Acordo especial vigiará fronteiras
Governos de Brasil e Colômbia vão firmar novo convênio contra as investidas de traficantes mexicanos na região da Cabeça do Cachorro .
Tânia Monteiro .
Assim que os governos brasileiro e colombiano assinarem o acordo especial de vigilância de fronteiras, já encaminhado no mês passado, será desencadeada uma operação conjunta entre os dois países para o combate ao tráfico de drogas, pessoas e armas. Os dois governos querem dificultar a movimentação dos cartéis mexicanos do narcotráfico, que está tentando aproveitar o enfraquecimento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para passar a controlar a venda de drogas no país vizinho, instalando-se em áreas próximas à fronteira noroeste brasileira.
A previsão é de que operação entre Brasil e Colômbia seja desencadeada a partir do mês que vem, assim que for assinado o acordo que foi costurado durante a visita à Colômbia do ministro da Defesa, Nelson Jobim, no mês passado. A ideia dos dois governos é que, nos 1.644 quilômetros de fronteiras entre os dois países, as suas Forças Armadas acompanhariam a movimentação dos traficantes conjuntamente com seus sistemas de vigilância integrado.
Caso os traficantes cruzem para o vizinho, este daria prosseguimento à operação, assumindo a sua captura. Desta forma, Brasil e Colômbia pretendem tentar reduzir a transformação da região em entreposto comercial de tráfico de drogas.
O governo brasileiro está preocupado porque, com a atuação das polícias mexicana e americana nas fronteiras do México com os Estados Unidos, os barões da droga passaram a procurar a Colômbia. De acordo com fontes militares, estes traficantes estão “entrando de sola” para assumir os cartéis da droga na Colômbia e procurando as diversas passagens para o Brasil, não só por terra, mas também pelos rios. Daí a necessidade de reforço de atuação conjunta para que as Forças Armadas dos dois países atuem em sintonia na repressão ao crime.
As autoridades brasileiras não gostaram de o Brasil ser considerado pela Agência da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC) como o principal país usado por traficantes para transportar a cocaína produzida na região dos Andes para a Europa. Há uma preocupação especial na região conhecida por Cabeça do Cachorro – noroeste do Amazonas - porque a linha de fronteira não é uma “terra seca”, mas uma malha formada por centenas de “rios entrantes”.
Fonte: / NOTIMP