Nuvem de cinzas de vulcão chileno começa a se dissipar
Depois de passar pela Região Sul do Brasil, a nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue começou hoje a se dissipar no Oceano Atlântico. De acordo com informações do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), órgão subordinado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), a nuvem ficou concentrada numa altitude entre 4,6 mil metros e 6 mil metros, o que possibilitou que os voos fossem realizados em outras altitudes. “O impacto para o tráfego aéreo foi bastante reduzido”, destaca o gerente nacional do fluxo de tráfego aéreo Major Aviador Antonio Marcio Ferreira Crespo. Clique aqui e ouça entrevista com o Maj Crespo. O infográfico mostra, em vermelho, a situação atual em que se encontra a nuvem que estava sobre o território brasileiro. As marcações em amarelo e verde mostram as cinzas vulcânicas que estão sobre os países vizinhos e que se deslocam em direção ao leste. Saiba mais: VULCÃO – Força Aérea monitora avanço de nuvem e coordena “desvios” do tráfego aéreo
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Tráfego aéreo se normaliza na região
Renata Tranches
Depois de um dia de transtornos, com mais de 50 decolagens canceladas por conta do avanço da nuvem de cinzas expelida pelo vulcão chileno Puyehue sobre os países do Cone Sul, a situação nos aeroportos brasileiros voltava ontem à normalidade e, na Argentina, começava a melhorar. A atividade do vulcão mantinha tendência de queda e as chuvas diminuíam. Mesmo assim, permanecia o risco de avalanches arrastarem o material expelido.
Dados do site da Infraero mostravam que, de 127 voos internacionais previstos para ontem no Brasil, até as 17h apenas 21 tinham sido cancelados, um porcentual de 16,5%. Entre eles, quatro em São Paulo (uma partida e uma chegada da Aerolíneas Argentinas e duas chegadas da Gol) e quatro no Rio de Janeiro (duas chegadas da LAN Chile e duas chegadas da Pluna) foram suspensos por conta do problema das cinzas na Argentina, no Uruguai e no Chile. No dia anterior, o percentual de cancelamentos tinha chegado a 40%.
Notas divulgadas pela TAM e pela Gol diziam que as companhias haviam retomado as operações para Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai. “A TAM continua monitorando as atividades do vulcão e as condições meteorológicas e tomará medidas adicionais, se forem necessárias”, diz o texto. A Gol, por sua vez, informou que “sua malha aérea está passando por ajustes neste momento (ontem à tarde), a fim de regularizar as decolagens com mais eficiência”.
O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), ligado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), assegurou que também está acompanhando a evolução das nuvens provocadas pelo Puyehue e mantém contato com o Volcanic Ash Advisory Centre, da Argentina. “Recebemos informações a cada três horas ou sempre que houver alguma mudança significativa”, afirmou o gerente nacional do fluxo de tráfego aéreo, o major-aviador Antonio Marcio Ferreira Crespo.
Na Argentina, o Aeroportos Internacional de Ezeiza e o Aeroparque (doméstico), ambos em Buenos Aires, tiveram suas operações interrompidas durante seis horas, por conta de uma intensa neblina provocada pelo material vulcânico. Ao longo do dia, porém, os voos foram retomados de forma gradual.
No Uruguai, segundo a agência de notícias Ansa, o Aeroporto Internacional de Carrasco, em Montevidéu, operava com normalidade, após cerca de 90% das viagens terem sido canceladas na terça-feira. A direção dos ventos levou a coluna de fuligem expelida pelo vulcão, localizado no sul chileno, para o lado argentino da fronteira, onde cinzas cobriam ainda ontem a concorrida estação de esqui de Bariloche e o Lago Nahuel Huapi. A nuvem chegou também ao Uruguai e ao sul do Brasil.Fonte: / NOTIMP