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Gol se expande em aeroportos estratégicos



Parcela no Santos Dumont, no Rio, vai para 35,7% e passa a da concorrente TAM; em Guarulhos, SP, chega a 36% .

Empresa nega que preços subirão e diz que clientes Webjet devem ter milhagem mesmo antes da integração .

CAROLINA MATOS .

O novo mapa dos horários de pousos e decolagens (os chamados "slots") nos principais -e congestionados- aeroportos do país revela como a pequena fatia de 5% de mercado da Webjet fará uma grande diferença para a Gol.

A participação da empresa no Santos Dumont, no Rio, vai saltar para 35,7%, ultrapassando os 28,6% da principal concorrente, a TAM.


No Galeão, também no Rio, a hegemonia da Gol vai ser reforçada, passando para 54,9%. A TAM tem 39,6%. E no aeroporto de Guarulhos, SP, a fatia sobe para 36,1%, pouco menor que os 38,7% da TAM. Em Congonhas, não haverá alteração.

O ganho de participação com a compra da Webjet foi destacado ontem por Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol, em conferência com analistas. E foi bem recebido no mercado.
"A empresa vai aumentar presença em eixos estratégicos. Isso é um ativo precioso, mais ainda considerando a Copa, que aumentará o fluxo de passageiros", disse Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos.

PREÇOS DAS PASSAGENS

Quanto aos valores dos bilhetes, Oliveira Júnior afirmou que, com a aquisição da Webjet, a Gol "vai fortalecer o DNA de baixas tarifas".


Mas Almawi, da Lerosa, acha pouco provável que não haja aumento de preços.

"Há muito tempo a Gol deixou de praticar valores similares aos da Webjet, especialmente depois da aquisição da Varig. Hoje, os preços da Gol estão muito mais próximos aos da TAM", disse.
Já Carlos Alberto Esteves, sócio diretor da Go4! Consultoria de Negócios, aposta na manutenção de tarifas.

"Os ganhos da Gol em sinergias com a Webjet devem dar suporte à manutenção dos preços."

Oliveira Júnior disse também que vai se desfazer da marca Webjet, como previam analistas, e que os clientes da companhia comprada poderão aderir ao programa de milhagem da Gol (o Smiles) mesmo antes da unificação total das companhias.

"Na medida em que o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] permita, queremos oferecer o benefício mesmo antes da integração completa das marcas."

Fonte: / NOTIMP

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Gol dominará Brasília

Com a Webjet, a empresa terá metade do transporte de passageiros na capital e liderará oito das 10 principais rotas do país

Gustavo Henrique Braga

Com a compra da Webjet, a Gol responderá por quase a metade — precisamente, 48,8% — de todas as operações com passageiros no aeroporto de Brasília, o terceiro maior do país em movimento. Sairá de uma participação de 41,4%, superando os 44,5% detidos atualmente pela TAM. O domínio de mercado da Gol será tamanho, que a companhia liderará oito das 10 principais rotas domésticas, incluindo Guarulhos (SP)/Brasília e Santos Dumont (RJ)/Brasília.

Apesar dessa clara concentração de mercado e, consequentemente, do poder para forçar aumentos dos preços das passagens aéreas, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, tentou minimizar os riscos de abusos contra os viajantes. "Isso (compra de companhias menores) é uma tendência mundial e no Brasil não é diferente. Basta observar vários países da Europa, onde poucas companhias dominam o mercado, mas nem por isso os preços são elevados", disse.

Ele ressaltou que, para a Gol, foi um ótimo negócio arrematar o controle da Webjet, mesmo tendo que assumir uma dívida de R$ 215 milhões e pagar R$ 96 bilhões aos donos da concorrente. A maior parte dos débitos vence até 2015 e os principais credores são os bancos Bradesco, Safra e Citibank. Segundo o empresário, a incorporação será total e a marca Webjet será extinta. Pelas suas contas, a operação resultará em uma economia de R$ 100 milhões à Gol em dois anos, sem que haja demissões em qualquer das duas empresas.

"A Webjet tem um quadro de funcionários enxuto, não haverá necessidade de demissões. Na verdade, conforme a empresa crescer, é provável que ocorram contratações", disse Constantino Júnior. Atualmente, a Webjet conta com 1,6 mil empregados e a Gol, com 18 mil. No ano passado, o faturamento da Webjet foi de R$ 750 milhões e a previsão para este ano é de R$ 800 milhões.

O presidente da Gol assegurou ainda que não haverá grandes mudanças na estrutura com a compra da Webjet. "As duas empresas têm foco na venda a baixo custo, isso facilitará o trabalho, não será preciso grandes mudanças estruturais", explicou. Assim, haverá a integração do programa de milhagens Smiles para incluir clientes da Webjet, mas só depois de a aquisição sair do papel. Para ser concretizada, o negócio depende da autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (anac).

Renovação da frota


Outro facilitador para a fusão é o fato de as duas companhias operarem com aviões da fabricante Boeing. Quando a compra for concluída, a Gol pretende renovar a frota em um prazo de 18 a 24 meses. A substituição seria das 24 aeronaves modelo 737-300, da Webjet, versão mais antiga que os 737-700 e 737-800 usados pela empresa controlada por Constantino Júnior. A Gol poderá ainda ampliar uma encomenda feita no ano passado de 30 jatos 737-800, com entregas previstas entre 2014 e 2017.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou nota na qual classifica a fusão como prejudicial aos passageiros por diminuir a concorrência no setor, já que, com a compra da Webjet, TAM e Gol responderão sozinhas por quase 85% do mercado nacional de aviação civil. Leonardo Pereira, diretor financeiro da Gol, disse que ainda é cedo para falar em emissão de ações para financiar o negócio, mas não descartou que essa seja uma opção a ser adotada após a concretização do acordo.

Fonte: / NOTIMP

Foto: Luis Argerich









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