Sita vai produzir quiosques de check-in para aeroportos
A privatização de aeroportos e concessão de terminais deverão aumentar o fluxo de passageiros e a demanda por serviços de check in nesses locais. Antecipando-se à expansão desse tipo de tráfego, a Sita, provedora de sistemas de tecnologia da informação para o transporte aéreo mundial, vai produzir quiosques de autoatendimento no Rio de Janeiro. O plano é atender clientes da América Latina e Caribe, diz Norbert Steiger, vice-presidente regional de vendas e relações da Sita na região. A capacidade inicial da produção será de 200 terminais por ano.
Segundo Steiger, um estudo da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) aponta que seis tradicionais terminais de check in conseguem atender de 108 a 120 passageiros por hora. Mas, se forem abertos dez quiosques de autoatendimento, com seis terminais de despacho de bagagem, o número mais que dobra, para 300 passageiros por hora. "É disso que o Brasil precisa, rapidez para reduzir os congestionamentos nos aeroportos", afirma o executivo.
A produção será feita em parceira com a Urmet Daruma, empresa especializada em automação comercial. Em princípio, a capacidade será de 200 terminais por ano, mas o objetivo final é produzir mais de mil. A parceria prevê a fabricação de um novo modelo de totem, batizado de AirportConnect S3, que pesa 64 quilos. Segundo Danilo Dias, vice-presidente regional de aeroportos, comunicação e infraestrutura da companhia para a região, o novo terminal pesa menos da metade dos modelos utilizados atualmente.
A estratégia da Sita é oferecer o produto para um clube de companhias aéreas que vão compartilhar os equipamentos, como já acontece no aeroporto de Guarulhos. No local, 11 equipamentos são usados pela Air France, Aerolíneas Argentinas, British Airways e LAN, que integram o Cute Clube de Guarulhos (sigla em inglês para terminais de uso comum - "Common Use Terminal Equipment").
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já decidiu que as companhias aéreas terão que compartilhar não só quiosques, como também balcões de check in. Atualmente, as duas maiores companhias aéreas do país, TAM e Gol, não o fazem. A agência baixou uma minuta da resolução que cria regras para o compartilhamento. O texto está em consulta pública.
O setor terá prazo de 180 dias, a partir da publicação da norma definitiva, para se adaptar. A Infraero terá que renegociar com as empresas que pagam aluguel pelo uso das áreas.
"Isso não faz mas sentido no Brasil frente às necessidades de se alocar espaços e melhorar o uso dos aeroportos", diz Norbert Steiger. "Você vê algumas áreas vazias, sem uso, enquanto em outras há longas filas."
De acordo com o texto da minuta, o administrador do aeroporto terá poder para remanejar as áreas de acordo com as necessidades que surgirem, quem descumprir a ordem será punido. O objetivo da medida é reduzir filas, aumentar a eficiência operacional e melhorar o conforto dos passageiros.
"Os aeroportos do Brasil registram movimento de 59 milhões de passageiros por ano. A previsão, em função dos eventos esportivos, é de um crescimento de até 40%, ou seja, chegarão até 70 milhões", afirma Steiger.
A Sita opera terminais compartilhados de check in em nove aeroportos brasileiros, dentre os quais os de Guarulhos, Viracopos, Galeão e Confins.
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