A-port quer disputar aeroportos do Brasil
Fábio Pupo .
A A-port, joint venture do Grupo Camargo Corrêa e outras duas empresas estrangeiras, pretende entrar na disputa pelo aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Com edital de leilão já publicado, esse é o primeiro terminal para o qual o governo federal pretende atrair investimentos da iniciativa privada e é visto como um teste para pelo menos três outras concessões - Guarulhos, Viracopos e Brasília. Ao Valor, o presidente da companhia, Roberto Deutsch, confirmou o interesse em disputar a concessão e também revela que outros aeroportos também estão sendo cogitados.
"Estudamos a viabilidade do projeto no Rio Grande do Norte há mais de um ano. Temos mais material do que o próprio BNDES", disse ele em referência aos estudos oficiais do governo, conduzidos pelo banco depois que o aeroporto foi incluído no Programa Nacional de Desestatização (em fevereiro de 2008). Os outros três aeroportos com concessões anunciadas pelo governo federal são alvo de interesse da companhia, que espera definições quanto às regras do edital. "Naturalmente, temos interesse nesses outros três. Defendemos que cada aeroporto tenha seu modelo específico de concessão", opinou.
O presidente falou ao Valor durante um seminário sobre infraestrutura de transportes ontem, em São Paulo. Durante sua palestra, ele defendeu a concorrência no setor. "Não podemos fazer como na Argentina, onde cerca de 30 aeroportos foram repassados a um único ente privado. É a transformação do monopólio público em um monopólio privado", afirmou.
Atualmente, a A-port tem nove concessões de aeroportos espalhadas na América Latina: três no Chile, uma na Colômbia, uma em Curaçao e quatro em Honduras. Além disso, tem 80% do capital do estacionamento do aeroporto de Congonhas, em São Paulo (concessão com um prazo que vai, pelo menos, até 2019). Além da Camargo Corrêa, a joint venture é formada pela suíça Flughafen Zürich AG (operadora e administradora do aeroporto de Zurique) e pela chilena Gestión e Ingeniería IDC, que participou das primeiras concessões no Chile.
Fonte: / NOTIMP