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Polícia Federal: maioria das armas apreendidas são fabricadas no Brasil

Mais de 80% das armas apreendidas são de fabricação nacional, informou o diretor-substituto de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF), delegado Oslain Santana. Segundo ele, não é verdade que a maior parte das armas ilegais seja fruto de contrabando. Durante o seminário promovido pela Comissão de Segurança Pública, Santana informou que a PF tem conseguido evitar a obtenção de armas pelas organizações criminosas. “O valor das armas quadruplicou no mercado paralelo nos últimos cinco anos, o que mostra que consegui-las ficou mais difícil”, disse Santana.

Para o delegado, o mais importante no combate à arma ilegal é o reforçar o trabalho de inteligência policial, intensificando as ações de interceptação telefônica e de infiltração em grupos criminosos, além do estímulo à delação premiada.

O vice-chefe do Estado Maior do Exército, general de divisão Eduardo Dias Villas Boas, que apresentou o funcionamento do sistema de vigilância das fronteiras nacionais, advertiu ser, na prática, impossível controlar totalmente o contato do Brasil com os países vizinhos. “Basta observar que são 17 mil quilômetros de fronteira, quase seis vezes mais que a dos Estados Unidos com o México”.

Para o general, as ações meramente policiais para o controle das armas nas fronteiras não vão resolver. “São necessárias soluções integradas, com sentido social e cooperação com os países vizinhos”, propôs.

Controle - O chefe do Serviço Nacional de Armas, delegado da Polícia Federal Douglas Saldanha, e o diretor de produtos controlados do Exército, coronel Achiles Santos Jacinto Filho, informaram que as duas instituições estão procurando, cada vez mais, realizar operações conjuntas para o controle da circulação de armas.

Jacinto Filho defendeu medidas mais restritivas, mas garantiu que o Exército já acompanha a “vida” de uma arma, passo a passo, desde sua fabricação. “Não há como transferir arma sem a nossa autorização”, declarou. Ele defendeu mais capacitação de pessoal, para elevar eficácia das vistorias realizadas pelo Exército e intensificar a fiscalização sobre as pedreiras e os canteiros de obras.

Saldanha anunciou que a atual campanha de desarmamento, iniciada em 6 de maio, já recolheu cerca de 5 mil armas. Ele explicou que a PF, para autorizar a posse de arma, desenvolveu uma interpretação rigorosa do conceito de “efetiva necessidade”. Por exemplo, são negadas armas de cano longo para quem vive em cidade.

Estatuto

Na avaliação da representante da Rede Desarma Brasil, Melina Risso, o combate à violência no País exige, entre outras medidas, a definição de critérios mais objetivos que a simples alegação de “efetiva necessidade” para a compra de uma arma, como está hoje previsto no Estatuto do Desarmamento.

Porém, para o diretor da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam), Salésio Nuhs, dificultar o acesso do cidadão à arma legal só serve para estimular o comércio ilegal. “Proibir o direito privado à própria defesa, só porque existe uma segurança pública, é como proibir um pai de matricular o filho numa escola privada alegando existirem escolas públicas”, comparou. Nuhs afirmou que o setor contribui para a total rastreabilidade das armas e negou existir qualquer “zona cinza” com o comércio ilegal ou o contrabando. “Eles são nossos concorrentes”, afirmou.

Fonte: / NOTIMP








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