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Gol anuncia fim da marca Webjet e garante que não demitirá funcionários



Segundo Constantino de Oliveira Junior, presidente da Gol, não faz sentido manter no mercado duas marcas de perfil parecido. Ele afirma também que empresa não deverá ter problemas em alongar a dívida da Webjet, estimada hoje em R$ 215 milhões .

Silvana Mautone e Glauber Gonçalves .

A marca Webjet vai desaparecer após a aquisição da companhia pela Gol. A expetativa da compradora é de que o negócio seja aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) até o fim do ano que vem. Além de abandonar a marca, a Gol também vai renovar toda a frota da companhia, considerada velha, em até dois anos. O plano da empresa é passar a atender os clientes da Webjet com mesmos serviços da Gol.

Justificando o desaparecimento da marca, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, confirmou o que já diziam analistas: o principal objetivo da compra é ampliar as operações em grandes centros e outras capitais. Nesses aeroportos, já não há mais espaço para ampliar as atividades. O executivo disse ainda que não havia motivo para manter as duas marcas, uma vez que ambas as empresas atendem a um público semelhante.

As sinergias provenientes da integração das aéreas devem chegar a R$ 100 milhões nos dois primeiros anos após a fusão das operações das duas empresas, estimou Constantino. Ele descartou, no entanto, a possibilidade de demissões entre os cerca de 1,6 mil funcionários da Webjet. Segundo o executivo, ao contrário, a tendência é que ocorram mais contratações.

"Quando renovarmos a frota da Webjet, provavelmente conseguiremos aumentar o números de voos realizados por uma mesma aeronave, o que tornará necessário ampliar o quadro de pessoal", afirmou. Composta por aviões 737-300, a frota da Webjet deverá ser trocada por modelos mais modernos. Isso pode ser feito por três meios: encomenda de novas aeronaves, renovação de contratos de leasing existentes ou realização de novos contratos de leasing.

Pelo acordo fechado na última sexta-feira, a Gol pagará R$ 96 milhões pela Webjet e assumirá dividas de aproximadamente de R$ 215 milhões. O pagamento, no entanto, vai ser renegociar com os credores, afirma a companhia. "São dívidas que vencem até 2015, mas não acredito que teremos problema para refinanciá-las e alongar o prazo", disse o vice-presidente de Finanças da Gol, Leonardo Pereira.

As principais instituições financeiras credoras da Webjet são o Bradesco, o Citibank e o Safra. Só os contratos de leasing, que vencem em dois ou três anos, somam cerca de R$ 120 milhões. Pereira destacou ainda que a Gol será cautelosa na ampliação da frota. "A Gol tem demonstrado nos últimos anos bastante consistência em termos do planos de frota e de ser prudente em adição de capacidade. Nós continuaremos a fazer isso", declarou.

Fidelidade. Depois que a empresa obtiver o sinal verde do Cade, os clientes da Webjet poderão usar o programa de fidelidade Smiles, afirmou o presidente da Gol. Para o executivo, a inclusão dos passageiros da Webjet deve fortalecer o programa e torná-lo mais atraente para as empresas parceiras, afirmou Constantino.

O presidente da Gol destacou ainda que não há planos de criar uma operação separada para o Smiles. "(O programa) continua fazendo parte da Gol. Não há planos de alterá-lo", disse. A posição é diferente da adotada pela TAM, empresa na qual o sistema de milhagens deu origem à Multiplus, atualmente listada na bolsa brasileira.

Sobre a possibilidade de novas emissões de ações da Gol, Pereira disse que elas estão descartadas por enquanto, mas que, aprovada a compra da WebJet, e empresa deve realizar, sim, lançamentos no mercado para concluir a transação.

Apesar de aumentar a concentração no setor aéreo, a aquisição da Webjet pela Gol não deve levar a aumento das tarifas, na avaliação do consultor André Castellini, da Bain and Company. "A formação de preços se dá basicamente em razão da disputa entre a Gol e a TAM, que só tende a crescer daqui pra frente", diz.

Segundo ele, o mercado brasileiro de aviação mudou muito nos últimos anos e hoje é extremamente disputado. "Para sobreviver, é preciso ter escala. Seria muito difícil para a Webjet continuar competindo com aeronaves antigas, que consomem mais combustível", afirma.

O próprio presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, disse ontem, durante conversa com jornalistas e investidores, que não acredita que haverá aumento de tarifas. "Vamos oferecer tarifas competitivas, com o objetivo de popularizar o transporte aéreo", afirmou.

O QUE MUDA

Serviço de bordo
A companhia adotará o padrão Gol, que inclui lanche grátis e venda a bordo. Hoje, os clientes Webjet pagam até para consumir água.

Programa de fidelidade
Assim que o Cade consentir, clientes da Webjet poderão migrar para o Smiles, da Gol.

Aeronaves
Aviões da Webjet, mais velhos, serão trocados por equipamentos mais modernos em até dois anos.

Marca
A Gol acabará com a marca Webjet, já que as duas empresas têm o mesmo público alvo.

Fonte: / NOTIMP









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