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Aeroportuários realizam manifestação contra privatização



João Paulo Carvalho .

O Sindicato Nacional dos Aeroportuários realizou na manhã de ontem uma manifestação pacífica no saguão do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

De acordo com o sindicato, os manifestantes são contrários à proposta da presidente Dilma Rousseff de privatizações no setor aéreo.

Segundo a Empresa Brasil de infraestrutura aeroportuária (Infraero), entre 100 e 200 funcionários dos setores de manutenção, administração e operação do aeroporto realizaram uma assembleia para discutir melhorias na categoria por volta das 9h. Na sequência, foi feita uma manifestação pacífica contra a privatização dos aeroportos.

O ato também deve se repetir nos aeroportos de Viracopos (SP), Tom Jobim(RJ), Confins (MG) e Juscelino Kubitschek (DF). As manifestações fazem parte do Dia Nacional de Mobilização, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Além do ato nos aeroportos, haverá mobilizações em todos os Estados hoje, incluindo assembleias em porta de fábrica, marchas, panfletagens a paralisações.

Na pauta de reivindicações estão a implementação do plano nacional de educação, com investimento no setor de 10% do PIB e de 50% dos recursos do pré-sal, redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário e mudança da estrutura sindical do País.

Fonte: / NOTIMP

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Aeroportuários convocam assembleias nesta quarta contra a privatização dos aeroportos

Nesta quarta-feira, 6 de julho, Dia Nacional de Mobilização da CUT, o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), que reúne 14 mil trabalhadores na base, convocou assembléias contra a privatização dos aeroportos em Guarulhos, Campinas e Brasília. Os protestos iniciam às 8 horas e visam alertar a população sobre o descaminho neoliberal adotado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), “cavalo de Tróia dentro da estrutura pública para defender os interesses do capital privado, em especial estrangeiro”. Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, o presidente do SINA, Francisco Lemos, destaca a relevância da luta contra a privatização ter sido incorporada com destaque na mobilização da CUT e da necessidade de informar a sociedade sobre a alienação de um patrimônio público estratégico, montado para a soberania e o desenvolvimento nacional.

Como estão os preparativos para o 6 de julho?

O Dia Nacional de Mobilização da Central Única dos Trabalhadores incorporou com destaque a luta dos aeroportuários, aeroviários e aeronautas contra a privatização dos aeroportos e isso será muito importante para dar maior visibilidade à nossa luta em defesa deste patrimônio público estratégico. Concordamos que há necessidade de ampliação e de uma nova gestão aeroportuária, mas isso não pode ser feito com o Estado abrindo mão do controle como quer o governo, deixando a Infraero com no máximo 49% do controle. Somos radicalmente contra esse modelo que coloca a Infraero como minoritária no setor.

Qual a intenção por detrás desta sabotagem ao interesse público?

É uma visão extremamente neoliberal, uma concepção de aeroshoping, de transformar os aeroportos num mero empreendimento comercial, reduzindo a aviação a uma atividade secundária. Além dos evidentes riscos para a segurança, haverá queda da qualidade dos serviços e uma evidente segregação social, principalmente contra as classes C e D que foram as responsáveis pela explosão do setor, que seriam mais prejudicadas pelo aumento brutal das tarifas e produtos, deslocadas para terminais distantes.

Para maximizar lucros um dos pontos defendidos pelos neoliberais é a terceirização das atividades...

Exatamente. A primeira coisa que pensam é em terceirização, o que potencializa os riscos, além de criar um belo passivo trabalhista, como nas teles. Assim, as empresas não geram emprego de forma direta para fugir das suas responsabilidades. A atividade-fim no setor nas áreas de segurança, operação, carga aérea, navegação aérea e controle tarifário precisa estar nas mãos do Estado. É assim em 85% dos aeroportos do planeta.

O SINA tem denunciado o descompasso entre o crescimento do número de passageiros e os investimentos na estrutura aeroportuária. Como é isso?

O número de passageiros nos aeroportos brasileiros subiu de 71 milhões em 2003 para mais de 155 milhões em 2010, um crescimento de 118%. Proporcionalmente o número de funcionários ficou muito aquém e a estrutura aeroportuária não acompanhou esta explosão. Cabe uma avaliação da gestão, da série de ações que deveriam ser tomadas. As filas nos aeroportos mostram que a população de menor renda está utilizando bem mais este espaço, que era antes privilégio de uma pequena elite, e que também não foram feitos investimentos à altura desta nova necessidade.

Qual sua avaliação do papel desempenhado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) neste retrocesso?

Em primeiro lugar é preciso deixar claro que a criação da ANAC foi uma imposição dos norte-americanos, implementada pelo governo Fernando Henrique, onde foram colocados tecnocratas privatistas, que não entendem de aviação. O seu objetivo é um só: privatizar, retirando do Estado o papel de fiscalizar, regular, acompanhar. As informações passadas pela mídia sobre isso são completamente erradas e visam atingir a Infraero, que só administra, pois quem tem autoridade é a ANAC, que simplesmente não funciona.

Apenas quando é para sabotar e tocar adiante este ruinoso processo de privatização...

Como eu disse a ANAC só faz politicagem, são tecnocratas que não têm compromisso com o programa de governo, com o desenvolvimento, com a soberania. Esta agência não tem sequer funcionários e representa um verdadeiro cavalo de Tróia dentro da estrutura pública, montado para defender os interesses do capital privado, em especial estrangeiro. O governo FHC foi irresponsável em conceder tamanho poder à ANAC, assim como às demais agências reguladoras, que era uma concepção bem privatista, de que elas que iriam governar, que tudo ficaria por conta delas. Agora, a saída é dialogar com o movimento social que está na ponta, que é quem conhece os problemas e soluções. Para isso precisaríamos colocar pessoas ligadas à aviação.

O que achas do BNDES ter solicitado a uma consultoria estrangeira que fizesse um relatório que, obviamente, repete exatamente o que o capital estrangeiro quer?

O relatório da consultoria norte-americana Mckinley aponta que a Infraero precisa abrir seu capital. Ocorre que isso é difícil, porque a Infraero não tem patrimônio, ela administra o patrimônio do governo. Então a ANAC quer tirar a concessão da Infraero. O relatório é inteiramente falho. Coincidentemente, quem coordenou a consultoria foi o funcionário do BNDES Wagner Bitencourt, que virou ministro da Secretaria de Aviação Civil, que desclassificou a Infraero com “achismo”. Pelo projeto neoliberal, a Infraero continua existindo, mas passa a responsabilidade para o parceiro privado, que fica com o filé. Para o Estado, o osso. Não podemos aceitar um relatório que é direcionado para a privatização e para a desnacionalização, ao impor um parceiro estrangeiro nos consórcios. Isso tudo vai na contramão do projeto nacional de desenvolvimento que defendemos.

Fonte: Leonardo Severo - CUT / Mundo Sindical / NOTIMP

Foto: Andomenda









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