Infraero: Maior controle das aves
Em 2010 foram 53 colisões entre pássaros e aeronaves. Meta é reduzir esse número .
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) firmou convênio com o Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB) para controlar a população de aves na Área de Segurança Aeroportuária (ASA), que atinge um raio de 20 quilômetros do Aeroporto Internacional de Brasília, e assim evitar colisões com as aeronaves. Somente em 2010, foram registradas 53 colisões entre os pássaros e aeronaves no local, mas nenhuma com maior gravidade.
Biólogos da Infraero fazem esse trabalho constantemente em aeroportos de todo o País. Em Brasília, a ação foi intensificada por causa do aumento da população de pássaros, como o carcará, o gavião e, principalmente, o urubu na ASA.
OBJETIVO
O objetivo da parceria é diminuir o número de acidentes que envolvam animais silvestres, especialmente os que voam, em ações de pouso e decolagem, já que o risco preocupa autoridades. Há algum tempo, após observação, foi constatado que o aumento de urubus na região do Zoológico ocorria devido à alimentação dos lobos-guará, que era feita a céu aberto.
Com isso, o Zoo passou a cobrir o local onde os animais eram alimentados e o número de urubus diminuiu.
A parte da UnB nessa parceria é fazer as vistorias dentro do aeroporto e na parte de risco. Duas vezes por semana uma equipe da universidade é encarregada da vistoria e, se detectado algo diferente, a equipe aciona o órgão responsável.
IMPACTO
De acordo com a Infraero, uma ave de dois quilos, por exemplo, ao se chocar com um avião a 300 km/h, gera um impacto de sete toneladas. Profissionais da Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB), que está dentro do raio de proteção, vão fazer um trabalho de limpeza da área. O objetivo é eliminar entulhos que servem de atrativos para urubus e outras aves de rapina. Segundo a Assessoria de Comunicação do Zoológico de Brasília, os urubus são atraídos pelo lixo acumulado no Santuário da Vida Silvestre, situado entre o Jardim Zoológico e a Candangolândia. Além disso, serão feitas campanhas educativas para que a população não jogue mais lixo na região.
Bom para os dois lados O projeto também vai ajudar o Jardim Zoológico, que está enfrentando sérios problemas com o número de pombos. A equipe de biólogos da Infraero estuda uma forma de amenizar a situação.
De acordo com a bióloga da Infraero, Camila Lopes, a parceria acaba sendo boa para todos os lados, pois se há um aumento de pombos, também haverá um aumento de carcarás, que se alimentam de pombos, e a área aeroportuária estará em risco. “Uma mão lava a outra. Ajudando o Zoo com os pombos, também estamos nos ajudando e evitando futuros acidentes”, diz.
De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), em 2010 foram 110 acidentes envolvendo aeronaves no País. Sendo que das colisões reportadas por tipo de fauna, as de motivo desconhecido ficaram em primeiro lugar, seguidas por quero-quero, urubu, carcará e coruja. O CDT/UnB não quis se procunciar sobre o projeto, pois, de acordo com a Assessoria de Comunicação, a Infraero é a responsável pelos estudos.
SAIBA +
Um avião da companhia aérea TAM saía de Brasília para Salvador, em 2008, e atingiu uma ave após a decolagem. O avião voltou ao aeroporto para a realização de inspeção.
Em fevereiro, um avião da Webjet viria de Ribeirão Preto para Brasília, mas teve de voltar ao aeroporto, pois atingiu um pássaro após a decolagem. Uma das turbinas ficou danificada. Em 2010, um pássaro se chocou com outro avião da TAM no aeroporto de São Luís. O voo, seguia para Brasília, teve um atraso de quatro horas.
Fonte: / NOTIMP