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Especial Noar: Noar é suspeita de ocultar falhas técnicas



Dona da aeronave que caiu no Recife teria relatos sobre problemas em avião igual ao do acidente. A Anac suspendeu os voos da companhia até que a denúncia seja esclarecida .

Renata Mariz .

Dona do avião que caiu na última quarta-feira no Recife, matando 16 pessoas, a Noar Linhas Aéreas está impedida de voar com a única aeronave que restou de sua frota depois do desastre. A determinação veio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que enviou fiscais à empresa ontem para cobrar explicações sobre supostas anotações de "problemas técnicos recorrentes", feitas pelos pilotos a respeito do avião que não se envolveu no acidente. Estão notificadas 75 situações de risco de novembro de 2010 a 9 de julho deste ano. Os registros, encaminhados pela equipe do programa Fantástico à Anac, constituem um documento isolado. A Anac quer saber, agora, se a empresa deixou de colocar as anotações no livro oficial de registros, também chamado de diário de bordo, que fica disponível ao órgão fiscalizador tanto nas inspeções rotineiras quanto em ações não programadas.

Caso seja comprovado que a companhia deixava de colocar no diário de bordo tais anotações, contrariando o Código Brasileiro Aeronáutico e regras da própria Anac, a Noar pode levar multas e ter a licença de operação cassada. A companhia, por sua vez, ressaltou, por meio de nota, que o documento sobre o qual a Anac pede explicações foi furtado das dependências da empresa dias após o acidente. Quanto ao boletim de ocorrência do furto, a Noar afirma que ele existe, embora se recuse a mostrar uma cópia do documento. E sobre o fato de incluir ou não as anotações no diário de bordo, limita-se a dizer que "utiliza um registro auxiliar com a finalidade de apresentar impressões e percepções das tripulações acerca do funcionamento das aeronaves. Essas impressões e percepções podem se transformar em ordens de serviço, se for necessário, após análise dos especialistas em manutenção da empresa".

Por meio da assessoria de imprensa, a Anac afirmou que ainda está verificando as informações repassadas pela imprensa e também o retorno dado pela Noar a respeito da documentação isolada de problemas técnicos das aeronaves. A suspensão dos voos, completou a agência, é uma medida de prevenção visando a segurança dos passageiros. Quem foi prejudicado pela suspensão das operações pode procurar a empresa por meio do 0800-601-2999. A companhia, que depois do acidente havia suspendido por conta própria seus voos, retomando-os no último sábado, tinha uma viagem prevista para ontem, saindo do Recife com destino a Maceió. A respeito dos registros de falhas da aeronave acidentada, a Aeronáutica, responsável pela investigação da queda do bimotor, não informa se há problemas na documentação, alegando que as apurações do caso se dão em sigilo.

A Polícia Científica de Pernambuco terminou a identificação dos corpos das vítimas do acidente com o avião da Noar Linhas Aéreas, que resultou na morte de 16 pessoas na semana passada. A maioria das vítimas foi identificada pelas impressões digitais. O Instituto de Medicina Legal (IML) concluiu que todos morreram de politraumatismos, pelo impacto da aeronave no chão, e não queimados no incêndio que se sucedeu à queda.

Fonte: / NOTIMP

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Após denúncias, Anac suspende operações da Noar

Pilotos relataram problemas em aeronave da empresa, dona de outro equipamento que caiu na última quarta Em nota, a Noar nega problemas e diz que documento citado na denúncia foi furtado da companhia aérea

MARIANA VERSOLATO

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determinou ontem a suspensão temporária das operações da Noar Linhas Aéreas.

A agência tomou a decisão depois de receber da Rede Globo cópias de anotações feitas por pilotos da companhia referentes uma das aeronaves da Noar.

Os problemas são relativos ao outro avião da empresa, não envolvido no acidente que matou 16 pessoas no último dia 13, em Recife (PE), três minutos após decolar do aeroporto Gilberto Freyre.

Segundo o programa "Fantástico", que obteve o documento, há relatos de aquecimento acentuado dos motores, baixa potência em decolagens e defeito no sistema de alerta de falhas como perda de sustentação.

Segundo a Anac, as informações recebidas indicam que a companhia teria adotado práticas que ferem tanto o Código Brasileiro Aeronáutico quanto regras da agência.

A Anac solicitou à empresa explicações sobre tal documento, mas, em comunicado, a Noar diz que o mesmo foi furtado e registrou boletim de ocorrência policial.

Segundo a Anac, as anotações sobre problemas técnicos das aeronaves deveriam constar no diário de bordo, conforme determina o código aeronáutico.

A Noar diz que utiliza um registro auxiliar para percepções das tripulações acerca do funcionamento das aeronaves e que essa postura está alinhada com a nova legislação que entrará em vigor a partir de agosto de 2011.

A Anac afirma que suspendeu temporariamente as operações da empresa para garantir a segurança dos passageiros até constatar a veracidade das informações.

No dia seguinte ao do acidente, a Noar negou que a aeronave apresentasse problemas de perda de potência. Mas o empresário Jairo Gonçalves, 51, disse que o irmão dele, o copiloto Roberto Gonçalves, 55, morto no acidente, já havia relatado a falha.

Fonte: / NOTIMP

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Anac suspende Noar para checar suposta irregularidade

Silvana Mautone

A Agência Nacional de Aviação Civil suspendeu hoje, de forma cautelar, as operações da empresa aérea de transporte regular Noar Linhas Aéreas S.A. após receber informações da Rede Globo de Televisão de que a companhia teria adotado práticas que ferem tanto o Código Brasileiro Aeronáutico (CBA) quanto as regras da agência. Na tarde de ontem, a Anac recebeu cópias escaneadas que seriam relatos de pilotos da empresa aérea sobre problemas técnicos recorrentes na aeronave de prefixo PR-NOA. Esse avião não é o envolvido no acidente ocorrido na última quarta-feira, 13 de julho.

De acordo com nota divulgada pela Anac na tarde de hoje, "as anotações deveriam constar no livro de registro de voo, jornada e ocorrências da aeronave e de seus tripulantes (Diário de Bordo), conforme estabelecido pelo Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), e confeccionado de acordo com as orientações da Instrução de Aviação Civil 3151". O Diário de Bordo é um dos itens averiguados pela Anac em suas fiscalizações, sejam programadas ou não.

Diante das informações recebidas, a Anac decidiu suspender temporariamente as operações da Noar até constatar a veracidade das informações. A área técnica responsável pela análise detalhada das supostas provas aguarda o envio dos documentos pela TV Globo. De acordo com o órgão, as informações serão anexadas ao processo administrativo aberto pela Anac em 13 de julho para verificar as condições técnicas e operacionais da empresa.

O resultado da análise poderá levar a penalidades que variam de multa à cassação da licença da empresa. Caso seja verificada a ausência de irregularidades, a companhia aérea poderá ser autorizada a continuar suas operações normalmente. A Anac ressalta que a medida adotada é cautelar e busca resguardar a segurança dos passageiros diante das informações apresentadas.

BASTARAM TRÊS MINUTOS

Tudo indica que a queda do avião no Recife, pouco depois da decolagem, foi causada por problemas técnicos no aparelho

Júlia de Medeiros

A mais famosa praia no Recife deve seu nome a uma igreja na qual os pescadores suplicavam a Nossa Senhora da Boa Viagem que os trouxesse em segurança à terra. Erguida no século XVIII, essa igreja também deu nome ao bairro e à sua principal avenida, contruída à beira-mar. Por ironia, foi esse o cenário do desastre aéreo que vitimou dezesseis pessoas no último dia 13. Às 6h51, elas decolaram da capital pernambucana com destino a Natal e Mossoró no bimotor de fabricação checa Let 410, da Noar, uma pequena companhia aérea do interior de Pernanbuco. Apenas 55 segundos depois de ter deixado o solo, o piloto Rivaldo Cardoso reportou problemas técnicos no avião à torre de controle e comunicou que pretendia voltar ao aeroporto. Dois minutos depois, informou que nãoconseguiria completar o percurso de 3 quilômetros e que tentaria pousar na praia. Voando a baixa altitude, Rivaldo Cardoso tentou desviar de um prédio em construção. Na manobra, o avião perdeu de vez a estabilidade e bateu de bico em um terreno baldio a 100 metros da praia. Em seguida, ouviram-se duas explosões. Os primeiros exames dos legistas indicam que a maioria dos viajantes morreu de politraumatismo, devido ao impacto com o solo. Um operário e um transeunte relataram ter visto um dos passageiros se movimentando instantes antes do início do incêndio, que ocorreu menos de quatro minutos depois de a aeronave ter decolado.

A tragédia do Recife volta a chamar atenção para o mercado de aviação regional, que floresce no país desde meados da década passada, depois de ter cambaleado por trinta anos. A Noar foi criada em Caruaru, em 2010. Como boa parte de suas congêneres na América Latina, a empresa optou pelos checos LET 410, que transportam até dezenove passageiros, não são pressurizados, gastam pouco combustível e têm baixo custo de manutenção. Para operá-los, a Noar contratou seis pilotos e cinco copilotos. Rivaldo Cardoso estava entre os mais experientes. Brigadeiro reformado, acumulava 15000 horas de voo, 1000 das quais no LET 410. Aos 68 anos, tinha três anos a mais que o limite pemitido para voos internacionais e dois a mais que o mais velho piloto da Gol, mas estava em boas condições físicas e evitou que atragédia fosse ainda maior, ao desviar de quem estava em terra. Tinha a seu lado o também experiente Roberto Gonçalves, de 55 anos. Como os pilotos relataram panes no equipamento à torre do aeroporto de Recife, tudo indica que o acidente foi provocadomesmo por falhas no LET 410 - que era novo e havia saído da revisão apenas dois dias antes. Considerado um modelo seguro pelos especialistas em aviação, o turboélice tem menos registros de acidentes do que jatos de grande porte. Mas, com apenas um ano de uso, o aparelho que caiu já havia apresentado problemas. Em abril, uma dos turbinas foi substituída por recomendação do fabricante.

Pilotos teriam perdido controle de avião que caiu no Recife

Investigações oficiais da Força Aérea Brasileira começam nesta segunda-feira

Dados preliminares do Instituto e Criminalística de Pernambuco (IC) indicam que os pilotos do bimotor que caiu no Recife na última quarta-feira não tentaram uma aterrissagem forçada. Os peritos constataram que a aeronave não deixou rastro no terreno e caiu diretamente no ponto onde foi encontrada – o que sinaliza uma queda abrupta. No acidente, morreram 16 pessoas, sendo 14 passageiros e dois tripulantes. O avião, pertencente à Noar Linhas Aéreas, caiu três minutos após decolar do Aeroporto do Internacional do Recife com destino a Mossoró, no Rio Grande do Norte.

De acordo com o perito criminal Gilmário Lima, a vegetação atrás do avião estava intacta, o que reforça a tese de que não houve tentativa de pouso de emergência. O piloto e brigadeiro reformado da Aeronáutica Rivaldo Cardoso, 68 anos, e o copiloto Roberto Gonçalves, 60, teriam perdido o controle da aeronave.

“Tudo indica que houve um único impacto, sem rastro no solo. Além disso, observamos que o maior dano deu-se na parte da frente do avião. Mas isso ainda é uma informação preliminar”, relatou Lima. Somente com o laudo do IC e da Aeronáutica será possível confirmar a trajetória do bimotor LET-410.

A investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, começa oficialmente nesta segunda-feira. O material coletado por peritos – motores, painel de alarmes, hélices e componentes menores do bimotor de fabricação tcheca – está em Brasília e será submetido a uma análise ainda sem previsão de término.

No fim de semana anterior à queda, o avião da Noar tinha sido submetido a uma manutenção de rotina. Duas peças foram trocadas no processo, mas testemunhas relatam ter visto fumaça saindo de uma das turbinas da aeronave, sinal de que pode ter havido uma falha mecânica.

Fonte: / NOTIMP

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Perícia: indícios de falha mecânica em queda de avião

Recife - Peritos do Instituto de Criminalista da Polícia Civil de Pernambuco disseram ontem que a investigação inicial mostra que não há indício de que o avião da Noar Linhas Aéreas, que caiu em Recife (PE) dia 13 de julho, tentou aterrissar. Para a polícia, o avião caiu de forma repentina e só a análise da caixa-preta poderá revelar o motivo do acidente.

“Os elementos que temos até agora levam os peritos a trabalhar com a possibilidade de que o avião tenha caído de forma abrupta”, afirmou o gestor do Instituto de Criminalística, Luiz Carlos Soares.

Para o perito Gilmario Lima, responsável pelo laudo do acidente, não há indícios de arrasto da aeronave. Ele afirmou que os destroços estavam concentrados só em um local. O laudo do Instituto de Criminalística fica pronto em 30 dias.

A Força Aérea Brasileira (FAB) disse que não vai divulgar informações preliminares sobre a investigação. Ontem, a Noar informou que retomou os vôos após o acidente que matou 16 pessoas.

Fonte: / NOTIMP









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