retirada total das tropas.

Mas, a redução ainda precisa ser formalizada pelo Conselho de Segurança em outubro. Uma vez aprovada, deve acontecer de forma escalonada até o fim de 2012, de acordo com o general Ramos.

O estudo mostra que a situação de segurança no país já permite que o número de militares volte ao patamar de antes do terremoto de janeiro de 2010, que deixou mais de 300 mil mortos.

Antes da catástrofe, a ONU previa iniciar sua retirada gradual do país em 2011. A missão já dura sete anos.

O assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, afirmou que pretendia que a redução no efetivo brasileiro fosse maior (800 homens), mas a pasta acatará a decisão da ONU. "O Ministério da Defesa tem uma ótima relação com a ONU", disse.

A redução do efetivo do Brasil será menor que a diminuição geral das tropas pois sua área de responsabilidade é a mais crítica do Haiti.

ABUSO


Cinco militares do Uruguai que serviam no Haiti devem ser repatriados amanhã após à divulgação de um vídeo gravado em celular onde aparecem simulando um abuso sexual de um jovem de 18 anos.

"Reuni todos os meus comandantes de tropa e alertei que é inaceitável esse tipo de procedimento", disse Ramos. O caso causou comoção nacional e resultou em uma declaração do presidente Michel Martelly exigindo a punição dos culpados. O Uruguai destituiu seu comandante no país e prometeu uma investigação.

Segundo Ramos, a ONU apresentou um pedido de desculpas ao presidente e o fato não deve se transformar em uma nova crise política.

Fonte: / NOTIMP

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Ministro da Defesa defende retirada gradual de tropas do Haiti

Em visita a Buenos Aires, o ministro da Defesa disse que é necessário evitar uma 'saída desorganizada' que possa gerar uma 'situação de caos'.

O Brasil precisa começar a pensar na saída gradual de suas tropas do Haiti, disse nesta segunda-feira (5) o ministro da Defesa, Celso Amorim, na embaixada do Brasil em Buenos Aires. Em entrevista, Amorim disse que deveria ocorrer, primeiramente, uma redução gradual das tropas, a partir da definição de um cronograma conjunto dos países da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) com a ONU, antes da retirada total.

"Não podemos ter uma saída desorganizada que gere uma situação de caos", disse o ministro. "Nós devemos uma atitude responsável em relação ao Haiti e em relação a nós mesmos. Agora, a médio e longo prazo, não é bom nem para o Haiti e nem para quem está lá que essa presença se perpetue", disse.

Amorim afirmou que este será o principal assunto da reunião da Unasul na próxima quinta-feira (8), em Montevidéu. Segundo o ministro da Defesa, é preciso evitar uma situação de "falso conforto" em relação à presença de soldados no Haiti. "Temos de discutir de maneira serena. Mas (a questão das tropas) tem que ser vista".

As declarações ocorreram após a decisão do Uruguai de trazer de volta cinco "capacetes azuis", nome dado aos militares das missões de paz da ONU, depois da acusação de que eles teriam cometido abuso sexual contra um adolescente no Haiti. Amorim disse que não conhecia o caso. Segundo ele, a reunião no Uruguai não terá este assunto como tema. Para ele, o episodio é isolado e não pode afetar a imagem da Minustah (missão de paz da ONU para o Haiti). "Não se pode contaminar toda a missão de paz por um episodio especifico", disse.

No entanto, quando questionado se as tropas poderiam estar sofrendo um desgaste no Haiti, Amorim disse: "Qualquer tropa em qualquer lugar do mundo sofre desgaste".

Estabilidade

Amorim afirmou que a situação critica de segurança no país já foi superada, após duas eleições e o aumento na presença de tropas após o terremoto ocorrido em janeiro de 2010. "Os manuais de ciências políticas orientam que a segunda eleição é a que indica que a democracia está consolidada", disse o ministro.O ministro afirmou, no entanto, que a decisão sobre a saída do Haiti deve ser tomada não apenas pela Defesa, mas também pela presidente Dilma Rousseff e pelo Ministério das Relações Exteriores - pasta que ocupou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Amorim disse que ele e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversaram sobre o assunto na semana passada e concordaram com a redução e a futura retirada das tropas. O ministro afirmou que não será tomada uma decisão unilateral por parte do Brasil ou dos países da Unasul, que deverão agir em conjunto com a ONU.

Amorim disse ainda que não existe um cronograma para esta redução de tropas e a possível retirada do país. O ministro afirmou ainda que a redução das tropas brasileiras será inicialmente pequena, porque os brasileiros estão na área de Porto Príncipe, que é mais critica.

O ministro foi à Argentina para reuniões com a presidente Cristina Kirchner e com seu colega do país vizinho, Arturo Puricelli. Segundo Amorim, foram discutidos assuntos de cooperação na área de defesa.

Fonte: / NOTIMP









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