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Especial Defesa: A missão de Amorim

Novo ministro da Defesa terá papel decisivo no combate ao tráfico de drogas .

Acerta a presidente Dilma Rousseff ao recomendar, na reunião que manteve sábado com o ex-chanceler Celso Amorim, convidado a assumir o Ministério da Defesa, prioridade ao Plano Estratégico de Fronteiras. Reportagem do Estado de Minas (Política, 7/8/2011) relata que o encontro se deu durante almoço no Palácio da Alvorada, oportunidade em que a presidente, segundo assessores, mostrou preocupação em transmitir ao novo ministro a necessidade de dar continuidade a esse programa, que considera estratégico.

Ele vem sendo conduzido pela Defesa, em sintonia com o Ministério da Justiça, já que, além das Forças Armadas, envolve a Polícia Federal (PF). Amorim, que havia declarado na véspera sua intenção de "não reinventar a roda", preferiu nada dizer depois do encontro, deixando para falar aos jornalistas somente quando tomar posse em seu novo cargo.

Essa é, aliás, a postura correta de quem ainda não é ministro de fato e, principalmente, por ser o substituto de Nelson Jobim, afastado por declarações constrangedoras a respeito da equipe de governo da presidente. Além disso, a escolha de Amorim, por sua ostensiva atuação como ministro das Relações Exteriores, na aproximação com regimes polêmicos, como o Irã, tinha sido recebida com reserva pelos comandos militares subordinados à pasta da Defesa.

O reforço da defesa das fronteiras é, de fato, umas das principais iniciativas que cabem ao governo federal e, segundo especialistas, dela depende boa parte do sucesso no combate ao tráfico de drogas e armas. São 15.715 quilômetros de fronteiras com 10 vizinhos – com os quais o Brasil pode se gabar de não ter qualquer conflito – e que, por sua extensão e por cruzar grandes áreas de florestas tem inúmeros pontos de fragilidade.

Desde junho, o programa de fronteiras vem sendo implantado por um comando conjunto de esforços do Exército, Aeronáutica e Polícia Federal. O Exército, que já vinha trabalhando para reforçar suas posições nas fronteiras situadas na Região Amazônica, vai aumentar dos atuais 20 para 48 pelotões especializados no trabalho de fronteira seca, com foco na área compreendida entre a Bolívia e a Guiana Francesa. Já a PF vai executar um plano permanente de vigilância, que dobra o efetivo atual da Operação Sentinela. Há pelo menos 34 pontos identificados como críticos e que serão alvo de patrulhamento mais rigoroso.

Recente levantamento feito pelo Exército confirmou a preocupação das autoridades civis que enfrentam o tráfico no Brasil, ao listar os 13 crimes mais frequentes nessas fronteiras. Além do roubo de carros e de gado e do comércio ilegal de diversas mercadorias, o mais preocupante é o contrabando de drogas e de armas sofisticadas. É por essas entradas que são supridos não apenas os estoques da droga que corrompe a juventude das grandes cidades do país, como também o arsenal de enfrentamento às forças policiais que tentam combater esse negócio que enluta e envergonha a sociedade brasileira. Essa é, portanto, uma missão das mais nobres que aguardam a posse e o empenho total de Amorim.

Fonte: / NOTIMP

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Dilma pede foco nas fronteiras

Comandantes das três Forças serão mantidos e governo quer sintonia para aprovar projetos no Congresso Nacional

Tiago Pariz e Leonardo Santos

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se ontem com o novo ministro da Defesa, Celso Amorim, e determinou prioridade ao Plano Estratégico de Fronteiras e trabalho estreito com o vice-presidente Michel Temer e com o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo. A palavra de ordem da presidente é "continuidade". Ela está preocupada com traumas na mudança, já que alguns militares receberam com insatisfação a nomeação de Amorim.

Dilma informou a Amorim que os comandantes das três Forças — Juniti Saito (Aeronáutica), Enzo Peri (Exército) e Júlio Moura Neto (Marinha) —, assim como o chefe do Estado-Maior Conjunto, José Carlos de Nardi, continuarão nos postos. O almoço no Palácio da Alvorada foi o primeiro encontro da presidente com o ministro empossado na Defesa. Depois da reunião com Dilma, o ex-chanceler esteve com os quatro militares no Palácio do Planalto, numa reunião que durou 1h45.

O novo ministro garantiu que não promoverá rupturas. "Não vou reinventar a roda. Vou trabalhar para implementar as ações e diretrizes constantes da Estratégia Nacional de Defesa", afirmou após se encontrar com os chefes das Forças. O governo não quer retrocesso nas discussões sobre a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso à Informação, em tramitação no Congresso. A ordem é que a posição do Ministério da Defesa não mude com a chegada de Amorim.

Cada um dos militares fez uma exposição das ações mais importantes e como está a situação orçamentária das Forças. Amorim considerou a reunião produtiva e estabeleceu uma pré-agenda para conhecer as organizações militares espalhadas pelo país. Nos próximos dias, Amorim terá debates separados com cada uma das Forças.

A presidente também pediu que José Genoino, assessor-especial do Ministério da Defesa, trabalhe para evitar que os principais projetos sofram atrasos por conta de o novo titular ainda não estar familiarizado com os detalhes das ações. Genoino, que deve continuar no cargo, reúne-se amanhã com o ministro.

Infraestrutura
O plano de fronteiras é elaborado em conjunto com a Vice-Presidência e com o Ministério da Justiça. O vice Michel Temer trabalha para a viabilização da proposta de levar infraestrutura estatal aos municípios fronteiriços do país, como postos da Receita Federal, da Polícia Federal, além de bancos estatais — Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Pela ideia, o governo também daria benefícios financeiros — uma possibilidade seria por meio do programa Bolsa Família — para as pessoas que já vivem nessas regiões.

O vice Michel Temer vem tendo papel cada vez mais atuante na Defesa. A proposta de levar instituições do Estado para a fronteira foi gerida dentro do seu gabinete. O nome do vice foi um dos primeiros a serem sondados pela presidente para substituir Jobim, mas Temer acabou rejeitando a ideia. Mesmo assim, Dilma quer o vice totalmente integrado às questões militares para ajudar na concretização das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa. Outra proposta sendo debatida dentro do Ministério da Defesa é a de estímulo a empresas de defesa, entre elas a recuperação da Avibras, fabricante do sistema Astros de lançamento de foguetes, que está em recuperação judicial. As mulheres dos militares farão protestos hoje, durante a troca da bandeira, contra a defasagem salarial das Forças.

Fonte: / NOTIMP

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Amorim sobre a Defesa: 'Não farei grandes mudanças'

Novo ministro se reuniu com o comando das Forças Armadas no Planalto

O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou neste sábado que vai apenas continuar o trabalho de seu antecessor no cargo, Nelson Jobim, e não pretende dar início a grandes reformas na pasta. Amorim esteve reunido durante quase duas horas com quatro comandantes das Forças Armadas, no Palácio do Planalto. Estavam presentes o almirante da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto; o general de Exército, Enzo Martins Peri; o brigadeiro da Aeronáutica, Juniti Saito, e o general do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, José Carlos De Nardi.

“Não vou reinventar a roda. Vou trabalhar para implementar ações e diretrizes constantes da estratégia nacional de defesa. Vou me empenhar bastante para tocar as ações da pasta”, afirmou o novo ministro por meio de sua assessoria. No encontro, cada comandante fez uma exposição sobre as questões e programas mais urgentes da área, como o orçamento destinado às Forças Armadas. O ministro disse ter ficado bastante “satisfeito” com o encontro e prometeu marcar novas reuniões com os oficiais nos próximos dias. Ele também manifestou o desejo de conhecer as organizações militares no país.

No início da tarde, Amorim se reuniu com a presidente Dilma no Palácio da Alvorada a fim de receber as primeiras orientações para a condução da pasta. Na sexta Dilma Rousseff chamou os comandantes das Forças Armadas para um encontro para tentar acalmar os ânimos dos militares insatisfeitos com a indicação do ex-chanceler ao cargo, ocupado até quinta por Nelson Jobim. O ex-ministro tinha prestígio entre os militares e Amorim tem pela frente um árduo trabalho para conquistá-los.

A posse do novo ministro da Defesa está marcada para tarde de segunda-feira no Palácio do Planalto.

Fonte: / NOTIMP








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